Realizada há quatro anos na praça Zumbi dos Palmares, a Feira Cultural e de Afro Empreendedorismo ainda não tem caráter permanente em Curitiba, como outras atividades semelhantes que acontecem pela cidade, como a Feira do Largo da Ordem. Nesta sexta-feira (17), os vereadores da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovaram, em votação simbólica, uma sugestão ao Executivo para reverter essa condição e dar mais estrutura às famílias que participam da Feira Afro (203.00629.2021).

A iniciativa é de Carol Dartora (PT), Maria Leticia (PV), Herivelto Oliveira (Cidadania), Renato Freitas (PT) e Professora Josete (PT) e enumera seis pedidos dos participantes da Feira de Afro Empreendedorismo. Por exemplo, a instituição dela como atividade permanente, a ser realizada ao menos uma vez por mês na praça Zumbi dos Palmares, com a disponibilização aos feirantes de 20 barracas para exposição dos produtos, de tenda para manifestações culturais e de banheiros químicos durante a realização do evento. Os feirantes também pedem autorização para venda de alimentos e autorização para usar cozinhas da Fundação de Ação Social (FAS) para a preparação da comida.

“Fomos procurados pelos empreendedores”, justificou Josete, afirmando que nesses quatro anos a responsabilidade pela Feira Afro, dentro da prefeitura, passou por diversas secretarias diferentes, e que isso prejudica a formalização da atividade. Para Maria Leticia, é uma oportunidade para fazer justiça e dar caráter permanente à atividade. “Quem não preserva a cultura fica sem memória”, alertou a parlamentar. Mais sugestões à Prefeitura de Curitiba foram aprovadas na sessão plenária, durante a segunda parte da Ordem do Dia.

Turismo e trânsito
O vereador Tico Kuzma (Pros) aprovou, em plenário, uma indicação à Prefeitura de Curitiba na qual sugere a criação do serviço de táxi-turismo (203.00625.2021). “O Táxi Turismo prestaria um tipo de corrida diferenciada, que pudesse transportar, por um determinado período contratado, ou durante todo o dia, os visitantes pelos pontos turísticos da capital. Assim, os clientes seriam orientados e guiados pelos motoristas, que inclusive poderiam receber um treinamento específico [para o turismo]”, justificou Kuzma.

Diversas sugestões relacionadas ao trânsito foram apresentadas por Denian Couto (Pode), como o pedido para que a Prefeitura de Curitiba fiscalize mais o trânsito da cidade, coibindo quem desrespeita as regras (203.00622.2021). Na justificativa, o vereador argumenta que é para reduzir os acidentes envolvendo motociclistas, que têm lotado os setores de trauma dos hospitais. Ele também pede mais vagas para motos nas rus (203.00623.2021) e dentro dos shoppings, para os trabalhadores do delivery (203.00624.2021).

Já Mauro Bobato (Pode) sugeriu que a Prefeitura de Curitiba crie um curso de educação de trânsito para ciclistas, uma vez que está aumentando o número de pessoas adeptas desse modal de transporte (203.00628.2021). Em plenário, Maria Leticia discutiu a proposta, dizendo que quem sofre no trânsito são os ciclistas, logo quem precisaria de aulas são os motoristas. “Eu sou ciclista e somos buzinados o tempo inteiro [por não quererem dividir as ruas]”, reclamou. Por fim, Couto pediu a construção de uma trincheira, sobre a Rodovia dos Minérios, ligando os bairros Abranches e Taboão (203.00618.2021).

Apesar de não serem impositivas, as indicações aprovadas na CMC são uma das principais formas de pressão do Legislativo sobre a Prefeitura de Curitiba, pois são manifestações oficiais dos representantes eleitos pela população para representá-los e são submetidas ao plenário, que tem poder para recusá-las ou endossá-las. Por se tratar de votação simbólica, não há relação nominal de quem apoiou, ou não, a medida – a não ser os registros verbais durante o debate.

Quadro de faltas
Professor Euler, em sugestão à própria Câmara Municipal de Curitiba, requer que o Legislativo coloque, no Portal da Transparência, um painel com as faltas dos vereadores e assessores parlamentares, atualizando os números todos os meses (203.00630.2021). “As informações devem ser públicas, para dar maior transparência e possibilitar que a população acompanhe melhor as atividades de cada gabinete”, defendeu.