Novembro será considerado o “Mês do Empreendedorismo Feminino” em Curitiba. A medida está prevista em um projeto de lei aprovado nesta segunda-feira (12) pela Câmara Municipal. Ao criar a data no calendário oficial da cidade, o objetivo é conscientizar a população sobre os desafios enfrentados pelas empreendedoras e fortalecer a presença feminina nas atividades de empreendedorismo.

A matéria foi aprovada em primeiro turno com 31 votos favoráveis (005.00089.2025). Responsável pela iniciativa, o vereador Lórens Nogueira (PP) explicou que a data remete ao Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino, celebrado anualmente em 19 de novembro, por iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Esta celebração tem como objetivo destacar as conquistas das mulheres no mundo empresarial, além de fomentar o apoio àquelas que enfrentam desafios para empreender, especialmente em cenários de desigualdade social, econômica e de gênero”, pontuou.

As ações do Mês do Empreendedorismo Feminino serão pautadas pelas seguintes diretrizes:

• Valorizar o protagonismo feminino na economia local, dando visibilidade às mulheres empreendedoras;
• Oferecer capacitação e suporte técnico para mulheres que desejam empreender ou expandir seus negócios;
• Fomentar debates e articulações intersetoriais, envolvendo o poder público, a iniciativa privada, organizações da sociedade civil e instituições de ensino;
• Inspirar novas gerações de mulheres empreendedoras, demonstrando que a atividade é uma ferramenta para a autonomia financeira e a transformação social.

Empreendedorismo feminismo precisa ser fortalecido, dizem vereadores 

Segundo o autor do projeto de lei, ao criar a data, Curitiba reforça sua adesão a movimentos nacionais e internacionais, “que promovem a equidade de gênero, o protagonismo feminino e o desenvolvimento econômico e sustentável”. Ele também reforçou que os dados da economia da cidade, e do estado, revelam a “urgência e a relevância” do tema.

“Em Curitiba, cerca de 34% dos empreendedores são mulheres, com grande concentração no setor de serviços e comércio. Entre os microempreendedores da nossa cidade, 45% são mulheres, segundo a própria Prefeitura. No estado do Paraná, cerca de 32% dos empreendimentos são liderados por mulheres, com presença destacada no setor de serviços, com 44%; comércio, 18%; e indústria, 17%”, citou Lórens Nogueira.

O parlamentar ressaltou, ainda, que as mulheres empreendedoras, muitas vezes, enfrentam desigualdade de renda, dificuldade de acesso a crédito e jornadas múltiplas, e ainda sim seguem “firmes, inovando, gerando emprego e promovendo transformação social”. E esta análise de Nogueira foi corroborada por outros 17 vereadores e vereadoras.

Para Indiara Barbosa (Novo), as mulheres empreendedoras enfrentam muitas dificuldades no dia a dia, a maioria delas é informal, pois “entra no empreendedorismo por necessidade, para se sustentar, conseguir uma renda no final do dia, para sua família, [...] e são mulheres que precisam de suporte”. Já Meri Martins (Republicanos) disse acreditar que a proposta de lei, ao prever a oferta de capacitações e suporte técnico para as empreendedoras, dará ferramentas necessárias para que elas não desistam de seus negócios. 

Presidente da Frente Parlamentar do Empreendedorismo, Jasson Goulart (Republicanos) disse que as mulheres representam números importantes da economia e precisam ser valorizadas, ter acesso a ferramentas para que possam crescer seus negócios. Já Serginho do Posto (PSD) observou que a inclusão da data no calendário “também é uma forma de fomentar essas ações”. "Em todas as esferas, vemos um movimento para que a força do trabalho da mulher seja fortalecida”, analisou o vereador. 

“Valorizar a mulher empreendedora na cidade de Curitiba demonstra a sensibilidade que nós temos e a valorização para estas mulheres”, complementou Carlise Kwiatkowski (PL), procuradora da Mulher da CMC. Ela também se colocou à disposição de projetos que “venham para contribuir para a participação feminina” em todas as áreas. “O fortalecimento financeiro das mulheres é base essencial para que a gente tenha uma sociedade mais igualitária. [...] Esse processo não é somente vinculado à economia, mas é um processo que pode salvar essas mulheres, tirá-las de ciclos de violência muito graves”, finalizou Laís Leão (PDT). 

Durante o Mês do Empreendedorismo Feminino, serão realizadas campanhas de conscientização e outras ações educativas, como palestras, eventos e encontros comunitários voltados à temática. Giorgia Prates - Mandata Preta (PT) sugeriu que, na programação sejam incluídas atividades especifícas voltadas ao empreendedorismo feminino negro, pois “existem desigualdades raciais que ainda impõem barreiras enormes para que as mulheres tenham acesso a créditos, visibilidade e oportunidades no mundo dos negócios”.

Também participaram da discussão outros sete parlamentares: Bruno Secco (PMB), Camilla Gonda (PSB), Delegada Tathiana Guzella (União), João da 5 Irmãos (MDB), Marcos Vieira (PDT), Rafaela Lupion (PSD), Renan Ceschin (Pode), Sargento Tânia Guerreiro (Pode), Toninho da Farmácia (PSD) e Zezinho Sabará (PSD).

Com a aprovação da proposta de lei, hoje, só falta mais uma etapa para que a lei esteja pronta para sanção: a votação em segundo turno, na próxima quarta-feira (14). Se sancionada, a data estará oficializada na data da publicação da norma no Diário Oficial de Curitiba.