Plenário já pode votar regulação do uso de IA pela Prefeitura de Curitiba

por Pedritta Marihá Garcia | Revisão: Ricardo Marques — publicado 06/12/2023 15h35, última modificação 06/12/2023 15h45
Projeto de lei encerrou seu trâmite pelas comissões, após ser aprovado pela Comissão de Direitos Humanos.
Plenário já pode votar regulação do uso de IA pela Prefeitura de Curitiba

A reunião da comissão estava marcada para esta terça, mas foi adiada para hoje. (Foto:Rodrigo Fonseca/CMC)

O projeto de lei que regulamenta o uso da Inteligência Artificial (IA) na administração pública municipal, direta e indireta da capital paranaense, já pode ser incluído na ordem do dia da Câmara Municipal de Curitiba (CMC). Nesta quarta-feira (6), a proposta encerrou seu trâmite pelas comissões permanentes, após receber o aval do colegiado de Direitos Humanos, Defesa da Cidadania, Segurança Pública e Minorias. A agenda aconteceu após a sessão plenária.

Apresentada pelo vereador Nori Seto (PP), a matéria dispõe sobre os valores éticos para o uso da tecnologia, como a inviolabilidade da intimidade, a não discriminação e o compromisso com o bem público (005.00152.2023). O projeto leva em consideração os princípios da lei federal 13.709/2018, a chamada Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Os sistemas de IA utilizados no município deverão ser auditáveis e sujeitos à supervisão idônea. Poderá haver ainda a colaboração, desde que respeitados os princípios da norma, entre órgãos e setores para o compartilhamento de conhecimentos, experiências e práticas relacionadas à IA. À Câmara Municipal, caberia a criação de órgão colegiado para fiscalizar o cumprimento dos objetivos elencados pela lei, caso aprovada pelo Legislativo e sancionada pelo prefeito. As atribuições deste colegiado, por decisão do presidente da Casa, poderiam ser delegadas a uma das comissões temáticas permanentes.

A relatoria
favorável foi de Jornalista Márcio Barros (PSD), vice-presidente do colegiado. No parecer, o vereador apontou que o projeto "traz princípios como a dignidade e a valorização da pessoa humana, a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem, a não discriminação, a busca da justiça o compromisso com o bem público, bem como diretrizes de transparência, respeito à privacidade, proteção de dados, responsabilização, inclusão e prevenção". Com a aprovação, o texto já está pronto para dois turnos de votação em plenário.

Direitos Humanos acata ampliação de assentos especiais nos ônibus de Curitiba

O segundo item da pauta do colegiado aprovado foi a proposta de lei que sugere a ampliação do acesso aos bancos especiais nos ônibus do transporte coletivo da cidade (005.00145.2023). De iniciativa de Dalton Borba (PDT), a matéria altera a Lei do Transporte Coletivo de Curitiba, em que já está previsto, na forma vigente, às empresas prestadoras do serviço do transporte coletivo o atendimento às necessidades das pessoas com deficiência, idosos e gestantes.

Conforme o texto, deverão ser incluídas no rol de atenção especial as mulheres lactantes, pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), pessoas com criança de colo e pessoas com mobilidade reduzida. Na justificativa do texto, Dalton Borba cita o atendimento prioritário às pessoas com TEA, às com mobilidade reduzida e aos doadores de sangue, conforme preconiza a lei federal 14.626/2023. O parlamentar salienta que a norma “visa a dar maior efetividade ao princípio constitucional da equidade, já que aqueles que têm condições que impactam na isonomia devem ter a possibilidade de acesso e tratamento [diferenciado] daqueles que não detêm alguma daquelas especificidades”.

A matéria foi relatada favoravelmente por Bruno Pessuti (Pode) e também já pode ser votada pelo plenário. No parecer, o relator observou que o objetivo do projeto de lei é dar maior efetividade ao princípio constitucional da equidade. "E, de fato, a proposta atinge o fim a que se destina, de modo que entendemos pertinente a adequação da Lei n.º 12.597/2008, sendo possível o regular trâmite ao projeto", concluiu.

Compete à Comissão de Direitos Humanos as discussões relacionadas ao exercício dos direitos humanos, da cidadania, das minorias, da mulher, da criança e da pessoa idosa. São membros do grupo Giorgia Prates – Mandata Preta (PT), presidente; Márcio Barros, vice-presidente; Bruno Pessuti, Dalton Borba e Sargento Tânia Guerreiro (União). As reuniões ordinárias são quinzenais, às terças-feiras.

Comissão de Saúde aprova três utilidades públicas

Também após a sessão plenária desta quarta-feira, a Comissão de Saúde e Bem-Estar Social se reuniu para avaliar e aprovar três Declarações de Utilidade Pública: à Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF) do Colégio Estadual Professor Iara Bergman (014.00026.2023); à Confraria das Cidades - Defesa Civil do Patrimônio Histórico – Conci (014.00028.2023); Instituição Religiosa de Umbanda Vovó Benta (014.00044.2023).

A função 
do colegiado de Saúde e Bem-Estar Social é exarar parecer sobre matéria atinente à saúde e à assistência social em geral, à higiene e à profilaxia sanitária, à assistência sanitária, à alimentação, à nutrição. São integrantes do colegiado: Alexandre Leprevost (Solidariedade), presidente; João da 5 Irmãos (União), vice; Noemia Rocha (MDB), Pastor Marciano Alves (Solidariedade) e Oscalino do Povo (PP). As reuniões são quinzenais, às quartas-feiras, após a sessão plenária.

CCJ aprova utilidade pública e indicações a premiações da CMC

Na terça-feira (5), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) acatou quatro proposições. Três delas são de iniciativa do colegiado de Educação, Turismo, Cultura, Esporte e Lazer e indicam personalidades e instituições para serem homenageadas com os prêmios Cultura e Divulgação (090.00001.2023), Mulheres Empreendedoras (109.00001.2023) e Consagração Pública Municipal (091.00001.2023). Também foi aprovada a Declaração de Utilidade Pública à Associação Espiritualista Mensageiros de Oxalá – Gemo (014.00049.2023).

Cabe a este colegiado permanente exercer o controle de constitucionalidade no Legislativo, impedindo que iniciativas em desacordo com os limites legais avancem na CMC. Por isso, a CCJ é a única das 10 comissões temáticas que pode, sozinha, por decisão dos seus membros, arquivar propostas dos vereadores ou do Executivo. Em 2023, após a reforma do Regimento Interno, ganhou o poder de criar súmulas para uniformizar entendimentos. São membros da CCJ, Bruno Pessuti, presidente; Amália Tortato (Novo), Angelo Vanhoni (PT), Beto Moraes (PSD), Dalton Borba, Ezequias Barros (PMB), Mauro Ignácio (União), Noemia Rocha e Toninho da Farmácia (União). As reuniões são semanais, às terças-feiras.