“É importante falar sobre o assunto para que as pessoas que estejam passando por momentos difíceis busquem ajuda e entendam que a vida sempre vai ser a nossa melhor escolha”. Com essa afirmação, a coordenadora de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde (CMC), Luciana Maísa da Silva Sydor, abriu sua fala na Tribuna Livre da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), realizada nesta quarta-feira (3). A convidada apresentou a linha de cuidado em saúde mental da Prefeitura de Curitiba e convidou a população para participar das ações do Setembro Amarelo, campanha de prevenção ao suicídio.

No dia 13 de setembro, que é um sábado, haverá um quiosque da Saúde Mental, para atendimento da população, dentro da atividade Câmara Aberta, a partir das 9h, ao lado da praça Eufrásio Correia, no Centro. No dia 20, está marcada uma caminhada no Tatuquara, saindo da Unidade de Emergência Psiquiátrica Irmã Dulce. No dia 21, o Parque Barigui terá outra caminhada e atividades como musicoterapia e auriculoterapia, em parceria com a Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude. Já no dia 28, a campanha Setembro Amarelo estará presente no Domingo no Centro, com tenda voltada à saúde mental.

Luciana Sydor reforçou o convite aos parlamentares e à população. “Peço encarecidamente que nos ajudem a divulgar, que vistam amarelo e estejam lá conosco. Essas atividades são para trazer visibilidade para essa causa tão importante, que é a prevenção ao suicídio e a promoção da vida”. O convite para a vinda de Luciana Sydor foi feito pela Comissão Executiva da Câmara de Curitiba, presidida pelo vereador Tico Kuzma (PSD), com apoio do 1º secretário Bruno Rossi (Agir) e da 2ª secretária Indiara Barbosa (Novo). A palestra foi transmitida ao vivo pelo canal da CMC no YouTube.

“A gente precisa estar atento aos indícios”, alerta coordenadora de Saúde Mental

Sobre a prevenção ao suicídio em Curitiba, Luciana Sydor ressaltou que o tema ainda é tratado como tabu, o que dificulta o reconhecimento dos sinais de sofrimento psíquico. “A pessoa está num sofrimento grande perto da gente e a gente não percebe. Quando acontece, que alguém próximo acaba se suicidando, pensamos: ‘Ele estava dando sinais, eu não vi’.” Por isso, ela defendeu a importância de abrir espaço para diálogo e de combater mitos. “Isso de que ‘a pessoa que fala que vai se matar não se mata’ [está errado]. Se mata, sim. Ela vai dando indícios e a gente precisa estar atento”.

A coordenadora da Saúde Mental explicou que Curitiba organizou uma linha de cuidado específica, envolvendo atenção primária, ambulatórios, Caps, pronto-atendimentos e hospitais. Luciana Sydor explicou que todos os pontos da rede estão preparados para acolher e notificar tentativas, garantindo acompanhamento. Ela destacou a atuação dos profissionais de saúde, mas também pediu a atenção das famílias. “Faço um pedido aos pais: monitorem o que os seus filhos veem na internet, conversem, sejam responsáveis por eles, porque ainda estão sob a nossa tutela”.

Entre os grupos mais vulneráveis, Luciana Sydor apontou jovens e idosos. Segundo ela, adolescentes apresentam maior risco por causa da impulsividade e da imaturidade neurológica. Já os idosos enfrentam sentimentos de inutilidade e de desgaste familiar. “Pensar em estratégias de cuidado e promoção para a vida dos idosos é bastante significativo, porque Curitiba está invertendo a pirâmide etária. Nós precisamos fortalecer fatores protetivos para que esse pensamento de autodestruição não se fortaleça”, afirmou.