Vereadores aprovam normalização de filas, reuniões de pessoas e eventos de massa

por José Lázaro Jr. — publicado 16/11/2021 14h00, última modificação 17/11/2021 18h33
Decreto municipal já liberava essas atividades, mas sem alteração aprovada na Câmara de Curitiba comerciantes ainda poderiam ser multados pela Aifu.
Vereadores aprovam normalização de filas, reuniões de pessoas e eventos de massa

Com a pandemia, as sessões da CMC são híbridas, presencial e por videoconferência. Na foto, Osias Moraes. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

Por unanimidade, com 33 votos favoráveis, os vereadores da Câmara Municipal de Curitiba concordaram em revogar trechos da Lei Anticovid que impediam a normalização das filas, das reuniões de pessoas e dos eventos em massa na capital do Paraná. Votado em regime de urgência, nesta terça-feira (16), o projeto de lei de Pier Petruzziello (PTB), com emenda de Amália Tortato (Novo), atualiza a lei municipal 15.799/2021, para que ela esteja alinhada ao decreto 1.850/2021, da Prefeitura de Curitiba, que tinha liberado essas atividades.

Na projeto original (005.00294.2021), Petruzziello revogava apenas o inciso 8º do artigo 3º da Lei Anticovid, de forma a retirar dos empresários a responsabilidade pelo distanciamento social de 1,5 metro nas filas dentro e fora dos estabelecimentos. O autor explicou que, apesar do decreto autorizar a normalização das filas, a Aifu (Ação Integrada de Fiscalização Urbana) seguia aplicando multas, em razão da lei municipal cobrar esse distanciamento.  “Não adianta ter decreto que libera, se a lei ainda exige”, justificou.

A Aifu é composta por equipes mistas, com pessoal da Polícia Militar do Paraná, Guarda Municipal de Curitiba e Secretaria de Urbanismo, e pode multar estabelecimentos que estejam em desacordo com as medidas restritivas em vigor. Há meses que os vereadores da capital queixam-se da ação da Aifu, que já foram chamadas de “espetaculosas”, antes mesmo da agressão contra uma empresária no CIC ser filmada e divulgada pelas redes sociais, repercutir em plenário e motivar uma moção de apoio à vítima.

Eventos de massa
Antes da votação em plenário, Amália Tortato apresentou emenda (034.00088.2021) para revogar mais dois incisos, do mesmo artigo, seguindo a lógica de retirar da Lei Anticovid as restrições já abolidas pela Prefeitura de Curitiba no decreto 1.850/2021. Com o apoio do plenário, deixam de ser consideradas condutas lesivas à saúde pública "participar de atividades ou reuniões que geram aglomeração de pessoas, bem como, em se tratando de estabelecimentos ou organizadores de eventos, descumprir as normas que proíbem aglomeração" e "promover eventos de massa, permiti-los ou deixar de realizar seu controle".

Para a vereadora, os indicadores da pandemia em Curitiba, “que não registrou nenhuma morte nas últimas 24 horas”, permite o afrouxamento das medidas restritivas usadas no combate à proliferação do vírus. “Mesmo com as mudanças [aprovadas na CMC], se houver necessidade a prefeitura ainda poderá retomá-las, graças ao artigo 3º, por decreto”, adiantou Amália Tortato. “A cidade está voltando ao normal”, concordou Mauro Ignácio (DEM), somando a Osias Moraes (Republicanos), que antes também pediu voto favorável ao projeto e emenda em plenário.

O projeto será apreciado em segundo turno nesta quarta-feira (17) e, se confirmada sua aprovação, seguirá para análise do Executivo. Se houver a sanção pelo prefeito Rafael Greca, a revogação dos incisos da lei Anticovid entram em vigor assim que forem publicados no Diário Oficial do Município. A norma tipifica doze condutas como lesivas à saúde pública, sendo que a CMC só revogou três delas. Continua sendo obrigatório o uso de máscaras nos estabelecimentos comerciais, a disponibilização de álcool em gel e o apoio à fiscalização, por exemplo.