Futebol de saco: Câmara de Curitiba aprova ajuste na lei em 1º turno
Ajuste em lei pretende “proteger este patrimônio curitibano e valorizar a língua portuguesa”, defendeu João da 5 Irmãos. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)
A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) discutiu, na sessão desta terça-feira (10), projeto em regime de urgência para alterar a lei municipal 14.784/2016, que reconhece o futebol de saco como a primeira modalidade esportiva criada na capital do Paraná. A proposta substitui o termo “futsac”, usado atualmente na normativa, por “futebol de saco”.
Na análise em primeiro turno, o substitutivo ao projeto de lei recebeu 23 votos favoráveis, 4 contrários e 2 abstenções. De autoria de João da 5 Irmãos (MDB), a iniciativa retorna à pauta, na sessão desta quarta-feira (11), para a confirmação em plenário. A proposição explica que o nome “futsac” foi registrado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), em 2015, e faz referência à marca das bolas usadas no jogo, mas não à modalidade esportiva (005.00409.2025, com o substitutivo 031.00131.2025).
De acordo com o autor, a ideia é garantir segurança jurídica à modalidade esportiva em função da disputa judicial com uma desenvolvedora norte-americana de jogos eletrônicos, em tramitação no Tribunal Regional Federal da 2ª Região, no Rio de Janeiro. “A ideia é proteger este patrimônio curitibano e valorizar a língua portuguesa”, defendeu.
João da 5 Irmãos explicou que a modalidade genuinamente curitibana foi criada em 2002 pelo professor curitibano Marcos Juliano Ofenbock, que também é conhecido por fomentar a história do Pirata Zulmiro, após uma viagem de intercâmbio à Austrália, em 1998. O futebol de saco é reconhecido pelo Ministério do Esporte, desde 2014, como uma modalidade esportiva.
Uma mistura de futebol, futevôlei e tênis, o futebol de saco é praticado com uma bola de cerca de 50 gramas, revestida de crochê, recheada com plástico granulado reciclado. As partidas podem ser disputadas individualmente ou em duplas. O objetivo é passar a bolinha sobre a rede e derrubá-la no campo adversário, sem usar as mãos e os braços. Os movimentos podem ser feitos com os pés, a cabeça e o tronco, por exemplo.
Eder Borges (PL) disse que a modalidade “é patrimônio de Curitiba”, assim como a história do Pirata Zulmiro. “O esporte realmente transforma vidas”, observou a Sargento Tânia Guerreiro (Pode). Bruno Rossi (Agir) e Zezinho Sabará (PSD), por sua vez, destacaram a valorização do esporte curitibano.
Outros vereadores não questionaram a modalidade esportiva, mas a votação em urgência. Questionado por Camilla Gonda (PSB), João da 5 Irmãos disse que o projeto de lei foi submetido ao regime de urgência devido à data da próxima audiência do processo que envolve o uso do nome futsac no Tribunal Regional Federal da 2ª Região, no Rio de Janeiro. “Acho que temos muitas coisas mais importantes para discutir em Curitiba”, argumentou Da Costa (União), citando demandas coletivas nas áreas da segurança e da saúde.
“Eu também acho que esta Casa precisa discutir com urgência o que é realmente urgente”, assentiu a Professora Angela (PSOL). “Não tenho absolutamente nada contra o projeto em termos de mérito, mas também concordo com o vereador Da Costa em como isto foi processado na Casa”, completou Laís Leão (PDT).
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