Curitiba terá a Semana da Responsabilidade Parental
Renan Ceschin indicou que proporá outros projetos sobre responsabilidade parental na Câmara. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)
“O pai que abandonou o filho, que deixa a mãe na mão, que não ajuda a criar o seu filho, que não ajuda a cuidar do seu filho, ainda mais um filho com deficiência, é um baita de um covarde.” Com essas palavras, o vereador Renan Ceschin (Pode) defendeu, nesta segunda-feira (6), na Câmara Municipal de Curitiba (CMC), a aprovação do projeto de lei que cria a Semana Municipal de Conscientização e Responsabilidade Parental de Crianças e Adolescentes com Deficiência (005.00173.2025).
Em alusão ao Dia da Criança, a Semana da Responsabilidade Parental será realizada anualmente na segunda semana de outubro. A proposta foi aprovada em primeiro turno, por unanimidade, com 21 votos favoráveis, e retorna à pauta nesta terça-feira (7), para votação em segundo turno. O projeto de Ceschin prevê uma programação de palestras, debates, oficinas e campanhas educativas em escolas, igrejas e instituições públicas, com o apoio de profissionais das áreas de saúde, psicologia, assistência social e direito.
A iniciativa busca fortalecer os laços familiares, informar sobre direitos e deveres parentais e combater o abandono de crianças e adolescentes com deficiência. “Não se trata apenas de criar uma semana no calendário oficial, mas de lançar as bases de uma política permanente de conscientização e responsabilidade, em defesa da dignidade das pessoas com deficiência e de suas famílias”, afirmou Renan Ceschin, durante o debate em plenário.
Aos vereadores, o autor explicou que a proposta nasceu do diálogo com mães atípicas e de relatos sobre a ausência paterna em famílias que enfrentam as dificuldades da deficiência. Renan Ceschin completou dizendo que “quando a família não recebe apoio, o isolamento social aumenta” e que o objetivo é “somar forças com o poder público e a sociedade civil para garantir igualdade de direitos e oportunidades”.
Semana da Responsabilidade Parental mobilizou apoios na Câmara
Vários vereadores manifestaram apoio à proposta. Giorgia Prates - Mandata Preta (PT) elogiou a iniciativa e afirmou que o projeto “dialoga com o enfrentamento ao abandono e à exclusão das famílias atípicas”, destacando que a maioria das atividades voltadas às crianças com deficiência é realizada pelas mães. Delegada Tatiana Guzella (União) defendeu que o abandono moral e material de crianças com deficiência “deveria ser crime” e classificou as mães atípicas como exemplo de “garra e perseverança”.
Serginho do Posto (PSD) destacou que a conscientização é um processo de longo prazo, mas que debates como o proposto por Ceschin “podem causar efeito real na sociedade”. Já Andressa Bianchessi (União) e Indiara Barbosa (Novo) ressaltaram a importância da figura paterna e elogiaram o fato de o tema ter sido trazido por um vereador homem, com o intuito de sensibilizar outros pais. Marcos Vieira (PDT) lembrou que o fortalecimento familiar é essencial para o desenvolvimento das crianças com deficiência e afirmou que “a iniciativa vai fazer diferença na vida das famílias curitibanas”.
Ao encerrar a discussão, Renan Ceschin reforçou a intenção de dar continuidade ao debate em novas ações da Câmara. Ele anunciou que o tema será pauta de uma audiência pública. “O pai presente faz diferença na vida de uma criança, imagine na vida de uma criança com deficiência”, afirmou o vereador.
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