Acatadas sugestões de gratuidade e nova linha no transporte coletivo

por Assessoria Comunicação publicado 04/06/2019 16h40, última modificação 08/11/2021 08h49
Os vereadores de Curitiba acataram, nesta terça-feira (4), duas sugestões à Prefeitura. Uma delas, de Geovane Fernandes (PTB), sugere gratuidade a todos os passageiros. A outra, de Bruno Pessuti (PSD), indica a criação do alimentador entre os terminais do Santa Cândida e do Capão da Imbuia.

A sugestão de diretriz de mobilidade urbana com transporte social em Curitiba (201.00036.2019) sugere que o custeio do sistema de transporte público seja feito por meio de uma taxa mensal paga pelas empresas Microempreendedor Individual (MEI); Microempreendedor (ME); Empresa de Pequeno Porte (EPP); Empresa Individual de Responsabilidade Ilimitada (EIRELI); Sociedade Limitada (LTDA) e Sociedade Anônima (S.A.), baseado no número de funcionários registrados conforme o Caged/Ipardes.

O fator de divisão seria o número de empregados ativos obtidos pela Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), atualmente em torno de 914 mil com carteira assinada. O teto de contribuição das empresas seria em torno de R$ 79,00 por funcionário, não sendo descontado nenhum valor da remuneração mensal do colaborador, que passaria a ter um ganho real de 6% em sua remuneração. O empregador contribuiria com 90%, sobre o custo do sistema RIT, hoje R$ 79.315.200,69, sendo que a diferença seria custeada pelo município ou pelo estado. 

A liberação do transporte para os empregados seria feita pela empresa com base em seus registros e no modo "catraca livre", sendo que todos os usuários do sistema teriam acesso ao Transporte Coletivo. De acordo com Fernandes, prevê-se uma redução definitiva em custos de emissão de cartões e bilhetagem eletrônica. Com o sistema funcionando nos moldes adequados há previsão de que se reduza em torno de 22 a 28% a circulação de veículos nas vias da cidade. 

“Isso significaria a melhoria no fluxo de trânsito e na circulação de pedestres pela capital”, aponta o vereador. A aplicação desse modo de gerenciamento não gera a necessidade de demissões de funcionários no transporte coletivo, que poderiam ser requalificados, passando a exercer a função de "agentes de bordo" dentro dos terminais e nos ônibus, auxiliando os passageiros e usuários em geral, principalmente idosos, com informações e orientações ou em áreas de natureza administrativa e/ou operacionais. Caberia ainda ao Poder Executivo a criação de um "novo fundo" para administração dos valores da taxa de mobilidade do Transporte Coletivo.

Professora Josete (PT) entende que a sugestão merece uma análise muito aprofundada por parte do Executivo. “Nós temos um sistema de transporte que está em crise, sabemos que a cada ano cai o número de usuários. Sabemos também que há uma lógica que é bastante desigual em relação à questão da tarifa. Quem paga de fato é quem está no mercado informal”. Para Serginho do Posto (PSDB) a sugestão pode render bons frutos. “Trata-se de uma matéria muito responsável. Acredito que nós precisamos de inovação no campo do transporte coletivo”, disse o vereador, que destacou o fato de que Luxemburgo terá o seu transporte coletivo financiado. Herivelto Oliveira destacou que o tema é de interesse da população. “Houve tentativas pelo mundo que foram bem sucedidas e outras que não obtiveram bons resultados. O debate está aberto”, disse o parlamentar.

Nova linha 
Outra sugestão acatada nesta terça-feira pelo plenário da Câmara foi a de criar a linha alimentador Terminal Santa Cândida/Terminal Capão da Imbuia (203.00111.2019), de iniciativa de Bruno Pessuti. Para ele, a medida seria uma alternativa muito importante para atender a demanda que será gerada com a inauguração do Jockey Plaza Shopping, além de atender a demanda da Unibrasil, Instituto Médico Legal, Fundação Ecumênica de Proteção ao Excepcional e futuras instalações que existirão no local, como uma delegacia.

De acordo com o vereador, o shopping irá gerar 6 mil empregos. “Considerando que os empregados das lojas no shopping sejam proveniente da região norte da RMC, é importante que eles tenham uma opção rápida para chegar até o trabalho, sem saturar outra linha já existente como o Interbairros II e Inter 2, que sai do Terminal do Cabral entre outros importantes como Hauer e Capão Raso”. Além disso, essa nova linha também poderia auxiliar no transporte de pessoas que se deslocam a partir da Região Metropolitana, evitando passar pelo centro da cidade, pois permite uma ligação entre as linhas que vem de Cajuru e Pinhais com linhas que vão para Colombo e Tamandaré.  

Pessuti explicou que fazendo uma rápida análise com o Google Maps, é possível verificar que atualmente para fazer o mesmo trajeto entre os dois terminais são necessários 45 minutos, usando pelo menos 2 linhas diferentes. Se uma linha apenas existir entre os terminais, o tempo será de apenas 20 minutos. Para Serginho do Posto (PSDB) a integração será oportuna. “O shopping mudará as características do bairro Tarumã do ponto de vista econômico ambiental e com consequências para o trânsito”. Para ele, a Câmara poderia participar mais do debate em torno dos grande empreendimentos que são instalados em Curitiba. 

Mauro Bobato (Podemos) também entende que o estudo do impacto que o empreendimento traz sobre a malha viária deveria ser trazido para a Câmara. “Acho até que poderia haver uma comissão própria para o estudo da mobilidade urbana na Câmara”, disse ele. Julieta Reis (DEM) confia que o Ippuc tenha feito uma completa avaliação do impacto que o shopping trará para a região. “Até porque o trânsito naquela avenida é complexo”, declarou. Oscalino do Povo (Podemos) lembrou que em alguns países os grande empreendimentos [como shoppings] em espaços urbanos oferecem como medida mitigadora um ônibus complementar aos que já operam regularmente. 

Herivelto Oliveira (PPS) destacou que vizinha ao shopping está a escola Paulo Leminski, cujas ruas de seu entorno estão mal capeadas. Para o ele, uma ação mitigadora por parte do shopping seria o recapeamento destas vias. Jairo Marcelino (PSD) apontou que na região também há o Cemitério Vertical e o colégio Professora Maria Balbina Dias. 

Professor Silberto (MDB) destacou que é necessário pensar também na mobilidade dos carros. “Como seria se na inauguração do Shopping Palladium não houvesse sido também inaugurado aquele viaduto na avenida Kennedy”? Osias Moraes salientou que a Igreja Universal fez um grande empreendimento no bairro Rebouças e teve de cumprir medidas mitigadoras que já chegaram à casa dos R$ 11 milhões, como a revitalização da avenida Getúlio Vargas, por exemplo.