Orçamento de 2026 prevê R$ 15,4 bi e prioriza saúde, educação e obras

por José Lázaro Jr. | Revisão: Ricardo Marques — publicado 28/10/2025 13h40, última modificação 28/10/2025 14h25
Audiência pública na Câmara de Curitiba apresentou projeções financeiras e investimentos da Prefeitura para 2026.
Orçamento de 2026 prevê R$ 15,4 bi e prioriza saúde, educação e obras

Diretor do Departamento de Orçamento da Prefeitura de Curitiba, Carlos Eduardo Kukolj explicou a LOA 2026 aos vereadores. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) recebeu, nesta terça-feira (28), a equipe da Secretaria Municipal de Planejamento, Finanças e Orçamento, que apresentou as projeções da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026. Coordenada pelo vereador Serginho do Posto (PSD), presidente da Comissão de Economia, Finanças e Fiscalização, a audiência pública detalhou o panorama econômico do município, as receitas previstas e os investimentos planejados para o próximo exercício financeiro.

Segundo o diretor do Departamento de Orçamento da secretaria, Carlos Eduardo Kukolj, a LOA estima receita e despesa total de R$ 15,42 bilhões, valor que mantém o equilíbrio fiscal e reflete uma política de prudência nas projeções. “As estimativas seguem parâmetros realistas, com base em cenários de crescimento moderado e controle inflacionário”, afirmou Kukolj. O orçamento foi calculado com expectativa de crescimento do PIB nacional de 1,88% e IPCA médio de 4,56% (013.00011.2025).

A receita municipal própria deverá alcançar R$ 8,23 bilhões, representando 57,2% do total. As transferências da União somam R$ 2,26 bilhões, e as do Estado, R$ 1,65 bilhão. Outros recursos incluem operações de crédito (R$ 715 milhões) e transferências de capital (R$ 413 milhões). “Nosso objetivo é garantir a sustentabilidade fiscal sem interromper o ciclo de investimentos que Curitiba vem mantendo nos últimos anos”, destacou o diretor de Orçamento da Prefeitura de Curitiba.

Saúde e educação concentram metade dos recursos

A saúde e a educação seguem como as áreas com maior destinação de verbas no Orçamento de Curitiba, representando juntas quase 46% do orçamento total. A aplicação mínima constitucional foi superada em ambos os casos: serão R$ 3,29 bilhões para a saúde (19,55%) e R$ 3,02 bilhões para a educação (26,05%), considerando recursos do Tesouro, do SUS e do Fundeb.

São valores que reafirmam o compromisso da Prefeitura com os serviços essenciais”, disse Kukolj. Ele ressaltou que o Município mantém a despesa com pessoal dentro dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal, com índice projetado de 45%, abaixo do limite de alerta de 48,6%. “Isso nos dá margem para continuar investindo, sem comprometer a responsabilidade fiscal”, explicou.

Para 2026, o valor reservado a investimentos públicos será de R$ 1,86 bilhão, o que corresponde a 12,08% do orçamento. Deste total, R$ 727 milhões vêm do Tesouro municipal e R$ 1,13 bilhão de outras fontes, como transferências e financiamentos externos. Entre as principais obras e programas previstos estão a continuidade da Linha Verde, a ampliação da Linha Inter 2, o BRT Leste-Oeste, o projeto de gestão de risco do Bairro Novo Caximba, além de investimentos em drenagem, calçadas e infraestrutura cicloviária.

Kukolj enfatizou que o foco dos investimentos é atender às demandas eleitas pela população no Fala Curitiba e estruturadas nos planos de governo. “O cidadão precisa enxergar no orçamento as prioridades que ele mesmo escolheu. Quando a sociedade participa, o orçamento deixa de ser apenas um número e passa a ser uma agenda coletiva”, afirmou.

Entre os setores com maior volume de obras estão urbanismo, transporte e meio ambiente, contemplando ações como implantação de ônibus elétricos e eletropostos públicos, requalificação de parques e bosques, obras de drenagem nas bacias dos rios Barigui, Belém e Iguaçu, e intervenções de habitação de interesse social em áreas como Vila Parolin e Bacia do Ribeirão dos Padilhas. “Curitiba segue um ciclo virtuoso de investimentos em infraestrutura, sempre com base em planejamento e responsabilidade”, concluiu Kukolj.