Vereadores aprovam campanha sobre epilepsia nas empresas de Curitiba

por Higor Paulino*, especial para a CMC — publicado 11/03/2021 17h50, última modificação 11/03/2021 17h56
Projeto de Maria Leticia pretende informar e educar empresas e seus funcionários sobre a epilepsia, de forma a abrir o mercado de trabalho.
Vereadores aprovam campanha sobre epilepsia nas empresas de Curitiba

Em razão da pandemia, as sessões da CMC são realizadas por videoconferência. No telão, Maria Leticia. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

Nesta quarta-feira (10), a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovou, em primeiro turno, a criação de uma campanha de conscientização sobre epilepsia nas empresas da capital do Paraná. Por 33 votos a 1, os vereadores endossaram a proposta de Maria Leticia (PV), focada em reduzir o estigma sobre a doença. Foi aprovado o substitutivo geral (031.00043.2020), que pouco alterava o texto original (005.00126.2020). A iniciativa precisa, agora, do aval em segundo turno, na próxima segunda (14), para ser enviada ao Executivo.

O texto propõe realizar a campanha próxima ao Dia Municipal da Epilepsia, instituído em 2006 na cidade. Palestras, materiais informativos e eventos estão previstos para apoiar a inserção deste público no mundo do trabalho. “O mercado pode ser muito difícil para quem vive com epilepsia, porque ainda existe muita desinformação sobre como a pessoa que tem essa condição vive, como os tratamentos podem ajudar a manter essa doença sob controle”, argumentou a autora, Maria Leticia.

Um vídeo com depoimentos de portadores do distúrbio foi apresentado. Eles lembraram experiências de discriminação sofridas no ambiente de trabalho e a apresentação deu sequência às considerações da vereadora. Maria Leticia disse acreditar que a informação e a educação são caminhos para a resolução do problema e que o Poder Público teria o dever de promover ações nesse sentido. Noemia Rocha (MDB) parabenizou a iniciativa de Maria Letícia.

A emedebista compartilhou o caso de um sobrinho que vivenciou este tipo de exclusão no ambiente empregatício. “É duro demais”, exclamou. “Essas pessoas não se enquadram no projeto PcD (pessoa com deficiência), mas ao mesmo tempo nós precisamos pensar em políticas públicas para elas”, complementou Noemia Rocha.

Ela compreende que mesmo sem serem incluídos na definição de PcDs – e, assim, deixando de estar contemplados pelas ações de inclusão desenvolvidas para este público – os epiléticos “não têm a liberdade, a visibilidade ou aceitação” de alguém que não é portador desta doença. Após a fala das vereadoras, a proposta foi encaminhada à votação.

*Notícia elaborada pelo estudante de Jornalismo Higor Paulino, especial para a CMC.
Supervisão do estágio: Filipi Oliveira
Revisão: José Lázaro Jr.