Vereadores realizam primeira sessão virtual da Câmara de Curitiba

por claudia.kruger — publicado 29/03/2020 21h00, última modificação 11/08/2020 11h49
Presidente da CMC classificou a sessão como "histórica"
 Legislativo Municipal realizou, nesta segunda-feira (30), a primeira sessão plenária virtual da sua trajetória. “A Câmara Municipal de Curitiba [CMC], junto da Câmara do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Teresina saíram na frente. Foi uma sessão histórica, a primeira a ser feita online”, destacou o presidente da CMC, vereador Sabino Picolo (DEM). A atividade foi realizada via internet, utilizando um sistema de deliberação remota (SDR) para que os vereadores pudessem discutir e efetuar as votações das proposições.


A iniciativa se deve às medidas tomadas pelo Legislativo para conter o avanço do contágio do coronavírus, conforme as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde, para que se evite aglomerações de pessoas nesse período. Nesta segunda, o plenário aprovou, em primeira votação, o projeto do Executivo que reconhece a indenização em dinheiro a licenças-prêmios não usufruídas pelos servidores do Município já aposentados (005.00030.2020). O segundo turno deve ocorrer nesta terça-feira (31), a partir das 9h, no mesmo molde da sessão remota de hoje.

O sistema de deliberação remota (SDR), alterando a realização das sessões plenárias e das comissões permanentes para ambiente virtual, foi instituído pelo ato da Mesa 3/2020, publicado na quinta-feira (26) no Diário Oficial do Município (DOM). O documento é assinado pelo presidente da Casa, Sabino Picolo, o primeiro vice-presidente, Tito Zeglin (PDT), o primeiro-secretário, Colpani (PSB), o segundo-secretário, Professor Euler (PSD), e a terceira-secretária, Noemia Rocha (MDB).

A atividade pode ser acompanhada pela população por meio do canal oficial da CMC no YouTube. De acordo com Sabino Picolo, a administração do Legislativo já está trabalhando no processo licitatório que deve melhorar o sistema lógico da Casa, pois a internet, nesse momento, se tornou ferramenta indispensável para manter os trabalhos. “Nosso plenário foi modernizado há pouco tempo, em som e imagem, e graças a Deus deu tudo certo. Fizemos nossa parte, estamos aqui presentes na hora da dificuldade levando a resposta pros cidadãos curitibanos”, pontuou Picolo. Desde o ano passado, a Câmara transmite ao vivo as atividades realizadas no Palácio Rio Branco, onde foram instaladas câmeras para reprodução em alta definição (full HD) e um novo telão.

Outros vereadores também destacaram o papel da Câmara em promover a sessão plenária online, como forma de manter as atividades parlamentares da Casa. Herivelto Oliveira (Cidadania) parabenizou os servidores do Legislativo pela implantação do sistema. “Parece que faz muito tempo que não temos sessão, mas ficamos apenas semana passada sem sessões ordinárias. É muito importante isso, que a população saiba que os vereadores continuam trabalhando, recebendo demandas”, disse. Ele lembrou ainda do aniversário de 327 anos da capital, comemorado nesta domingo (29) e ponderou que a prioridade da Prefeitura deve estar no combate à pandemia do novo coronavírus.

O líder do prefeito na Casa, Pier Petruzziello (PTB), também parabenizou a equipe envolvida pela execução da sessão remota. “Para nós é muito importante, para a população também é”, reforçou. Ainda se manifestaram favoravelmente à medida tomada pela Câmara os vereadores Bruno Pessuti (PSD), Ezequias Barros (Patriota), Jairo Marcelino (PSD), Professora Josete (PT), Serginho do Posto (PSDB), Tico Kuzma (Pros) e Toninho da Farmácia (PDT).

In loco
Para Rogério Campos (PSC), o sistema remoto de votação garantiu a continuidade dos trabalhos legislativos e ainda permitiu novas formas de interação entre os parlamentares e a população. Ele, por exemplo, usou o espaço reservado ao pequeno expediente e falou lá da obra na região do Tatuquara, onde ele tem protestado contra a situação, há 10 dias, conforme contou.

“A rua não tem uma casa, de um lado nem do outro. Ruas também acabam e infelizmente está indo dinheiro público nessa rua”, disse. Segundo Campos, a crítica é que a prefeitura estaria realizando uma obra em via que não possui ainda moradia, em vez de priorizar outras vias da região, que não possuem pavimentação. “Está totalmente errado fazer asfalto onde pessoas não podem usar. É totalmente estranho, num loteamento particular”, protestou.