LOA 2026: base destaca obras e participação popular; Oposição cobra foco social
Presidente da CMC destaca o clima de cordialidade democrática na votação da LOA 2026. (Foto: Julia Schneider/CMC)
Durante a aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026 na Câmara Municipal de Curitiba (CMC), nesta quarta-feira (10), o debate entre os vereadores da base de apoio e de oposição à gestão do prefeito Eduardo Pimentel ocorreu tranquilamente. O clima de discussão democrática do maior orçamento da história da capital do Paraná foi ressaltado pelo presidente da CMC, Tico Kuzma (PSD), que destacou o papel institucional desempenhado pelo Legislativo na construção da redação final, formada pelo texto-base do Executivo e mais 1.042 emendas.
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Tico Kuzma afirmou que a LOA 2026 é o resultado de “um trabalho conjunto entre vereadores, servidores e entidades que apresentaram suas demandas”, lembrando que “a Câmara esteve cheia de vida nos últimos meses, com associações, clubes e organizações sociais ocupando os espaços para apresentar seus projetos e necessidades”. Ele registrou que a Câmara atuou como mediadora qualificada entre a sociedade e a Prefeitura. “Esse esforço só vale a pena porque há compromisso do Executivo em honrar as emendas dos vereadores, que representam as comunidades que eles atendem”, afirmou.
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O líder do Governo, Serginho do Posto (PSD), abriu a defesa técnica da proposta destacando a robustez dos números da LOA 2026. Para ele, a lei “faz frente ao atendimento da população no dia a dia, mas também fortalece o investimento público em diversas áreas”. Serginho reforçou o papel da consulta pública feita pelo Fala Curitiba, que resultou em mais de 28 mil sugestões válidas, incorporadas às ações orçamentárias. “O Fala Curitiba foi [inserido] diretamente nesse orçamento, mostrando que a Prefeitura ouviu a população e vai aplicar recursos para atender demandas das localidades”.
Serginho do Posto fez um extenso relato das intervenções urbanas previstas para 2026, como a continuidade da Linha Verde Norte-Sul, Inter 2, BRT Leste-Oeste, drenagem nas bacias do Belém, Barigui e Iguaçu, construção de escolas e CMEIs, reformas de unidades de saúde, instalação de novas UPAs, revitalização de parques, ampliação de ciclovias e investimentos habitacionais em áreas como Bairro Novo da Cachimba e programas de regularização fundiária. Ele também registrou que Curitiba deverá novamente ultrapassar os percentuais mínimos constitucionais para saúde e educação.
Indiara Barbosa (Novo) ressaltou que o orçamento revela o custo real dos serviços públicos: “Três bilhões e trezentos milhões vão para a saúde, três bilhões para a educação, dois bilhões e trezentos milhões para aposentadorias”, frisou a parlamentar, discursando da tribuna da CMC. A vereadora lembrou que 46% da LOA é consumida pela folha de pagamento e defendeu que a responsabilidade fiscal deve ser a diretriz central da gestão Eduardo Pimentel.
Festejando o anúncio da obra, Sidnei Toaldo (PRD) lembrou que a comunidade de Santa Felicidade aguarda há anos a construção de uma nova UPA, afirmando que “ela será instalada em um ponto estratégico para atender toda a região”. Jasson Goulart (Republicanos) destacou o convênio para o Trinário do Hauer, classificando-o como obra estruturante e celebrando a presença do prefeito nas Audiências Públicas. “O prefeito conversou e ouviu as pessoas nas reuniões do Fala Curitiba, e chegamos a condições que realmente vão fazer diferença na cidade em 2026”, afirmou.
Oposição pediu mais recursos para habitação popular em Curitiba
Vice-líder da Oposição, a vereadora Camilla Gonda (PSB) afirmou que existe “um desalinhamento evidente entre a prioridade social e a prioridade governamental”. Ela destacou que áreas como a de Direitos Humanos, que, apesar de ser uma das citadas na consulta pública da Câmara de Curitiba, permaneceu com menos de 1% do orçamento para 2026. “Isso evidencia uma distância entre o que a população espera e o que o Executivo está disposto a financiar”, disse.
Camilla Gonda também alertou sobre a distribuição dos recursos para Assistência Social, afirmando que o orçamento “segue praticamente estabilizado, sem expansão proporcional ao crescimento da demanda social”. No campo da Educação, disse que manifestações da consulta pública pediram reforço em profissionais e infraestrutura, mas “o orçamento não traduz a expectativa [de novas contratações e obras] com a urgência necessária”.
O ponto mais sensível, segundo a vereadora, está na habitação de interesse social em Curitiba. “A consulta pública mostrou com clareza que há uma demanda por mais moradia popular. Mas a LOA não consolidou um salto estrutural nessa política”, afirmou. Ela mencionou que as ações permanecem dispersas e dependentes de operações de crédito, classificadas como pouco previsíveis.
*Notícia revisada pelo estudante de Letras Gabriel Kummer
Supervisão do estágio: Ricardo Marques
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba