Comunidade debate propostas sobre o atendimento social no centro da cidade

por Claudia Krüger | Revisão: Ricardo Marques — publicado 14/08/2023 13h55, última modificação 15/08/2023 12h02
Convidados falaram sobre a dificuldade em encontrar solução às pessoas em vulnerabilidade.
Comunidade debate propostas sobre o atendimento social no centro da cidade

Comunidade se reuniu, por iniciativa de Eder Borges, para discutir a questão da vulnerabilidade social no centro da capital. (Foto: Carlos Costa/CMC)

A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) promoveu, na última sexta-feira (11), uma reunião pública para tratar do grande número de pessoas em vulnerabilidade social que frequentam a região central da capital paranaense. Por iniciativa do vereador Eder Borges (PP), os convidados puderam expor suas opiniões sobre o tema, sendo que a íntegra do debate está disponível no canal oficial do Legislativo no YouTube. 

Segundo Eder Borges, o centro da cidade encontra-se em “situação extremamente preocupante”. Para ele, é necessária uma iniciativa do poder público para se evitar que a região se torne uma nova “cracolândia”, a exemplo do que ocorre na cidade de São Paulo (SP). Borges criticou ainda decisões do poder judiciário que dificultariam medidas para o combate às drogas com o “objetivo de implementar o caos em nosso país”. 

O parlamentar disse que trabalha com diversas sugestões para tentar mitigar a questão da vulnerabilidade social. Uma delas refere-se ao Programa Mesa Solidária, do governo municipal. Ele propõe, por exemplo, que as refeições sejam feitas apenas no interior dos restaurantes, sem a distribuição de marmitas. Sugere ainda a exigência de documentos de identificação, para a concessão do alimento, e uma contrapartida da pessoa beneficiada, como a participação em programas de reinserção social. Evitar dar esmolas também foi outra atitude proposta por Eder Borges. 

Para a capitão do 12° Batalhão de Polícia Militar do Paraná, Carolina Pauleto Zancan, é preciso construir alternativas viáveis às pessoas que se encontram em extrema vulnerabilidade social. “Marquise não é moradia e meio-fio não é mesa. Rua não traz dignidade para ninguém e isso não é discurso higienista. Vemos pessoas definhando dia a dia, especialmente pelo [uso] do crack”, pontua. Em vez de “limpar o centro”, como algumas pessoas dizem, de acordo com ela, Carolina defende programas sociais que sejam capazes de dar dignidade à população mais carente. 

Presidente da Sociedade Árabe Beneficente em Curitiba, Moutih Ibrahim afirmou que falta vontade do poder público para resolver a questão das pessoas em situação de rua. Ele sugeriu a criação de uma casa de apoio a esta população, com a oferta de serviços de psicologia e psiquiatria, por exemplo, e considerou importante a formação de um consórcio entre os municípios da Região Metropolitana de Curitiba, a fim de criar oportunidades de trabalho. 

Também participaram do debate o segundo-secretário do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-PR), Luciano Marcos de Pontes, a representante do Grupo Centro Seguro, Wilma Kurth-Heussinger, a presidente do Conselho Comunitário de Segurança São Francisco (Conseg), Anna Maria Digiovanni Kieckbusch, e a primeira-secretária do Conseg Área Central, Maria Lúcia Gomes. 

Na oportunidade, foram entregues ainda votos de congratulações e aplausos ao comerciante Anderson de Paula Stein, o qual foi agraciado “pelo ato de coragem e altruísmo ao defender uma senhora de um assalto no Centro da capital” (077.00486.2023). Todas as fotos da reunião estão disponíveis no Flickr da Câmara Municipal.