Prefeitura propõe leilão de terreno público no bairro Portão

por José Lázaro Jr. | Revisão: Ricardo Marques — última modificação 21/10/2025 11h55
Área de 355,95 m² pertence ao Município de Curitiba. Proposta ainda está em análise nas comissões da Câmara
Prefeitura propõe leilão de terreno público no bairro Portão

Croqui da operação imobiliária anexado ao projeto de lei da Prefeitura de Curitiba. (Foto: Reprodução/PMC)

A Prefeitura de Curitiba encaminhou aos vereadores um projeto de lei que autoriza a venda de um terreno público localizado no bairro Portão, avaliado em R$ 145 mil. A proposta prevê a alienação do lote K-11, com área de 355,95 metros quadrados, situado na rua Professor Thomaz Wartelsteiner. Segundo a justificativa, o imóvel é classificado como bem dominical, sem destinação pública específica, e poderá ser vendido por meio de leilão público, conforme a lei federal 14.133/2021 (005.00575.2025).

O valor de mercado foi definido pela Comissão de Avaliação de Imóveis (CAI), vinculada à Secretaria Municipal de Administração e Tecnologia da Informação (SMATI), que emitiu o laudo 88/2024. O estudo técnico seguiu as normas da ABNT NBR 14.653-1/2019 e 14.653-2/2011, utilizando o método comparativo direto de dados de mercado. Com base em pesquisa realizada entre novembro de 2023 e março de 2024, o terreno recebeu depreciação de 75% devido às restrições de ocupação por Área de Preservação Permanente (APP), chegando ao valor final de R$ 145 mil. O relatório considerou o imóvel de baixa liquidez, mas com potencial de absorção pelo mercado dentro desse preço.

Os pareceres técnicos anexados ao projeto confirmam que nenhum órgão municipal manifestou interesse na área. A Secretaria do Meio Ambiente (SMMA) informou que parte do terreno é atingida pela faixa marginal de preservação de 30 metros. O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) avaliou que o lote é inadequado para instalação de equipamentos sociais por suas dimensões reduzidas, e a Secretaria de Urbanismo (SMU) destacou que o uso privado deverá respeitar o alinhamento predial existente. A Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab-CT) também declarou não ter interesse na área, por se tratar de terreno inviável para produção habitacional.

De acordo com o texto da proposta, os recursos obtidos com o leilão deverão ser recolhidos aos cofres públicos municipais, na conta de Alienação de Bens Imóveis, vinculada à fonte de Receitas de Alienações de Ativos. As despesas com escritura e registro ficarão sob responsabilidade do comprador. O projeto foi analisado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que emitiu parecer favorável à tramitação, sob relatoria do vereador Fernando Klinger (PL). Já na Comissão de Economia, Finanças e Fiscalização, o colegiado decidiu solicitar novas informações ao Executivo, após sugestão da vereadora Giorgia Prates - Mandata Preta (PT), que pediu a atualização do laudo de avaliação e esclarecimentos adicionais da Procuradoria-Geral do Município. A proposta segue em análise nas comissões permanentes antes de ser votada em plenário.