Sugeridos tratamento alternativo da covid-19 e parcerias para vacinação
Osias Moraes (Republicanos) defendeu o uso do capacete de PVC, que tem sido produzido no PR e que “permite uma oxigenação não invasiva de uma forma mais confortável aos pacientes, segundo profissionais de saúde”. (Foto: Reprodução YouTube/CMC)
Ideias que vão desde à aplicação de um tratamento alternativo da covid-19, passando pela realização de parcerias com farmácias para a aplicação de vacinas, até a criação de uma gratificação temporária para os servidores municipais que atuam no serviço funerário. Essas são as novas indicações de ato administrativo ou de gestão aprovadas na segunda parte da ordem do dia desta terça-feira (23) que serão encaminhadas pela Câmara Municipal de Curitiba (CMC) ao Poder Executivo. Na sessão plenária, que foi transmitida pelas redes sociais, os vereadores também debateram a suspensão do EstaR (Estacionamento Regulamentado) durante a bandeira vermelha.
De Osias Moraes (Republicanos) partiu a sugestão para que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) utilize o capacete respiratório de PVC como opção no tratamento da covid-19 (203.00102.2021). Ao comparar o preço do equipamento alternativo, que custa em média R$ 300, com o de uma máquina de ventilação mecânica, avaliada em R$ 70 mil, o vereador defendeu o uso da ferramenta, que tem sido produzida no Paraná e que “permite uma oxigenação não invasiva de uma forma mais confortável aos pacientes, segundo profissionais de saúde”.
Conforme o parlamentar, a tecnologia do capacete foi desenvolvida fora do país e foi adaptada no Brasil. Em Curitiba, o equipamento já é usado por quatro hospitais da capital, mas não substitui o uso da ventilação mecânica, sendo uma opção a mais no tratamento contra a doença. “O médico Gustavo Schulz, superintendente do [Hospital] Vita, cita que os hospitais estão buscando alternativas e o capacete ajuda a evitar que alguns pacientes acabem precisando do ventilador. Em alguns casos, mais graves, o capacete não evita que a pessoa acabe precisando de ser entubada, mas ajuda a retardar esse processo”, contou.
Parceria com farmácias
O plenário também aprovou a indicação de ato administrativo ou de gestão de Nori Seto (PP) para que a Prefeitura de Curitiba firme parceria com redes de farmácias e drogarias para que esses locais possam servir como pontos de vacinação gratuita contra a covid-19 (203.00105.2021). O objetivo da sugestão é tornar mais ágil e acessível a imunização da população, quando Curitiba tiver maior quantidade de doses da vacina. Para o vereador, criar mais pontos de vacinação poderá facilitar o acesso da população ao imunizante.
Favorável à medida, Amália Tortato (Novo) informou que ela e Indiara Barbosa, do mesmo partido, em reunião na SMS, sugeriram que o Executivo fizesse parcerias com clínicas médicas também com o objetivo de acelerar a vacinação contra a doença. Professora Josete (PT) também apoiou a ideia de Nori Seto, mas ponderou que, no momento, o “problema da cidade não é a falta de profissionais” ou de locais de vacinação, e sim a falta de imunizantes. A vereadora lembrou que a rede municipal conta com mais de 100 unidades de saúde, todas com profissionais capacitados para fazer a vacinação.
Ônibus no Pavilhão da Cura
Outra sugestão de Nori Seto acatada na segunda parte da ordem do dia indica que, em dias de vacinação, a Urbs altere o trajeto de três linhas de ônibus (811-Saturno e 812-Montana, alimentadores; e 870-São Braz, convencional) para atender a população idosa ou com dificuldade de locomoção que precisa se vacinar no Pavilhão da Cura do Parque Barigui (203.00104.2021). O vereador explicou que a medida seria temporária e é simples, porque as linhas já passam no entorno do parque.
Votação dividida
Com 14 votos favoráveis e 7 contrários, a CMC se dividiu ao aprovar da sugestão para que o Poder Executivo crie uma gratificação temporária para os trabalhadores do serviço funerário do município (201.00024.2021). Autor da indicação, Oscalino do Povo (PP) explicou que sua proposta “encontra respaldo na necessidade de valorizar o trabalho daqueles que atendem a população, mesmo no atual momento de pandemia”.
“Considerando que o ofício realizado por esses profissionais demanda o contato exposto ao vírus, faz-se necessário que sejam recompensados de alguma forma, uma vez que correm diariamente o risco majorado de serem contaminados em seu ambiente de trabalho. Além disso, há de se falar na exaustão causada pelo excesso de trabalho enfrentado pelos empregados em questão no presente período. O esgotamento acaba por afetar a saúde mental e física, tornando-se ainda mais prejudicada em função de presenciar a morte de milhares de pessoas causada pela covid-19”, complementa, na justificativa da sugestão.
Apesar de favoráveis ao mérito, quatro vereadores explicaram por que votaram contra a indicação de Oscalino de Povo. Denian Couto (Pode), Dalton Borba (PDT) e Renato Freitas (PT) concordaram que esse não é o momento de propor qualquer gratificação ao funcionalismo público, mesmo que sejam profissionais que estejam na linha de frente. “Não podemos conceder benefícios para alguns enquanto outros estão passando fome. Enquanto muitos estão trabalhando, outros são proibidos de sair de casa para trabalhar. Esse é meu entendimento. Minha forma de entender. Se temos que olhar para alguém, temos que ver aqueles que não podem trabalhar e suas contas não deixam de vencer”, corroborou com os demais o vereador Toninho da Farmácia (DEM).
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