Motivação melhora a qualidade do servidor

por Assessoria Comunicação publicado 03/08/2006 17h50, última modificação 10/06/2021 15h44
Desde a década de 90, paradigmas são quebrados social e economicamente, através da implantação de diversos programas que resultaram na queda de índices como da mortalidade infantil e do analfabetismo, por exemplo. Estes fatos demonstram que o cliente/cidadão tornou-se mais exigente e o Estado obrigado a oferecer serviços com qualidade, além de canais de comunicação, possibilitando contato direto para reclamações, críticas e sugestões. Dentro desse cenário é que a Associação Brasileira de Servidores de Câmaras Municipais (Abrascam) levou ao XXI Congresso, que reuniu servidores de câmaras de todo País, em Belo Horizonte, a proposta de inserir o funcionário público no novo contexto, com o tema “Motivação: um novo servidor para um novo cidadão”, apresentado pela psicopedagoga Mari Pessin.
Com música em clima de rodeio para quebrar o ritmo, a especialista fez com que os participantes dançassem no início e durante sua palestra. “Não podemos esquecer que o servidor público é, antes de tudo, um cidadão que usa parte do seu tempo como agente público. E, quando nós entendemos que a qualidade começa na gente e não no outro, passamos a distribuir qualidade para outras pessoas”, disse Mari, que procurou demonstrar que a motivação é uma coisa intrínseca, que está dentro das pessoas e não precisa de prêmios, mas, antes de tudo, estar de bem com a vida. “Temos que partir da premissa que, se hoje eu atendo, amanhã serei atendido. Por isso, precisamos ter excelência no atendimento, saber ouvir e perceber a linguagem corporal”.
Na opinião da psicopedagoga, é necessário humanizar as relações pessoais, educando para a vida, a cidadania e ao trabalho. “Só assim conseguiremos estabelecer o novo perfil de servidor. Precisamos, com urgência, da criação de escolas de legislativos”, concluiu.
Diferença salarial
O advogado Emerson Fukushima falou do direito dos servidores de Legislativos municipais sobre a diferença decorrente da conversão dos seus vencimentos, em março de 1994, de cruzeiros reais para URV (Unidade Real de Valor).
Segundo Fukushima, com a edição da medida provisória que instituiu o Plano Real naquele ano, houve equívoco na conversão que gerou perdas de 11,98%. “Essa diferença já foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal, Câmara de Deputados, Senado Federal, além de inúmeras Assembléias Legislativas de todo o País, que corrigiram os vencimentos de seus servidores e pagaram os prejuízos acumulados no período”, disse.
Lembrou que seu escritório já patrocinou ação trabalhista do Sindicato dos Servidores do Tribunal de Contas do Estado, obtendo êxito na sentença, e patrocina ação em favor da Associação dos Servidores da Câmara Municipal de Curitiba, além de processos em favor de funcionários da Assembléia Legislativa do Paraná. No final da palestra, foi entregue ao presidente da Associação Brasileira de Servidores de Câmaras Municipais, Relindo Schlegel, proposta de prestação de serviços jurídicos para o ingresso de suas afiliadas que tiverem interesse em buscar essa diferença salarial.
Carta
No final do congresso, foi aprovada a Carta de Belo Horizonte, reafirmando a necessidade de implantação de políticas que proporcionem informações e conhecimentos privilegiando o principio da eficiência, além de maior participação de servidores nos eventos da entidade e do aconselhamento para reflexão para mudanças que estão acontecendo devido às constantes alterações da legislação. Foi aprovada, ainda, a cidade de Recife, capital de Pernambuco, para sediar o próximo congresso, em julho do ano que vem.