Professores marcam a história da cidade

por Ana Claudia Kruger — publicado 15/10/2011 14h40, última modificação 04/09/2020 14h50
Professores marcam a história da cidade

Primeira aluna do curso de Medicina da recém-fundada UFPR lecionou na instituição durante 41 anos. (Foto – Anderson Tozato)

Um novo levantamento histórico realizado pela Câmara Municipal de Curitiba, através da Assessoria de Comunicação, pretende contar quem são as pessoas que emprestam os nomes aos locais onde moramos. Até agora, quase 20% das ruas já foram identificados e incluídos em um banco de dados.  Segundo o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), a capital possui 9.248 logradouros, sendo 969 considerados não oficiais. Do total, 175 são nomeados em referências a professores, cuja data comemorativa é o dia 15 de outubro.

Um exemplo é o Professor Elysio de Oliveira Vianna, que denomina uma travessa no Tarumã. Nascido em Antonina, mudou-se para Curitiba com a família após conclusão de seus estudos, fundando o Colégio Vianna. Depois de alguns anos, o estabelecimento passou a se chamar Ginásio Novo Ateneu e, posteriormente, Colégio Novo Ateneu. Mais tarde, deu origem à Associação de Ensino Novo Ateneu. O irmão de Vianna, o igualmente professor Milton Vianna, que também teve seu nome dado a  uma rua, localizada no Sítio Cercado, fundou, então, a Faculdade de Direito de Curitiba, que passou a se chamar Centro Universitário Curitiba, o Unicuritiba. 

Já a Rua D. Branca do Nascimento Miranda, no Pilarzinho, é uma homenagem à mulher que se formou professora em 1909, a contragosto da família. Quando se casou, três anos mais tarde, o marido não a autorizou a trabalhar em instituições públicas de ensino. A vocação, no entanto,  levou a jovem a lecionar para seus sobrinhos. Sua fama de excelente professora espalhou-se e Dona Branca se dedicou durante 25 anos ao magistério particular, com o mesmo entusiasmo que traria à sala de aula.

Diversas ruas são nomeadas por profissionais que lecionaram nos variados graus de ensino, que, porém, não tinham o tratamento de professores, mas doutores, como médicos e advogados. A Doutora Maria Falce, que denomina via pública do bairro Ahú, é uma destas pessoas. Foi a primeira aluna do curso de Medicina da recém-fundada Universidade do Paraná, em uma época na qual a profissão médica era considerada masculina. Depois, foi aprovada para lecionar na Faculdade de Medicina, onde permaneceu por 41 anos, recebendo o título de “Professor Emérito”.

Decreto Imperial
A data de 15 de outubro, dedicada ao Dia do Professor, é alusiva ao Decreto Imperial assinado pelo Imperador Pedro I, em 1827, no qual se ordenava a criação de escolas de ensino fundamental em todas as vilas e regiões populosas do Império. O dia 15 de outubro também é dedicado à educadora Santa Tereza de Ávila. No entanto, a primeira comemoração relativa à data ocorreu apenas em 1927. Em 1963, um decreto federal oficializou o dia 15 de outubro como feriado escolar.