Entende de futebol? Então vai tirar de letra o quociente eleitoral

por José Lázaro Jr — publicado 13/11/2020 17h10, última modificação 14/11/2020 22h36
Cada partido é um estado, os times de cada estado são os candidatos. Quociente é a meta de gols para ser declarado campeão.
Entende de futebol? Então vai tirar de letra o quociente eleitoral

Os candidatos mais votados de cada partido têm chance de serem eleitos, se a legenda bater a meta de votos. (Foto: Arquivo CMC)

É fácil entender como são eleitos os vereadores no país do futebol, pois basta olhar para o Campeonato Brasileiro e imaginar que em vez dos times, quem define o vencedor da disputa são os estados. Neste ano, por exemplo, Athletico e Coritiba representariam o Paraná. Já o Rio de Janeiro competiria com Flamengo, Fluminense, Botafogo e Vasco da Gama. Pelas regras eleitorais, seria campeão o estado que fizesse 100 gols primeiro, considerando a soma dos gols feitos pelos seus times.

Se o aproveitamento dos dois times do Paraná for excepcional, e Athletico e Coxa juntos marcarem 80 gols, 40 cada um, apesar disso nenhum poderá ser campeão, porque na soma ficaram abaixo da meta. Agora, se os quatro times do Rio de Janeiro jogarem pior, marcando menos gols, ainda assim eles podem ganhar. Digamos que o Vasco marque 24 gols, o Botafogo acerte a rede 25 vezes, o Fluminense faça 26 e o Flamengo, 27. Somados, são 102 gols. O estado superou a meta de 100 e o Flamengo é declarado campeão brasileiro, pois dentro do estado foi o time que mais pontuou.

Agora troque “time” por candidato, “estado” por partido político e “100 gols” por quociente eleitoral e você entendeu como funcionam as eleições. Por exemplo, há quatro anos, em 2016, a meta de cada partido político era conseguir, no conjunto dos seus candidatos, 23.181 votos. Naquela ocasião, o Flamengo, quer dizer, o vereador mais votado, obteve nas urnas 11,2 mil votos – só a metade da meta. Mas os colegas de chapa dele, com os seus “gols”, ops, votos, é que ajudaram na eleição.

Mas como é definida a meta? A regra a gente sabe de antemão, pois é o número de votos válidos efetivamente dados nas urnas (descontados os brancos e nulos, que são votos inválidos) dividido por 38, que é a quantidade de vagas na Câmara Municipal de Curitiba (CMC). Ou seja, só sabemos o quociente eleitoral depois de concluída a votação. Voltando pro exemplo, o quociente é o número de gols que seu partido político precisou marcar durante a eleição para pôr um time na Câmara de Vereadores. O candidato? O time quem escolhe é você.