Cidadania a comerciante e homenagens vão à sanção
Além da Semana de Conscientização Parental e de duas Utilidades Públicas, outras três iniciativas foram aprovadas pela Câmara Municipal de Curitiba (CMC) em segundo turno, nesta terça-feira (7). De autoria de Delegada Tathiana Guzella (União), a Cidadania Honorária da capital ao comerciante Roberto Carlos de Carvalho Paiva é uma das matérias que encerraram sua tramitação no Legislativo hoje.
Natural do Rio Grande do Norte, o homenageado é morador do bairro Boqueirão há 40 anos. Ontem (6), na primeira votação, a parlamentar destacou a trajetória de Roberto Paiva e sua liderança na comunidade nordestina da cidade, marcadas pela perseverança e pelo trabalho. Do comércio de utilidades domésticas de porta em porta, o empresário passou à venda de cadeiras no atacado, “profissão que exerce até hoje com honestidade e dedicação”.
“[A Cidadania Honorária de Curitiba para o Roberto] não é só por ser trabalhador, ou ser nordestino, um forasteiro como eu [na cidade], mas por Robertinho representar um grupo de pessoas que construíram Curitiba”, enalteceu Delegada Tathiana, nesta segunda, em elogio à comunidade nordestina na cidade, estimada por ela, com base no Censo 2010, em mais de 40 mil pessoas.
A Cidadania Honorária é o título mais importante que o Legislativo pode conceder a pessoas nascidas fora da capital paranaense, nos termos da lei complementar 109/2018. O projeto de decreto legislativo recebeu 24 votos favoráveis (115.00010.2025). A homenagem ao comerciante agora segue para promulgação pelo presidente do Legislativo, Tico Kuzma (PSD).
Homenagens póstumas a Diva Guimarães e Conchita Toniollo
A CMC também aprovou hoje em segundo turno duas denominações de logradouro público, para homenagear, de forma póstuma, moradores da cidade. A primeira delas é de autoria de Professora Angela (PSOL) para destacar a trajetória da professora Diva Guimarães (009.00007.2025). Conforme o projeto, que recebeu 22 votos “sim” na sessão desta terça-feira, a placa de nomenclatura deverá trazer a seguinte descrição sintética: “Professora Diva Guimarães - educadora antirracista”.
Na semana passada, em primeira votação, a vereadora exibiu trechos do depoimento de Diva Guimarães na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), em 2017, seguido de uma entrevista concedida ao ator Lázaro Ramos. Em sua fala, destacou o papel da homenageada na defesa da educação como instrumento de transformação e no enfrentamento direto ao racismo. Antes de se dedicar à educação, ela chegou a trabalhar como doméstica. A professora faleceu em janeiro deste ano, aos 85 anos de idade.
Hoje, em plenário, a matéria foi defendida novamente por Professora Angela. “Este gesto [a aprovação] mostra que é possível encontrar unidade em pautas como educação e combate ao racismo”, disse a autora da homenagem. Giorgia Prates - Mandata Preta (PT) também declarou apoio à homenagem à educadora, reforçando sua trajetória na luta antirracismo.
Outra homenagem póstuma acatada é a de autoria de Pier Petruzziello (PP) à desembargadora Conchita Toniollo, que faleceu em janeiro de 2024, aos 91 anos de idade (008.00003.2025). Ela foi a primeira mulher a ingressar na magistratura do Paraná por meio de concurso público, em 1966. A proposta recebeu 25 votos favoráveis e empresta o nome de Conchita Toniollo para batizar um jardinete do bairro Campo Comprido.
Na discussão da proposta de lei, que aconteceu nesta segunda-feira, Petruzziello relatou a trajetória pessoal e profissional da desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJ-PR), cargo ao qual foi alçada em 2002, marcada pela superação de dificuldades e o pioneirismo na magistratura. “Venho a esta tribuna para defender um projeto que carrega em si não apenas a formalidade de dar o nome ao logradouro público, mas o peso da história, a força e o exemplo transformador da Conchita Toniollo”, destacou o autor, na ocasião.
Ambos os projetos de Professora Angela e Pier Petruzziello seguem para sanção prefeitoral.
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