Permuta de terreno no Campo Comprido será avaliada pela Câmara de Curitiba

por José Lázaro Jr. | Revisão: Vanusa Paiva — publicado 15/07/2022 16h10, última modificação 15/07/2022 16h42
Executivo quer autorização para trocar lote por duas áreas que comporão parque linear no Tatuquara.
Permuta de terreno no Campo Comprido será avaliada pela Câmara de Curitiba

Na imagem, o terreno público no Campo Comprido que será permutado por lotes do Tatuquara. (Imagem: Reprodução/PMC)

Foi submetida à avaliação da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) uma operação imobiliária do Executivo orçada em R$ 1,65 milhão, que envolve a permuta de um terreno público no bairro Campo Comprido por dois lotes localizados no Tatuquara. O projeto de lei foi enviado ao Legislativo pela Prefeitura de Curitiba no dia 24 de maio (005.00122.2022). Segundo a proposição, as tratativas para o negócio começaram em 2021 e os termos entre as partes foram finalizados em abril deste ano.

O terreno público tem 8.894,04 m², fica no bairro Campo Comprido, próximo a um corpo d’água, e é coberto por vegetação. A Comissão de Avaliação de Imóveis da Secretaria Municipal de Administração, Gestão de Pessoal e Tecnologia da Informação (CAI-Smap) atribuiu o valor de R$ 1,65 milhão pelo lote. Na fase de análise técnica, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), a Secretaria Municipal de Urbanismo e o Departamento de Gestão do Patrimônio Público não se opuseram à permuta.

Em troca do lote no Campo Comprido, a empresa Esparta Loteamentos e Administração, representada por Elio Edvino Winter, ofereceu dois terrenos no Tatuquara, com, respectivamente, 6.741,08 m² e 912,82 m², avaliados em R$ 1,415 milhão e R$ 93 mil, sendo que a diferença de R$ 142 mil seria paga aos cofres públicos. O uso desse instrumento foi avaliado positivamente pela Procuradoria Geral do Município, que vê nela uma boa alternativa à desapropriação, pois esta “evita o dispêndio” de valores pelo Executivo.

No Termo de Manifestação de Interesse, a Esparta diz que “os imóveis propostos para dação em permuta são de propriedade de empresa do grupo econômico”, que os lotes poderão integrar o futuro parque linear que o Executivo planeja para a região e que eles já efetuaram a doação do imóvel limítrofe, com 8.244,41 m², à prefeitura para “a composição do mesmo parque”. No documento, a empreiteira reitera que há interesse da Secretaria do Meio Ambiente nas referidas áreas.

Tramitação
Quando um projeto é protocolado na CMC, o trâmite regimental começa com a leitura da súmula dessa nova proposição durante o pequeno expediente de uma sessão plenária. A partir daí, o projeto segue para instrução da Procuradoria Jurídica (Projuris) e, na sequência, para a análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Se acatado, passa por avaliação de outros colegiados permanentes do Legislativo, indicados pela CCJ de acordo com o tema da proposta.

Durante a fase de tramitação, podem ser solicitados estudos adicionais, juntada de documentos, revisões no texto ou posicionamento de outros órgãos públicos a respeito do teor da iniciativa. Após o parecer das comissões, a proposição estará apta para votação em plenário, sendo que não há prazo regimental previsto para a tramitação completa. Caso seja aprovada, segue para a sanção do prefeito para virar lei. Se for vetada, cabe à Câmara dar a palavra final – se mantém o veto ou promulga a lei.

Restrições eleitorais
Em respeito à legislação eleitoral, a comunicação institucional da CMC será controlada editorialmente até o dia 2 de outubro. Nesse período, não serão divulgadas informações que possam caracterizar uso promocional de candidato, fotografias individuais dos parlamentares e declarações relacionadas a partidos políticos, entre outros cuidados. As referências nominais serão reduzidas ao mínimo razoável, de forma a evitar somente a descaracterização do debate legislativo.

Ainda que a Câmara de Curitiba já respeite o princípio constitucional da impessoalidade, há dez anos, na sua divulgação do Poder Legislativo, publicando somente as notícias dos fatos com vínculo institucional e com interesse público, esses cuidados são redobrados durante o período eleitoral. A cobertura jornalística dos atos do Legislativo será mantida, sem interrupção dos serviços de utilidade pública e de transparência pública, porém com condicionantes (saiba mais).