Vereadora quer coibir fraudes em aplicativos de transporte

por Pedritta Marihá Garcia | Revisão: Ricardo Marques — publicado 30/09/2025 14h55, última modificação 30/09/2025 14h59
Projeto de lei de Tathiana Guzella incentiva inovação tecnológica e boas práticas para mobilidade segura.
Vereadora quer coibir fraudes em aplicativos de transporte

Uma das medidas propostas é o incentivo ao uso do código PIN de embarque: que é o código gerado pelo app que é informado pelo passageiro ao motorista para liberar a viagem. (Foto: Carlos Costa/CMC)

Promover mais confiança no transporte individual privado por aplicativos é a meta do projeto de lei da vereadora Delegada Tathiana Guzella (União), que define diretrizes de segurança a serem estimuladas pelo município. A matéria tramita na Câmara Municipal de Curitiba (CMC) desde o final de julho.

O projeto estabelece um conjunto de diretrizes voltadas à proteção de passageiros e motoristas que utilizam aplicativos de mobilidade em Curitiba (005.00541.2025). Entre elas estão: código PIN de embarque; reconhecimento facial; campanhas educativas; monitoramento em tempo real; e capacitação de motoristas.

A proposta busca reduzir fraudes em aplicativos de transporte, fortalecer a confiança nos serviços de mobilidade digital e incentivar o uso de tecnologias inteligentes já disponíveis. O texto também amplia a integração entre Poder Público, plataformas de transporte e sociedade civil, de forma a promover uma mobilidade mais segura, inclusiva e inovadora.

Veja abaixo, em detalhes, as medidas de segurança propostas para o transporte por aplicativos em Curitiba:

SITUAÇÃO ATUALDIRETRIZ DEFINIDA PELO PROJETO DE LEI
Passageiro embarca após apenas confirmar dados no aplicativo. Código PIN de embarque: código gerado pelo app deve ser informado pelo passageiro ao motorista para liberar a viagem.
Identificação de motoristas e passageiros limitada a documentos e cadastro no app. Reconhecimento facial opcional, respeitando a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), para autenticação de motoristas e usuários.
Usuários muitas vezes não verificam dados do motorista ou veículo. Campanhas educativas para conscientizar passageiros sobre checagem prévia antes do embarque.
Recursos de compartilhamento de viagem dependem da iniciativa do usuário. Monitoramento em tempo real incentivado, com estímulo a compartilhar a rota com contatos de confiança.
Motoristas não recebem treinamento específico sobre segurança. Capacitação de motoristas: incentivo à adoção de boas práticas de segurança e atendimento
Normas municipais regulam apenas cadastramento e operação das plataformas. Ampliação normativa: inclusão de diretrizes tecnológicas e preventivas para reduzir fraudes e crimes em aplicativos de transporte.

Caso aprovada, a lei entrará em vigor 30 dias após sua publicação.

Por que Curitiba precisa de mais segurança nos aplicativos de transporte?

Na justificativa do projeto, a vereadora destaca que o transporte por aplicativos se consolidou como alternativa eficiente e acessível, mas que a segurança tornou-se preocupação crescente diante de golpes, sequestros-relâmpago e fraudes. Segundo ela, medidas preventivas podem salvar vidas e reduzir riscos.

“O uso de tecnologias como o PIN de embarque e o reconhecimento facial já ocorre em outros países, mas a adesão ainda é baixa no Brasil por falta de incentivo. Nossa proposta é estimular que essas ferramentas sejam incorporadas em Curitiba, garantindo mais tranquilidade para motoristas e passageiros”, afirma Tathiana Guzella.

A parlamentar reforça que o texto não impõe obrigações diretas às plataformas, mas estabelece diretrizes que incentivam práticas de proteção. “Não buscamos criar burocracias, mas estimular inovação e responsabilidade social das empresas. A segurança dos cidadãos deve estar no centro da mobilidade digital”, acrescenta a vereadora.

Qual a situação atual do projeto na Câmara de Curitiba?

O projeto de lei foi protocolado em 29 de julho e já recebeu parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), favorável ao trâmite. Atualmente, a iniciativa aguarda a análise da Comissão de Serviço Público. Clique na imagem abaixo para entender como funciona a tramitação de um projeto de lei na CMC:

Boiler tramitação projetos