Projeto quer reduzir riscos fatais a vigilantes em Curitiba

por José Lázaro Jr. | Revisão: Ricardo Marques — publicado 04/12/2025 16h53, última modificação 04/12/2025 16h53
Proposta da Delegada Tathiana Guzella inclui protocolos obrigatórios para atendimentos noturnos em instituições financeiras.
Projeto quer reduzir riscos fatais a vigilantes em Curitiba

Protocolo seria aplicado em casos de acionamento de alarmes e ameaças de invasão a bancos. (Foto: Arquivo/Sindivigilantes-ES)

Demonstrando preocupação com homicídios, tentativas de invasão e agressões registradas durante atendimentos noturnos em bancos da capital, a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) está discutindo uma proposta da Delegada Tathiana Guzella (União) que obriga instituições financeiras a adotarem protocolos reforçados para proteger vigilantes. Segundo a autora, a iniciativa busca enfrentar “um cenário de periculosidade comprovada e crescente” (005.00679.2025).

O projeto altera o Estatuto de Segurança Bancária para incluir o artigo 9º-A, determinando que bancos e estabelecimentos financeiros passem a adotar medidas específicas nos atendimentos realizados fora do expediente, como acionamento de alarmes e ameaças de invasão. A justificativa destaca que a atividade de vigilante é reconhecida legalmente como de “elevada periculosidade”, com riscos ampliados durante deslocamentos e ocorrências em horários de menor fluxo.

Protocolos obrigatórios para reduzir riscos

O mecanismo central da proposta está na criação de uma exigência legal direta, impondo às instituições financeiras o envio preferencial de equipes múltiplas, em veículos seguros e providas de equipamentos de proteção individual. A vereadora Delegada Tathiana afirma que as medidas permitirão “a adoção de protocolos de segurança compatíveis com o risco da atividade”, reforçando o caráter preventivo da norma e a integração com a segurança pública municipal.

Além de estabelecer padrões mínimos de atuação, o projeto cria um instrumento para fiscalização administrativa, possibilitando ao Município exigir o cumprimento dos protocolos. A autora defende que os novos procedimentos são tecnicamente amparados e essenciais para mitigar situações em que “o deslocamento individual, sobretudo em motocicletas, aumenta exponencialmente o risco de agressões, atentados e morte”.

A justificativa do projeto lista casos recentes de violência contra vigilantes no Paraná, citando ocorrências em Apucarana, Maringá, Foz do Iguaçu, Curitiba e Paranavaí. Para a vereadora, tais registros evidenciam que os riscos não são “meramente abstratos”, pois envolvem disparos, homicídios, latrocínios e agressões graves registradas durante atendimentos de alarme. O texto também menciona estudos da PUC-Minas e da UFMG e dados do INSS sobre problemas psicológicos e redução da expectativa de vida na categoria.

A proposta segue em avaliação pelas comissões temáticas antes de eventual votação em plenário.