Tribuna Livre: Curitiba tem robô salvando vidas dentro de hospitais

por Assessoria Comunicação publicado 22/11/2017 12h10, última modificação 22/10/2021 09h54

Depois que o robô Laura foi implantado no Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, no ano de 2016, o tempo de reação da equipe médica, entre o diagnóstico do problema de saúde do paciente e a administração de antibióticos, caiu de 13 horas para 2 horas e 58 minutos. A tecnologia, desenvolvida por curitibanos, foi apresentada aos vereadores nesta quarta-feira (22), numa Tribuna Livre organizada por Bruno Pessuti (PSD) e Colpani (PSB). “Curitiba tem o primeiro robô cognitivo gerenciador de riscos do mundo”, afirmou Jacson Fresssato, idealizador do projeto e coordenador da equipe técnica responsável.

“Jac” Fressato, como é conhecido, destacou a coragem inovadora das freiras do Hospital N. S. das Graças, pela disposição em serem a primeira unidade de saúde a receber o robô. Hoje, em Curitiba, os hospitais Pequeno Príncipe e Erasto Gaertner já usam a tecnologia, que também será adotada na rede municipal de saúde para ajudar na redução da mortalidade materna. O robô se chama Laura em homenagem à filha de Fressato, falecida de sepse em 2010, após 18 dias de vida. A infecção generalizada (sepse) é a causa de 25% dos leitos de UTI no Brasil e mata em 65% dos casos, alerta o Instituto Latinoamericano da Sepse.

“A morte não pode ser resolvida, ela faz parte da nossa vida. Entender e respeitar isso é importante. Mas tudo que vem antes da morte são problemas que podemos resolver”, justificou Fressato. “Se [o uso do robô Laura] reduzir em 5% os casos de sepse apenas nos hospitais filantrópicos do Brasil, o saving [economia de recursos] será de R$ 22 bilhões por ano aos cofres públicos”, estimou o empreendedor. Ele dirige um time com 11 pessoas que administra os vários softwares que, interligados, e conectados às bases de dados dos hospitais, podem checar praticamente em tempo real os dados vitais coletados pela equipe médica.

“A Laura não é um robô físico, está implantada em servidores da IBM, em vários locais do mundo e, quando retorna com dados dos hospitais, devolve alarmes [às equipes médicas] em relação a cada paciente. É uma inteligência artificial treinada por médicos especialistas com capacidade para processar as informações em 3,8 segundos. O resultado depende da estrutura do hospital, mas onde ela foi implantada houve mudança nas rotinas, que aumentaram a velocidade com que novas informações são coletadas [e atualizadas nos prontuários]”, relatou Jac Fressato. A iniciativa foi muito bem recepcionada pelos vereadores, que se emocionaram com a história de vida dele e com o impacto positivo da tecnologia nos hospitais.

“É uma história que deve inspirar cada vez mais pessoas”, elogiou Bruno Pessuti, autor do convite para que Fressato apresentasse o robô Laura na Câmara Municipal. Para isso, ele obteve o apoio de Colpani, que dividiu com o vereador o uso da Tribuna Livre. “Eu já tinha ouvido falar, mas não imaginava o impacto da Laura”, disse Colpani, que, como outros parlamentares, descreveu os estudantes de Tecnologia da Informação e outros profissionais da equipe de Fressato como “heróis”. “Fala ao coração”, somou Serginho do Posto (PSDB), presidente da Câmara. Felipe Braga Côrtes (PSD), Noemia Rocha (PMDB), Maria Leticia Fagundes (PV), Tico Kuzma (Pros), Pier Petruzziello (PTB), Maria Manfron (PP), Professor Euler (PSD), Tito Zeglin (PDT), Julieta Reis (DEM) e Mauro Bobato (Pode) também elogiaram a tecnologia.

Fressato pediu o apoio dos vereadores na divulgação do robô Laura, defendendo que é o que o projeto mais precisa no momento. “A notoriedade vai sustentar uma cadeia de valor importante”, justificou, frisando que a tecnologia pode reinserir Curitiba no cenário internacional da inovação. “Estamos usando inteligência artificial para salvar vidas!”, destacou. Ele contou que, dos 42% profissionais de “machine learning” (área da computação dedicada às inteligências artificiais) baseados em Londres são brasileiros e, desses, 60% são curitibanos. “[Londres] está levando um título que poderia ser nosso se conseguíssemos repatriar [esses profissionais]. Basta dar motivos”, afirmou.