Rua Trajano Reis pauta debate; moradores denunciam brigas, barulho e tráfico

por Fernanda Foggiato | Revisão: Ricardo Marques — publicado 25/10/2023 14h25, última modificação 25/10/2023 14h44
Moradores da região da rua Trajano Reis, no São Francisco, Centro Histórico de Curitiba, reclamam da aglomeração na calçada em frente aos bares.
Rua Trajano Reis pauta debate; moradores denunciam brigas, barulho e tráfico

“Trajano Hells”: confusões, segundo Eder Borges, motivaram trocadilho com o nome da rua. (Foto: Carlos Costa/CMC)

Uma das indicações de sugestão aprovadas pela Câmara Municipal de Curitiba (CMC), na sessão plenária desta quarta-feira (25), levantou debate sobre os bares da rua Trajano Reis, no São Francisco. Autor da proposta à Prefeitura de Curitiba, Eder Borges (PP) pede ações urgentes para a região. Este é um pedido de socorro da população da região do Centro Histórico da nossa cidade, do bairro São Francisco", citou.

"Todas as semanas eu recebo vídeos, eu recebo queixas da situação de violência que acontece naquele bairro. Nós temos ali o epicentro do problema que é a rua Trajano Reis, ali é um ponto que passa de todos os limites”, denunciou Borges. “Todos sabem que eu sou um entusiasta do comércio noturno, da vida noturna na cidade, isso traz inclusive segurança para a cidade, na maior parte das vezes, mas não é o caso ali do São Francisco, muito especificamente ali na Trajano Reis, ali é um antro de drogadição, de promiscuidade, de muitas brigas, de muito barulho.”

A rua Trajano Reis, continuou o vereador, vem sendo chamada de “Trajano Hells”, trocadilho com a palavra “inferno”, em inglês. Para Eder Borges, o poder público poderia adotar medidas como a limitar o horário de funcionamento noturno dos estabelecimento comerciais (205.00387.2023). Nós não podemos tapar o sol com a peneira, existe este problema na Trajano Reis. […] Primeiro de tudo, não podemos nunca generalizar, temos também que preservar os comerciantes ali do Centro e temos a questão do livre comércio”, argumentou Alexandre Leprevost (Solidariedade).

“Acho que, em primeiro lugar, nós precisamos entender por que as forças de segurança, o poder público, não executa seu papel referente a isso com competência e eficiência. Competência e eficiência são ações que tragam resultados e coíbam a marginalidade, o tráfico de drogas, as brigas, a violência”, completou Leprevost. O vereador lembrou de problema semelhante ao da rua Trajano Reis ocorrido no entorno do shopping Hauer, fechado em 2021.

A Prefeitura de Curitiba, pontuou Rodrigo Reis (União), incentivou a abertura dos bares na região da Trajano Reis. “A maioria dos bares sobrevive financeiramente com a venda da bebida alcoólica. Nós podemos, por exemplo, limitar o horário de funcionamento, isto o poder público pode limitar”, sugeriu. “Com a permanência da polícia, com certeza o malandro não se cria”, disse Sidnei Toaldo (Patriota), para quem “a questão do horário é muito oportuna”.

“Se nós temos um problema que é um problema social e público”, ponderou Dalton Borba (PDT), como o tráfico de drogas, “isso não é um problema que os empresários têm que resolver, para isso existe o poder público”. “O artigo 170 da Constituição fala exatamente da proteção da livre iniciativa para ele exercer o comércio. Se uma pessoa entra num comércio qualquer, ingere álcool e sai fazendo besteira, a responsabilidade não pode ser do comerciante.”