Câmara aprova contas de 2023 da Prefeitura de Curitiba em 1º turno

por Fernanda Foggiato | Revisão: Celso Kummer* — publicado 13/08/2025 13h55, última modificação 13/08/2025 14h47
Projeto de decreto legislativo retorna à pauta do plenário, na próxima segunda-feira (18), para a segunda votação.
Câmara aprova contas de 2023 da Prefeitura de Curitiba em 1º turno

Contas do exercício financeiro de 2023, da gestão Rafael Greca, foram ratificadas em primeiro turno unânime. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

Em primeira votação unânime, na sessão desta quarta-feira (13), a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovou a prestação de contas da Prefeitura em 2023, penúltimo ano da última gestão de Rafael Greca à frente do Executivo. De autoria da Comissão de Economia, Finanças e Fiscalização, o projeto de decreto legislativo ratifica o acórdão de parecer prévio 329/2024, do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), que já havia se manifestado pela regularidade das contas (093.00001.2025).

Com 31 votos favoráveis na análise em primeiro turno, a proposição retorna à ordem do dia, na manhã da próxima segunda-feira (18), para a confirmação em plenário. O projeto seria discutido na semana passada, mas a votação foi adiada, pelo prazo de três sessões, a pedido do líder do governo e presidente da Comissão de Economia, vereador Serginho do Posto (PSD).

As prestações de contas são votadas em dois turnos, pelo sistema da maioria qualificada. Em outras palavras, para derrubar a decisão da Comissão de Economia, que indica a aprovação das contas do Executivo sem ressalvas, é necessário o apoio de pelo menos 2/3 do plenário da Câmara – o equivalente a 26 dos 38 vereadores de Curitiba.

As contas municipais são um conjunto de documentos de natureza contábil, financeira, orçamentária, patrimonial e operacional relativos a um determinado exercício financeiro (saiba mais). Se houver a desaprovação pelo Legislativo, o gestor público pode ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa, tornando-se inelegível.  

Debate reforça fiscalização e transparência

Relatora da matéria na Comissão de Economia, Indiara Barbosa (Novo) abriu o debate sobre o projeto de decreto legislativo (veja o parecer). Ela enfatizou o papel fiscalizador do Legislativo. “A decisão final [apesar do acórdão do Tribunal de Contas] cabe a esta Câmara. Nós temos a prerrogativa desta decisão final, conforme a Constituição Federal”, reforçou.

Barbosa também reforçou a nova metodologia adotada pelo TCE-PR, nos últimos anos, dando mais agilidade ao envio das prestações de contas à análise dos vereadores. O sistema, lembrou a parlamentar, inclui uma análise qualitativa de seis áreas da gestão: Educação, Saúde, Assistência Social, Transparência, Relacionamento com o Cidadão, Administração financeira e Previdência Social.

A nova metodologia, completou Serginho do Posto, adota "um modelo muito criterioso”, em que são avaliadas as metas do Município, de acordo com as leis orçamentárias, e os investimentos realizados em cada área. “A gestão atingiu os objetivos orçamentários e fiscais do Município, [...] fazendo o melhor aproveitamento dos recursos”, defendeu.

Apesar de encaminhar o voto favorável, Camilla Gonda (PSB) questionou a relatora sobre despesas não empenhadas, déficit e redução da pontuação na área de Transparência e Relacionamento com o Cidadão. “Embora pequena [-1,31 ponto], há uma queda em relação a 2022”, observou. "A nossa função fiscalizatória não deve ser meramente protocolar."

Indiara Barbosa afirmou que o Executivo acumulou um resultado orçamentário positivo, de R$ 1,957 bilhão, devido ao superávit do exercício anterior. Quanto aos R$ 700 mil não empenhados, a relatora defendeu que, “perto do Orçamento de Curitiba, é um valor muito baixo”. A vereadora também concordou que a transparência deve ser sempre ampliada, mas ponderou que a nota em 2023, correspondente a 8,12, ficou acima da média. Ainda de acordo com ela, a pontuação, no ano passado, alcançou 9,65.

Líder da oposição e integrante da Comissão de Economia, Giorgia Prates - Mandata Preta (PT) encaminhou o voto pela aprovação das contas, acompanhando a recomendação do Tribunal de Contas do Estado do Paraná. A vereadora, no entanto, chamou a atenção para a queda no indicador de transparência, na comparação entre 2023 e 2022, e defendeu medidas para a governança participativa

*Notícia revisada pelo estudante de Letras Celso Kummer
Supervisão do estágio: Ricardo Marques