A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) acatou, em primeiro turno unânime, nesta quarta-feira (1º), com 20 votos “sim”, a homenagem póstuma à professora Diva Guimarães. Autora do projeto de lei de denominação de logradouro público não especificado, Professora Angela (PSOL) disse que a proposta, além de “eternizar a memória de uma educadora inspiradora”, representa uma “reparação histórica da Casa” às mulheres e à população negra.

Professora Angela exibiu trechos do comovente depoimento de Diva Guimarães na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), em 2017, seguido de uma entrevista concedida ao ator Lázaro Ramos. Em sua fala, destacou o papel da homenageada na defesa da educação como instrumento de transformação e no enfrentamento direto ao racismo “de frente”. Antes de se dedicar à educação, ela chegou a trabalhar como doméstica.

Conforme o projeto, a placa de nomenclatura deverá trazer a seguinte descrição sintética: “Professora Diva Guimarães - educadora antirracista”. “É um gesto bastante importante que mostra que é possível encontrar unidade para uma pauta fundamental, que é a valorização da educação e o combate ao racismo”, complementou a autora (009.00007.2025). Em 2020, a Câmara Municipal aprovou o título de Cidadania Honorária de Curitiba à educadora. Diva Guimarães faleceu em janeiro deste ano, aos 85 anos de idade. 

“A história dela tem que ser relembrada com o passar do tempo”, disse, emocionada, a vereadora Delegada Tathiana Guzella (União), lembrando que Diva Guimarães foi neta de uma mulher negra escravizada e filha de uma lavadeira. A trajetória da homenageada também foi destacada pelas vereadoras Camilla Gonda (PSB) e Meri Martins (Republicanos). Na justificativa de voto, Pier Petruzziello (PP) disse que não há polarização “quando se traz um projeto de uma história como esta, da Diva Guimarães, que comove a todos nós”.

*Notícia revisada pelo estudante de Letras Celso Kummer
Supervisão do estágio: Ricardo Marques