Recriada Frente Parlamentar em Defesa da População em Situação de Rua

por Pedritta Marihá Garcia | Revisão: Celso Kummer* — publicado 23/10/2025 13h30, última modificação 23/10/2025 15h40
Grupo suprapartidário já havia sido criado na última legislatura da Câmara de Curitiba.
Recriada Frente Parlamentar em Defesa da População em Situação de Rua

Uma das funções da frente será trabalhar para estimular a criação de canais de denúncia de violações de direitos das pessoas em situação de rua. (Foto: Carlos Costa/CMC)

Na última terça-feira (21), a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovou o requerimento que recria, no Legislativo, a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da População em Situação de Rua. Este é o 17º grupo suprapartidário em atividade na atual legislatura. O objetivo é ampliar o debate sobre políticas públicas voltadas à inclusão social. 

Clique aqui para conhecer os grupos que já foram criados na 19ª Legislatura.

A iniciativa foi apresentada pela vereadora Giorgia Prates - Mandata Preta (PT) e subscrita por outros 9 parlamentares de diferentes partidos. O requerimento de registro da frente foi aprovado na 2º parte da Ordem do Dia (422.00018.2025). Constituído nos termos do Ato da Mesa 03/2013, assim que formalizada sua instalação, o colegiado atuará até o fim da legislatura, em 2028. Na legislatura passada, frente parlamentar semelhante também teve atuação no Legislativo

Como será a atuação da nova frente parlamentar?

O grupo buscará promover ações que assegurem cidadania, dignidade e acesso a direitos fundamentais para pessoas em situação de vulnerabilidade nas ruas da capital. De acordo com o requerimento aprovado, o objetivo é criar um espaço permanente de diálogo entre o Legislativo, o Executivo, entidades da sociedade civil e movimentos sociais, para discutir a efetivação de políticas públicas intersetoriais.

Entre as áreas abordadas estarão: moradia, saúde, assistência social, segurança alimentar, educação, trabalho e geração de renda. O texto que embasou a criação da Frente Parlamentar em Defesa da População em Situação de Rua menciona o decreto federal 7.053/2009, que instituiu a Política Nacional para a População em Situação de Rua, e dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

“A população em situação de rua em Curitiba enfrenta desafios significativos que comprometem sua dignidade e direitos humanos fundamentais. De acordo com o diagnóstico do Ministério dos Direitos Humanos, em 2023 o número de pessoas em situação de rua em Curitiba cresceu aproximadamente 50% entre 2018 e 2021, passando de 6.463 para 9.653 indivíduos. Esse aumento é agravado pela falta de políticas públicas eficazes e pela ausência de serviços essenciais que possam promover a reintegração dessas pessoas à sociedade”, explica a frente parlamentar. 

A frente será presidida por Giorgia Prates e terá como vice-presidente o vereador Marcos Vieira (PDT). Também serão integrantes do grupo: Angelo Vanhoni (PT), Camilla Gonda (PSB), Laís Leão (PDT), Lórens Nogueira (PP), Nori Seto (PP), Professora Angela (PSOL), Sargento Tânia Guerreiro (Pode) e Vanda de Assis (PT)Entre as atribuições do grupo estarão: acompanhar a tramitação de proposições legislativas relacionadas à população em situação de rua; propor debates e audiências públicas; articular-se com movimentos sociais; divulgar dados e indicadores sobre o tema; e estimular a criação de canais de denúncia de violações de direitos.

Por ser uma parcela da população que vive em extrema vulnerabilidade social, com diversos direitos historicamente negados, se faz necessária a atuação efetiva do poder público municipal através dos Três Poderes, justificando-se essencialmente a atuação verticalizada do Legislativo Municipal. Isso porque o Município é o ente da federação mais próximo do cidadão e pode dar respostas mais efetivas à carência de políticas públicas que assolam diferentes grupos minoritários que nele vivem”, completam os vereadores. 

A Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da População em Situação de Rua funcionará até o final da atual legislatura e será um espaço de articulação suprapartidária dedicado à construção de políticas públicas voltadas à redução das desigualdades e à promoção da dignidade humana em Curitiba.

O que são as frentes parlamentares?

Elas são grupos suprapartidários, formados por pelo menos dez vereadores, com a atuação voltada a um tema específico, de interesse da cidade. A frente parlamentar não traz custos adicionais para a CMC, pois às suas atividades é vetada a “contratação de pessoal, fornecimento de diárias, passagens aéreas e demais despesas”. Elas têm direito a solicitar o espaço físico do Legislativo, desde que não haja interferência nas sessões plenárias e nas reuniões de comissões.

*Notícia revisada pelo estudante de Letras Celso Kummer
Supervisão do estágio: Ricardo Marques