Vereadores debatem reorganização das unidades de saúde pela pandemia

por Fernanda Foggiato — publicado 28/04/2021 13h25, última modificação 28/04/2021 13h22
Outro tema que repercutiu nos pronunciamentos dos parlamentares da capital, durante a manhã, foi a vacina contra a Covid-19.
 Vereadores debatem reorganização das unidades de saúde pela pandemia

Enfrentamento à Covid-19 e impactos da pandemia no sistema de saúde foram novamente discutidos em plenário. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) retomou, na sessão desta quarta-feira (28), a discussão sobre o enfrentamento à Covid-19 e impactos da pandemia no sistema público de saúde da capital. Além da vacinação contra o novo coronavírus, os vereadores debateram a reorganização dos atendimentos nas unidades básicas de saúde (UBS), iniciada em março de 2020.

Foi Marcos Vieira (PDT) quem levantou o tema, em pronunciamento ainda no pequeno expediente. “Sabemos que esta pandemia trouxe um grande transtorno para a cidade, ao mundo todo. E sabemos que a Secretaria [Municipal] da Saúde, frente a essa pandemia, teve que trabalhar para se reorganizar, para que pudesse atender a todos”, disse. “E com isso tivemos várias unidades de saúde que foram fechadas, para que pudesse atender esse planejamento. Só que sabemos, é do conhecimento de todos, que as unidades de saúde sempre trabalharam no seu limite.”

Ele alertou, em especial, às dificuldades de deslocamento da população impactada financeiramente pela pandemia e ao acompanhamento das gestantes em unidades mais distantes de suas residências. Conforme o vereador, os questionamentos da população têm sido frequentes. Vieira disse que protocolará pedido de informações oficiais ao Município para saber quando os atendimentos serão normalizados.

Em resposta ao parlamentar, o líder do prefeito, Pier Petruzziello (PTB), argumentou que “a Saúde de Curitiba não parou os atendimentos”. Segundo ele, algumas das unidades básicas passam por reforma e outras, fechadas conforme o escalonamento adotado em função da pandemia, têm a reabertura planejada. “É bom falar e explicar às pessoas que o atendimento continua. Dá uma impressão que não há atendimento nas unidades de saúde de Curitiba e isso não é verdade”, declarou.

Em apoio ao pedido de informações de Marcos Vieira, Maria Leticia (PV) defendeu a importância das unidades básicas de saúde no enfrentamento da Covid-19 “de maneira mais ampliada e com o olhar mais horizontal”. Em sua avaliação, o prefeito Rafael Greca e a secretária Márcia Huçulak “serão lembrados na história da cidade de Curitiba como os únicos gestores públicos que fecharam unidade de saúde, com o detalhe de terem fechado durante a pandemia”.

Quando a vereadora fala em fechamento, eu entendendo como remanejamento, até porque nós não temos profissionais suficientes para contornar e controlar toda a situação pandêmica”, respondeu Petruzziello. De acordo com ele, houve uma “readequação [das unidades] dentro de um plano de guerra”. “Ao contrário, [o prefeito e a secretária] vão ficar marcados pela reconquista, pela inovação do sistema de saúde que está atravessando um problema grave ainda na pandemia.”

Além do líder, Marcos Vieira retomou o debate: “Minha fala foi no sentido que a população tem que procurado questionando aquelas unidades que devido à reestruturação do sistema foram fechadas. Em nenhum momento está sendo questionado o trabalho nas unidades que estão atendendo”.

Também na discussão do tema, Mauro Bobato (Pode) afirmou que o edital para a construção da UBS Umbará II precisará ser refeito. “Existe essa carência [na região, devido ao remanejamento], mas também procuro entender o trabalho que a secretaria tem feito”, pontuou.

Vacinação

Ainda no assunto da saúde, temos um problema quanto à vacinação”, ponderou Pier Petruzziello. “Precisamos que chegue a vacina [ao Paraná e consequentemente à capital, em maior quantidade].” Conforme o vereador, a cobrança é “diplomática”, “principalmente pelo prestígio que o governador tem com o governo federal”.

O líder também leu uma nota da Secretaria Municipal da Saúde sobre os preparativos para a vacinação das pessoas com comorbidades. A divulgação das informações pelo Executivo foi tema de indicação aprovada pelos vereadores na sessão dessa terça-feira (27).

Seguindo orientação do Ministério da Saúde, a vacinação destes pacientes será por idade, do mais velho para o mais novo. Pacientes com comorbidades que fazem parte do grupo prioritário e são acompanhados pelas unidades de saúde não precisarão apresentar nenhum documento extra”, diz a nota. “Os pacientes acompanhados pela rede privada precisarão apresentar uma declaração do médico que o acompanha. Os detalhes sobre as informações que precisam estar nesta declaração e um modelo serão divulgados em breve.”

Ezequias Barros (PMB) corrigiu informação apresentada nessa terça sobre a vacinação em Israel: “Errei grande, falei o número de 30 milhões de habitantes. E o 9 milhões e 100 mil”. Mesmo assim, ele avaliou que não é possível comparar o Brasil ao país do Oriente Médio. “Falam que tínhamos que ter comprado a vacina lá atrás, mas numa época em que as vacinas nem tinham sido testadas, e ainda estão sendo testadas.”

“Não é questão de compra, é questão de entrega. Eu creio que em dois meses vamos ter boa parte da população vacinada”, acrescentou. O vereador também voltou a defender o chamado tratamento precoce, mote de Tribuna Livre de sua iniciativa na próxima quarta-feira (5), durante a sessão (076.00015.2021).

As sessões plenárias e demais atividades têm transmissão ao vivo pelos canais da CMC no YouTube, no Facebook e no Twitter.