Câmara aprova, em 1º turno, recursos para reformas em escolas de Curitiba
Os vereadores da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovaram, em primeiro turno, nesta terça-feira (10), o uso de R$ 17.443.658,30 da Secretaria Municipal de Educação (SME) para obras em 10 unidades de ensino da capital do Paraná. Foram 34 votos favoráveis a remanejar esses recursos, antes destinados a outras construções, para reformas em 7 escolas públicas e 3 centros municipais de educação infantil (CMEI), em cinco regionais da cidade (013.00002.2025). O painel registrou dois votos contrários.
Atendendo pelo nome técnico de “crédito adicional suplementar”, o dinheiro do remanejamento é proveniente da anulação parcial de recursos da própria SME, antes rubricados, por exemplo, para a construção de Farol do Saber, de CMEIs e reformas no Centro de Logística da SME. “Não há cancelamento de obras previstas, elas serão prorrogadas e, conforme a possibilidade, ocorrerão ainda neste ano ou serão inseridas no planejamento de 2026”, afirmou Serginho do Posto (PSD), líder do Governo na CMC.
“É uma gestão inteligente deste recurso, que de outra forma ficaria parado na Secretaria de Educação, quando há necessidade dessas obras, são melhorias que poderão ser feitas, nas escolas, de imediato”, argumentou Serginho do Posto, respondendo críticas de Giorgia Prates - Mandata Preta (PT), para quem a construção de CMEI não deveria ser prorrogada. “É um cancelamento. Não é somente troca contábil. Estamos protelando. Todos os anos há falta de vagas nas escolas”, disse a vereadora.
Durante o debate, após Giorgia Prates cobrar informações sobre as ampliações previstas, Serginho do Posto trouxe a promessa de construção de 70 salas de aula com esse remanejamento. Ambos falaram sobre agendar reunião com a SME, para acompanhar o andamento dessas obras e discutir a priorização das demandas da Educação. Serginho do Posto destacou que, só com a prorrogação da obra do centro de logística, R$ 6,9 milhões poderão ser alocados em escolas de “comunidades vulneráveis”. “Estamos corrigindo o rumo”, disse.
Vereadores defenderam a priorização de escolas e CMEI pela Secretaria de Educação
Durante o debate, Jasson Goulart (Republicanos), Leonidas Dias (Pode), Delegada Tathiana Guzella (União) Renan Ceschin (Pode), Pier Petruzziello (PP) e Rodrigo Marcial (Novo) elogiaram a priorização das obras nessas escolas. “Com a mudança de gestão, foi necessária a mudança do investimento. A palavra-chave é priorização. Temos que elogiar o secretário Jean Pierre por ter visitado os 545 espaços da SME e identificado situações que precisam de intervenção”, defendeu Marcial.
João da 5 Irmãos (MDB), Rafaela Lupion (PSD), Lórens Nogueira (PP), Marcos Vieira (PDT) e Guilherme Kilter (Novo) também fizeram falas em apoio ao remanejamento de recursos para a reforma em escolas de Curitiba. “O secretário Jean Pierre e sua equipe técnica visitaram todas as unidades educacionais antes do início do ano letivo, constatando reformas que precisavam ser feitas. O critério para escolha destas está no ofício: reparos críticos na rede elétrica e nas coberturas [telhados]”, afirmou Kilter, que é presidente da Comissão de Educação da Câmara de Curitiba.
Oposição pede compromisso com construção de novos CMEI em Curitiba
Já a vereadora Professora Angela (PSOL) fez alertas sobre a precariedade da rede elétrica de escolas, problemas em consertos paliativos e dificuldades com a merenda. “Ouso dizer que metade das escolas estão nesta situação, de [precisar de reparos em] telhado, de fiação, de várias coisas. Meu medo é que isto se torne um ‘enxugar gelo’ e o vale-creche se torne uma política permanente, porque não estamos construindo CMEI para fazer paliativos. “Que sigam as reformas com o dinheiro das reformas e que deixe o dinheiro da construção para novos CMEI”, opinou Vanda de Assis (PT). Camilla Gonda (PSB) pediu compromisso com novas escolas em Curitiba.
Os R$ 17,4 milhões serão aplicados em reformas nas seguintes escolas municipais: Batel (Regional Matriz), Rolândia (Boqueirão), Rio Negro (Bairro Novo), Moradias do Ribeirão (CIC) e Ulysses Silveira Guimarães (Boa Vista). Também estão incluídas as obras de ampliação nas escolas Padre Francisco Meszner (CIC) e Tereza Matsumoto (Boqueirão), totalizando sete unidades escolares. Entre os CMEIs, serão contemplados os centros Itamarati (Boqueirão), Cassiopéia (Boa Vista) e Moradias Corbélia II (CIC).
A autorização legislativa para o remanejamento depende ainda da confirmação do projeto de lei orçamentária, nesta quarta (11), em segundo turno. O debate desta terça-feira durou cerca de duas horas e foi transmitido ao vivo pelo canal da CMC no YouTube.
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