Vereadores apoiam pesquisa para recuperar lesão medular

por Fernanda Foggiato | Revisão: Celso Kummer* — publicado 24/09/2025 17h05, última modificação 25/09/2025 10h44
Fase de testes de pesquisa com polilaminina, que pode recuperar movimentos após lesão medular, aguarda liberação da Anvisa.
Vereadores apoiam pesquisa para recuperar lesão medular

Autor da moção, Nori Seto afirmou que o medicamento “renova as esperanças daqueles que sofreram lesões medulares”. (Foto: Carlos Costa/CMC)

Nesta quarta-feira (24), o plenário da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovou moção de apoio à pesquisa inédita com a polilaminina, uma proteína da placenta que pode ajudar a recuperar movimentos após lesão medular. Após estudos iniciais com voluntários, conduzidos pela pesquisadora brasileira Tatiana Sampaio, professora doutora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o medicamento aguarda a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para dar início a novos testes clínicos.

“Por se tratar de um medicamento pioneiro, por se tratar de uma inovação que renova as esperanças daqueles que sofreram lesões medulares ou podem vir a sofrê-las, por se tratar de uma pesquisa de alto nível, inteiramente brasileira, proponho que essa Casa de Leis manifeste seu apoio à pesquisadora que desenvolveu a polilaminina, a doutora Tatiana Sampaio, pedindo à Anvisa que dê prioridade na autorização dos testes”, pediu o autor da moção, o vereador Nori Seto (PP). 

Durante o debate da moção de apoio, Seto explicou que a pesquisa foi iniciada, em 2007, sob o comando da professora doutora Tatiana Sampaio, com o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Em 2018, os trabalhos foram incorporados por um laboratório de capital 100% brasileiro.

Os resultados iniciais da pesquisa inédita foram apresentados no dia 9 de setembro, surpreendendo cientistas. O paciente inicial do estudo, Bruno Drummond de Freitas, sofreu um acidente de trânsito, em 2018, que resultou no esmagamento completo de uma parte de sua medula espinhal. “Após ser tratado com a polilaminina, Bruno se recuperou e, hoje, vive normalmente e quase sem nenhuma sequela”, destacou Nori Seto.

O parlamentar defendeu que “muito mais que uma solução médica, o tratamento traz a chance de um novo amanhã, onde vidas podem ser transformadas e a esperança, restaurada”. Seto também requer que a Casa de Leis dê ciência à pesquisadora da UFRJ. A proposição foi votada de forma simbólica, na segunda parte da ordem do dia (416.00046.2025).

*Notícia revisada pelo estudante de Letras Celso Kummer
Supervisão do estágio: Ricardo Marques