Câmara de Curitiba aprova criação da Semana Municipal do Seguro
Vereador Tico Kuzma deu o exemplo de Rio Bonito do Iguaçu para justificar importância dos seguros. (Fotos: Rodrigo Fonseca/CMC)
Todos os anos, na terceira semana de junho, a capital do Paraná terá atividades de conscientização sobre o mercado de seguros, proteção financeira e gestão de riscos. É o que decidiram, nesta segunda-feira (17), os vereadores da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), ao aprovarem o projeto de lei de Tico Kuzma (PSD) que cria a Semana Municipal do Seguro. O resultado foi unânime, em primeiro turno, com 23 votos favoráveis (005.00242.2025 com substitutivo geral 031.00084.2025).
“A falta de informação ainda afasta muita gente de um instrumento essencial de proteção”, justificou Tico Kuzma, em plenário, na presença de diversos representantes do setor, que vieram à Câmara de Curitiba para apoiar a aprovação do projeto de lei. A criação da Semana Municipal do Seguro chegou a ser debatida na legislatura passada, por iniciativa do ex-vereador Osias Moraes, para quem Kuzma abriu espaço, em vídeo, para pedir a aprovação aos novos parlamentares. “A cultura do seguro precisa crescer dentro do nosso país. Às vezes, a pessoa tem a sensação de que perdeu tudo porque não tinha como recomeçar a vida”, disse Moraes.
De acordo com o projeto, o Município poderá firmar parcerias com entidades representativas, como o Sindicato dos Corretores de Seguros do Paraná (Sincor-PR), a Superintendência de Seguros Privados (Susep), universidades, ONGs e outras instituições. A programação deverá incluir palestras, workshops, seminários e atividades educativas sobre temas como prevenção de riscos, seguridade social, educação financeira e seguros patrimoniais e empresariais.
Essa redação foi dada por um substitutivo geral, que manteve o foco em ações de conscientização e gestão de riscos. Originalmente, a Semana Municipal do Seguro seria realizada em maio, mas uma emenda corrigiu a data para junho, alinhando o calendário de Curitiba às atividades nacionais do setor (036.00026.2025).
“O seguro pode ser determinante para reconstruir vidas”
Defendendo a criação da Semana Municipal do Seguro, Tico Kuzma afirmou que o debate sobre seguros precisa chegar à população de forma clara e acessível. Ele destacou que “o seguro é uma rede de proteção que evita que um contratempo vire um abismo financeiro e familiar” e lembrou que tragédias recentes evidenciam a necessidade de ampliar a cultura de prevenção.
Kuzma citou como exemplo o tornado que atingiu Rio Bonito do Iguaçu há poucas semanas, destruindo a área urbana do município. “Apenas quarenta pessoas acionaram suas seguradoras. Uma tragédia que devastou uma cidade inteira mostrou, de forma dolorosa, como o seguro pode ser determinante para reconstruir vidas”, disse o vereador. Ele também observou que eventos climáticos extremos, como os registrados em Curitiba e no Paraná, exigem que famílias e empresas estejam mais preparadas.
A iniciativa recebeu o apoio de entidades do setor. Em vídeo apresentado na sessão, Wilson Pereira, presidente do Sincor-PR, afirmou que o seguro “não é custo, é investimento para preservar o patrimônio e ajudar a família na falta de um ente querido”. Ele defendeu a aproximação do setor com a população, ressaltando que “é fundamental levar informação para que as pessoas entendam a importância do seguro”.
Outro representante, Guilherme Bini, presidente do Sindicato das Seguradoras do Paraná e Mato Grosso do Sul, afirmou que o seguro “permite dar continuidade aos sonhos e ao trabalho das pessoas”. Ele reforçou os impactos positivos nas empresas atingidas por eventos climáticos, afirmando que “as empresas que têm seguro já estão em reconstrução”. No ano de 2023, no Paraná, o setor arrecadou R$ 16,7 bilhões e pagou R$ 5 bilhões em indenizações.
Vereadores defendem educação financeira
Diversos vereadores fizeram apartes reforçando a importância da proposta. A vereadora Delegada Tathiana Guzella (União) disse que o seguro funciona como um mecanismo preventivo semelhante aos instrumentos de proteção usados na segurança pública. “Ninguém quer utilizar, mas é o dinheiro mais bem pago. Quando você precisa e não tem, é de se arrepender pelo resto da vida”, afirmou. Ela relatou ainda que, como empresária, já viu seguros “salvarem empresas da bancarrota”.
“É um segmento que gera empregos e garante a continuidade das empresas. Essa conscientização muda vidas”, concordou Rafaela Lupion (PSD), reiterando o impacto econômico do setor. Já Meri Martins (Republicanos) comparou o cenário brasileiro ao de outros países, lembrando que “nos Estados Unidos é tão normal ter seguro de vida, de casa, de negócios”. “Essa semana vai ajudar a ampliar a visão das pessoas”, opinou.
Para Sidnei Toaldo (PRD), o seguro é um instrumento que “ninguém quer pagar, mas que faz falta quando acontece alguma coisa”. Ele destacou o trabalho do Governo do Estado no atendimento às vítimas de Rio Bonito e reforçou que, sem seguro, a reconstrução é mais lenta e mais cara. “A cultura do seguro precisa ser ampliada. Talvez as seguradoras tenham que segmentar melhor seus produtos para alcançar mais pessoas”, sugeriu Serginho do Posto (PSD).
Indiara Barbosa (Novo), que já trabalhou no setor de seguros, afirmou que a conscientização é mais eficaz que imposição. “Quanto mais a gente falar sobre o tema, mais as pessoas vão se conscientizar sobre a importância do seguro. Não é lei que muda a cultura; é informação”, disse. Ela defendeu o potencial de crescimento do mercado no Brasil e destacou que o tema dialoga com educação financeira.
O substitutivo geral foi aprovado por unanimidade, assim como a emenda que ajustou o calendário. A proposta retorna à pauta, com a redação consolidada, para votação em segundo turno nesta terça-feira (18).
*Notícia revisada pelo estudante de Letras Gabriel Kummer
Supervisão do estágio: Ricardo Marques
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba