A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) decidiu, nesta segunda-feira (4), aprovar uma homenagem póstuma a Júlio Narciso Júnior, liderança comunitária do bairro Butiatuvinha. Fundador da Associação de Moradores da Vila Cristina e Vizinhança (Amovicri), o nome dele será usado na identificação de uma travessa, na região onde viveu, próxima da sua antiga residência. Natural de Bauru (SP), mudou-se para Curitiba aos 37 anos de idade, em 1980, para trabalhar na Volvo do Brasil. “Aí ele construiu uma conexão profunda com a sua vizinhança, fundando a Associação de Moradores da Vila Cristina, em 1984, e trazendo projetos de infraestrutura”, relatou Sidnei Toaldo (Patriota), autor do projeto de lei.

“Foi um grande homem, com uma história de vida bonita e que fez muito para o bairro Butiatuvinha. Ele tinha um lema, que era “solidariedade e superar desafios. Em seu coração, batia a paixão pelo esporte, especialmente o futebol, e o desejo genuíno de servir à comunidade. Ele se destacou como presidente da Associação Viking, da Volvo do Brasil, e também treinou a equipe de futebol da empresa, conquistando inúmeros títulos. Sua paixão inspirava todos a darem o melhor de si”, contextualizou Toaldo. Apoiando a homenagem, Mauro Ignácio (União) disse que conheceu Júlio Narciso, a quem chamou de “pessoa muito dedicada”.

“Lembro dele com o Seu Andrade, um baiano, que falava muito, os dois andavam sempre juntos, faziam festas na casa do Júlio para as crianças, em parceria com a FAS”, lembrou Ignácio. Sidnei Toaldo disse que “o Butiatuvinha deve muito a ele”, cujo trabalho diz que foi determinante para a urbanização da região. “Hoje, o filho dele assume a presidência da associação, inclusive, no sábado, mesmo com a chuva, teve uma festa na comunidade”, enalteceu o autor da homenagem. Júlio Narciso enfrentou um AVC em 2013, falecendo em 2018. “Seu legado é um testemunho de humildade e caráter exemplar”, atestou Toaldo (008.00006.2023).

Projeto social ganha Declaração de Utilidade Pública

Os vereadores de Curitiba entenderam que o Instituto Música e Arte (IMA), associação sem fins lucrativos fundada há quatro anos (014.00023.2022), cumpre os requisitos para receber, da CMC, a Declaração de Utilidade Pública. “Em 2020, produziram 31 vídeos, de forma coletiva, para repassar mensagens de solidariedade durante a pandemia”, destacou a vereadora Sargento Tânia Guerreiro (União), autora do projeto de lei, destacando que a entidade, conduzida pela maestrina Marcia Regina Mocellin, atua gratuitamente em projetos comunitários (confira o relatório de atividades). A iniciativa recebeu 26 votos favoráveis.

A Declaração de Utilidade Pública é exigida para convênios com o poder público e, para ser concedida, a entidade tem que comprovar ações sociais dentro de Curitiba. Na prática, o documento emitido pela CMC funciona como um atestado de bons antecedentes, e sua concessão é regulamentada pela lei complementar municipal 117/2020, que coloca como condições a prestação de serviços de interesse da população, a sede na cidade, a documentação em dia e a apresentação de relatório de atividades. É vedada a concessão para instituições cujos serviços sejam prestados exclusivamente em favor dos associados.