Plenário aprova Política de Transparência das Escolas Públicas de Curitiba
Os dados referentes aos últimos 12 meses de cada CMEI e escola municipal de Curitiba deverão ser disponibilizados para que a comunidade escolar possa fiscalizar. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

Com 25 votos a favor e 7 abstenções, a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovou o projeto de lei que institui, na capital paranaense, a Política de Transparência das Escolas Públicas (PTEP). Nesta terça-feira (26), a deliberação aconteceu em primeiro turno e durou cerca de 2 horas e 15 minutos. Entretanto, antes que o texto seja enviado para sanção, e a lei passe a valer na cidade, o Legislativo ainda precisa validar a política pública em uma nova votação.
A iniciativa aguardava para ser incluída na Ordem do Dia desde 2022, mas o texto acatado pelo plenário foi uma atualização das regras propostas, apresentada neste ano. O intuito da política pública é que a população curitibana tenha acesso a informações detalhadas sobre funcionamento, gestão e recursos dos Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) e das escolas municipais de Curitiba. A discussão em torno da PTEP mobilizou, em plenário, a participação de 16 vereadores e vereadoras, de diferentes siglas partidárias.
Histórico do projeto de lei na Câmara Municipal
Em 2021, o projeto foi apresentado no Legislativo pelo ex-vereador e agora deputado estadual Denian Couto (Pode). E com a saída dele para assumir a vaga na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), o texto ganhou a coautoria da vereadora licenciada e hoje secretária municipal de Desenvolvimento Humano da cidade, Amália Tortato (414.00006.2023). Para que seguisse tramitando no Legislativo, este ano, a bancada do Novo ingressou na autoria da proposta: Guilherme Kilter (414.00013.2025), Indiara Barbosa (414.00053.2025) e Rodrigo Marcial (414.00144.2025).
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Pronta para votação desde junho de 2022, quando encerrou o trâmite nas comissões permanentes do Legislativo, após o parecer favorável da Comissão de Educação, Turismo, Cultura, Esporte e Lazer, a proposta (005.00322.2021) recebeu um substitutivo geral neste mês de agosto, que foi protocolado por Guilherme Kilter. A nova redação, segundo o parlamentar, foi apresentada após uma articulação entre a bancada do Novo e a Prefeitura de Curitiba. E o intuito é “consolidar e expandir a transparência na educação pública”.
O que diz a política de dados abertos da educação pública?
Através da nova política pública, a comunidade escolar e a sociedade em geral terão acesso, pelas páginas oficiais da Prefeitura de Curitiba, a dados referentes aos últimos 12 meses de cada instituição de ensino infantil e fundamental da rede municipal. O objetivo é fortalecer o controle social e permitir um acompanhamento direto da aplicação de recursos públicos e do funcionamento das unidades.
Conforme o substitutivo (031.00177.2025), dois tipos de dados deverão estar disponíveis para a consulta popular: informações pedagógicas e de recursos humanos; e informações sobre gestão e serviços de apoio. O texto aprovado pelo Legislativo não prevê sanções específicas, mas atribui aos servidores públicos a responsabilidade pela coleta e atualização das informações. Ainda segundo os vereadores, a medida pretende solucionar a dificuldade de acesso a dados centralizados sobre a rede municipal de ensino, especialmente relacionados à alocação de recursos e à gestão de pessoal docente.
Veja detalhes na tabela abaixo:
| ASPECTO | O QUE DIZ A PTEP? |
|---|---|
| Objetivo |
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| Abrangência | Todas as instituições de educação infantil e ensino fundamental mantidas pelo Poder Público Municipal. |
| Informações a serem disponibilizadas | Dados dos últimos 12 meses de cada unidade escolar. |
| Dados pedagógicos e de recursos humanos |
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| Dados de gestão e serviços de apoio |
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| Diretrizes de publicação |
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| Custos estimados | Aproximadamente R$ 61 mil/ano, referentes à designação de um agente administrativo para coleta e atualização contínua dos dados. |
| Fundamentação legal |
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A expectativa é que a política aumente a confiança na administração escolar, fortaleça o exercício da fiscalização cidadã e qualifique o debate público sobre os desafios da educação em Curitiba. Hoje, em primeiro turno, o projeto recebeu 25 votos “sim” e as abstenções dos vereadores Angelo Vanhoni (PT), Camilla Gonda (PSB), Giorgia Prates - Mandata Preta (PT), Laís Leão (PDT), Marcos Vieira (PDT), Professora Angela (PSOL) e Vanda de Assis (PT).
Antes de estar pronta para sanção do prefeito Eduardo Pimentel, a proposta dos vereadores do Novo deverá passar por uma segunda deliberação, nesta quarta-feira (27). Se confirmada sua aprovação e a lei, sendo sancionada, a Prefeitura de Curitiba terá 90 dias após a publicação da norma no Diário Oficial para implantar a PTEP. Os detalhes sobre como foi o debate em plenário serão publicados em reportagem complementar.
*Notícia revisada pelo estudante de Letras Celso Kummer
Supervisão do estágio: Ricardo Marques
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba