Coronavírus: vereadores lamentam morte de técnica de enfermagem

por Fernanda Foggiato — publicado 28/04/2020 10h45, última modificação 26/08/2020 09h57 Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba.
O enfrentamento ao novo coronavírus (Sars-CoV-2) voltou a repercutir em pronunciamentos no pequeno expediente da sessão plenária desta segunda-feira (27), na Câmara Municipal de Curitiba (CMC). Os vereadores lamentaram a morte da primeira profissional de saúde na capital pela covid-19, confirmada nesse domingo (26). A técnica de enfermagem Valdirene dos Santos, de 40 anos, trabalhava no Hospital Marcelino Champagnat. Também falaram sobre medidas de isolamento social e a manutenção de obras públicas na cidade, dentre outros assuntos relacionados à pandemia.

Herivelto Oliveira (Cidadania) destacou homenagem realizada na noite desse domingo a Valdirene, por familiares, amigos e colegas de trabalho, em frente ao Hospital Marcelino Champagnat. Também alertou à importância do uso das máscaras caseiras e a aglomerações que têm sido registradas em Curitiba. “Não estamos em isolamento por nós. Estamos em isolamento pelos outros. Não é só para que você se proteja”, afirmou.

“A covid-19 é uma realidade. Cada vida perdida não tem reposição”, acrescentou Oliveira. Não é só porque a Curitiba tem indicadores melhores em relação a outras capitais “que devemos nos descuidar”, salientou o parlamentar. Ele ainda sugeriu a realização, sempre ao final das sessões plenárias, de um minuto de silêncio por todas as vítimas do novo coronavírus.

“Em cima da fala do Herivelto, também quero render meus sentimentos à família [da Valdirene]”, completou Ezequias Barros (PMB). Em sua avaliação, Curitiba tem menos mortes e casos confirmados que outras capitais devido ao trabalho “determinante” do prefeito Rafael Greca e da secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak, “24 horas por dia lutando contra a covid”.

Além de lamentar o falecimento da técnica de enfermagem, Noemia Rocha (MDB) reforçou “preocupação em relação à pandemia, aos profissionais da saúde, aos servidores de frente”. “A preocupação dos servidores, que chegou até nós, é em relação aos EPIs [equipamentos de proteção individual]. Eles não têm equipamentos apropriados para isso”, declarou a líder da oposição. Para ela, as mortes não podem ser vistas como números: “É uma vida. Estamos vivendo dias de negação. Nossa realidade em Curitiba ainda é preocupante”.

Professora Josete (PT) alertou à “escalada da pandemia” no Brasil. “As medidas de relaxamento do isolamento social nos trazem preocupações. Outro aspecto que nos tem preocupado bastante é a superlotação do transporte coletivo”, pontuou. Ela cobrou da Prefeitura de Curitiba a fiscalização das “linhas que estão superlotadas’, para que haja o distanciamento adequado entre os usuários do sistema.

Professor Euler (PSD) pediu a fiscalização do decreto municipal que dispõe sobre o uso de máscaras em espaços públicos, com o apoio da Guarda Municipal ou outros mecanismos. “Várias cidades estão adotando. Ajuda muito a conter a transmissão do vírus. A não receber o vírus e a não transmitir. Mas a gente percebe na cidade que não há o devido cumprimento”, declarou. A conscientização da população quanto ao uso da máscara, defendeu, deveria ocorrer principalmente no transporte coletivo. “Essa é uma das medidas que vai nos ajudar a sair o mais rápido possível dessa crise na saúde.”

Euler também cobrou um posicionamento do Executivo quanto ao Regime Integral de Trabalho (RIT) dos professores municipais do integral e dos faróis do saber. “Na última folha já não foi pago. Apesar de terem entrado com um protocolo, parece que o problema está sendo empurrado com a barriga. Ninguém está dando uma resposta”, afirmou.

Obras públicas
Toninho da Farmácia (DEM) garantiu o trabalho nos bairros continua sendo feito, “respeitando os limites do decreto municipal”. “Não podemos ficar nos escondendo atrás das câmeras apenas”, avaliou. Em especial, ele agradeceu o prefeito Rafael Greca, o secretário do Governo Municipal, Luiz Fernando Jamur, e o secretário municipal de Obras Públicas, Rodrigo Rodrigues. “A cidade continua evoluindo, continua trabalhando. A praça que tínhamos inaugurado no final ano passado, como havia se comprometido conosco nosso secretário Rodrigo Rodrigues, está sendo toda iluminada, a pista da caminhada”, explicou.

O mesmo ocorre com outros requerimentos de sua autoria, indicou Toninho, que “a prefeitura tem procurado atender da melhor maneira possível”. “Nosso trabalho nunca parou e não para”, afirmou. “Antes de tudo, temos que fazer nosso dever de casa, que é defender nosso povo da cidade de Curitiba, e não podemos fazer algum tipo de sensacionalismo ou coisa parecida.” Ezequias Barros também agradeceu o Executivo por solicitações, de sua iniciativa, contempladas pelo administrador regional do Boqueirão, Ricardo Dias.

“Tenho recebido diversas reclamações de obras que não precisariam do recape”, contrapôs Professor Euler. O vereador ainda questionou a paralisação da revitalização da avenida Visconde de Guarapuava, “que quando estava em andamento tornou o trânsito insuportável”, e se a retomada ocorrerá “quando as aulas recomeçarem”. Para ele, o atual momento, com menos pessoas em circulação na cidade, deveria ser aproveitado.