Comissão Especial do Transporte tem agenda técnica na Amep

por Pedritta Marihá Garcia | Revisão: Ricardo Marques — publicado 22/09/2023 14h45, última modificação 22/09/2023 15h41
Colegiado vai elaborar relatório que pode contribuir com nova licitação do transporte coletivo.
Comissão Especial do Transporte tem agenda técnica na Amep

No relatório, a Amep trouxe informações atualizadas sobre a RIT, que conta com 17 terminais de ônibus, 5.774 pontos de parada, incluindo a capital, e 201 linhas regulares. (Foto: Carlos Costa/CMC)

A Comissão Especial do Transporte da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) promoveu mais uma agenda externa nesta sexta-feira (22). Desta vez, o grupo, formado por oito parlamentares, esteve na sede da Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (Amep). Criado em 2023, o órgão é a antiga Comec (Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba), vinculado ao Governo do Paraná e responsável por fazer a gestão da integração dos sistemas de transporte coletivo da Região Metropolitana de Curitiba (RMC)

Os membros do colegiado especial do Legislativo foram recebidos pelo diretor-presidente da Amep, Gilson de Jesus dos Santos, e pelo diretor de Transporte do órgão, Wilian Correia. Durante a visita, o gestor apresentou dados do sistema de transporte coletivo da RMC, cuja primeira integração com a capital do estado data de 1989. Hoje, a Rede Integrada de Transporte (RIT) atende 19 das 29 cidades da região metropolitana. 

No relatório, a Amep trouxe informações atualizadas sobre a RIT, que conta com 17 terminais de ônibus, 5.774 pontos de parada, incluindo a capital, e 201 linhas regulares, onde cada uma tem, em média, 25,8 km de extensão. A rede integrada transporta cerca de 388,4 mil passageiros em dias úteis. Segundo Gilson Santos, mais de 70% dos usuários que metropolitanos que chegam a Curitiba são através da rede integrada. 

Ações da agência visando ampliar o atendimento aos usuários da RMC também foram destaque na reunião, como a implantação da tarifa diferenciada fora dos horários de pico na linha Pinhais-Guadalupe e a integração temporal no Terminal Guadalupe. Para o diretor-presidente da Amep, o transporte coletivo é um tema “super relevante” e a criação de uma comissão especial com foco na próxima licitação do sistema da capital demonstra uma preocupação da Câmara com uma parcela da sociedade que precisa utilizar o transporte coletivo.

O que disseram os vereadores da comissão?

Segundo o presidente do colegiado, Herivelto Oliveira (Cidadania) a visita à antiga Comec serviu para conhecer a realidade do sistema de integração do transporte coletivo da região metropolitana. “A maioria dos ônibus que circulam na RMC passa por Curitiba e muitos, inclusive, têm integração. Só que os valores das passagens são diferentes. Por exemplo, em Quatro Barras não tem cobrança [a cidade tem tarifa zero], em Araucária o valor é muito baixo, e tudo isto impacta no cálculo da tarifa de Curitiba. Viemos à Amep para entender esta equação no transporte da cidade.” 

Para Bruno Pessuti (Pode), relator da comissão, o sistema metropolitano é complexo, com uma população que é quase do tamanho da cidade de Curitiba. Na sua análise, o futuro ideal seria um único sistema de transporte coletivo, totalmente integrado, com uma única tarifa, “para facilitar a vida do usuário”. “Esta reunião foi muito importante para entendermos as complexidades. […] Com certeza vão surgir sugestões [para a licitação, a partir desta reunião] porque foram apresentados dados estatísticos de picos [no sistema] que fazem com que a tarifa sazonal ou até mesmo a integração temporal, que já são leis municipais, tenham sentido na vida do usuário. Também debatemos a tarifa zero, que é uma das pautas da comissão, para que Curitiba e RMC se desenvolvam e sejam mais atrativas ao usuário”, afirmou. 

Pelos dados apresentados, cerca de 25% dos usuários de Curitiba são da região metropolitana. A Amep apresentou ideias e sugestões que estão sendo implantadas nos municípios da RMC e que podem ser implantadas aqui, por exemplo, uma tarifa diferenciada fora dos horários de pico, para que as pessoas não se concentrem [nos ônibus] apenas no começo da manhã e final da tarde, mas que usem o transporte coletivo em outros horários, para dar mais conforto aos passageiros, diluindo o fluxo ao longo do dia. São ideias para colocar em discussão na nossa comissão”, emendou Professor Euler (MDB), membro do colegiado especial. 

O que é a Comissão Especial do Transporte?

A Comissão Especial Para Discutir o Novo Contrato do Transporte Coletivo - Tarifa Zero foi instalada em abril para discutir o novo contrato do transporte coletivo da cidade e a viabilidade da implementação da tarifa zeroA atual concessão do serviço público vence em 2025 e o grupo tem até novembro para elaborar um relatório que possa subsidiar a construção da nova licitação – o prazo inicial era de 120 dias de trabalho, mas foi prorrogado por mais 60 dias pelo plenário da Câmara Municipal. 

O colegiado temporário é formado por oito parlamentares, sendo Herivelto Oliveira, presidente, e Serginho do Posto (União), vice-presidente. A relatoria está com Bruno Pessuti e a vice-relatoria com Dalton Borba (PDT). Também são membros os vereadores Giorgia Prates – Mandata Preta (PT), Jornalista Márcio Barros (PSD), Professor Euler e Rodrigo Reis (União). 

As agendas têm servido para que os vereadores conheçam o funcionamento do sistema de transporte público da cidade e os detalhes do atual contrato. Visitas técnicas às garagens das empresas de ônibus, debates com universidades e especialistas que estudam o sistema de Curitiba e viagens para conhecer os sistemas de transporte coletivo de outras cidades também estão no radar do colegiado. Na próxima semana, a comissão vai até Paranaguá, no litoral do estado, para conhecer a experiência da cidade com a tarifa zero.