Após ameaças a vereadores, CMC reforçará medidas de segurança

por José Lázaro Jr. — publicado 22/01/2021 16h35, última modificação 22/01/2021 16h36
Reunião da Mesa Diretora com Carol Dartora e Renato Freitas terminou com o presidente, Tico Kuzma, determinando o reforço da segurança na CMC.
Após ameaças a vereadores, CMC reforçará medidas de segurança

Vereadores e Mesa Diretora discutem reforço da segurança na CMC. (Foto: Divulgação/CMC)

Na quarta-feira (20), os vereadores Carol Dartora e Renato Freitas, do PT, foram recebidos pela Mesa Diretora da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) para tratar das ameaças à vida que têm sofrido. O presidente da CMC, Tico Kuzma (Pros), e a segunda secretária, Professora Josete (PT), acompanhados de Daniel Dallagnol, diretor-geral do Legislativo, e de Reginaldo Carvalho, diretor de Segurança, receberam um ofício requisitando reforço dos protocolos de segurança na CMC.

De imediato, Kuzma requisitou aos diretores a reavaliação de todos os procedimentos instalados de segurança e de vigilância patrimonial, assim como a análise dos demais pedidos feitos pelos vereadores. No ofício, Carol Dartora e Renato Freitas, além dos pedidos de cuidado redobrado dentro da instituição, sugerem a instalação de aparelhos de raios X nas entradas dos anexos, que dão para os gabinetes parlamentares, mas, principalmente, no Palácio Rio Branco, onde acontecem as sessões plenárias.

“Vamos reavaliar os atuais procedimentos e já demandar a nossa Escola do Legislativo para que desenvolva um curso sobre direitos humanos para os funcionários e aberto ao público externo”, garantiu Tico Kuzma. O presidente da CMC afirmou que nem a instituição, tampouco a sociedade, podem ser fracas diante de ameaças à democracia. “Respeitamos a liberdade de cada um, mas não aceitaremos que diferenças políticas, de raça ou de gênero virem pretexto para violência”. O curso de direitos humanos foi um pedido dos vereadores ameaçados. 

Ameaças à vida
Primeira mulher negra eleita vereadora de Curitiba, Carol Dartora recebe ameaças desde a eleição, mas no dia 6 de dezembro ela recebeu um e-mail, citando dados pessoais da parlamentar e atentando contra a vida dela. O caso, atribuído a uma célula neonazista, foi levado às autoridades municipais, estaduais e federais, como 0 Conselho Nacional de Direitos Humanos.

Neste mês, Renato Freitas foi informado que, no dia 11, “dois homens armados permaneceram em campana em frente à sua residência durante todo o dia, realizando filmagens, observando a rotina da casa, pedindo informações aos vizinhos e pessoas que estavam nos arredores [sobre ele]. Assim que tomou ciência do ocorrido, o vereador se encaminhou para a delegacia onde registrou a notícia-crime sobre o fato”. O parlamentar também é negro.

“Enquanto legisladores e formuladores de políticas públicas, nós temos que tomar uma postura contra o racismo estrutural. Essas ameaças são decorrentes do racismo. A Câmara precisa defender vereadores que sofram qualquer tipo de ameaça, mas em casos de racismo precisa ser mais incisiva ainda”, analisou Professora Josete, para quem é importante que o Executivo também se envolva na questão, com políticas de inclusão social. “Não se trata de uma questão individual, pois o racismo está presente em toda a sociedade. Temos que combater o racismo na cidade”.