Regularização fundiária de três escolas será avaliada pela Câmara de Curitiba

por José Lázaro Jr. | Revisão: Ricardo Marques — publicado 17/01/2024 11h20, última modificação 17/01/2024 11h25
Prefeitura submeteu aos vereadores três pedidos para adquirir terrenos da Curitiba S.A. onde foram construídas escolas públicas municipais.
Regularização fundiária de três escolas será avaliada pela Câmara de Curitiba

Regularização fundiária do CMEI Hugo Peretti custará R$ 3,7 mi. (Fotos: Rodrigo Fonseca/CMC)

Três operações imobiliárias foram submetidas à análise da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), no final de 2023, com o objetivo de regularizar a situação fundiária de escolas públicas da cidade. A Prefeitura quer a autorização dos vereadores para comprar da Companhia de Desenvolvimento de Curitiba, pelo Executivo (Curitiba S. A.) lotes que, somados, têm uma área de 7.995,42 m², ao custo de R$ 7,12 milhões. Todas as unidades educacionais ficam na Cidade Industrial de Curitiba (CIC).

A maior operação imobiliária é a Prefeitura de Curitiba buscando se tornar a proprietária final do imóvel onde está implantado o Centro Municipal de Educação Infantil Hugo Peretti, na rua Arthur Martins Franco. A área total a ser regularizada ali, segundo a documentação anexada ao projeto de lei (005.00217.2023), é de 4.885,23 m², precificada em R$ 3,775 milhões pela Comissão de Avaliação de Imóveis (CAI) da Secretaria Municipal de Administração, Gestão de Pessoal e Tecnologia de Informação.

As tratativas para a compra da área pelo Executivo da Curitiba S. A. começaram antes de 2022, sendo formalizadas, naquele ano, conforme indica ofício assinado à época pelo diretor-presidente da companhia Marcelo Linhares Frehse. A Curitiba S. A. é uma sociedade de economia mista que integra a administração indireta do Município, tendo sido criada em 1963 para gerir o esgoto e a urbanização da cidade, mas que perdeu essas atribuições em 1973, repassadas então à Urbs, para que a companhia ficasse encarregada da implantação da CIC.

No ano de 1973, o prefeito Jaime Lerner desapropriou 43,7 milhões de metros quadrados para criar a Cidade Industrial de Curitiba, que ofereceria incentivos fiscais às empresas que migrassem para a região. As áreas desapropriadas foram originalmente transferidas à Curitiba S. A., que ficou encarregada de administrar o projeto. É por isso que ela se tornou a proprietária de áreas, no CIC, onde depois foram instalados equipamentos públicos cuja regularização passa pela negociação entre a Prefeitura de Curitiba e a sua sociedade de economia mista.

Regularização inclui Escola Maria do Carmo Martins e CMAEE Ana Poppovic 

A segunda maior operação imobiliária enviada para a análise da Câmara de Curitiba é a da Escola Municipal Maria do Carmo Martins, localizada na rua João Dembinski, com área de 2.422,59 m², cuja precificação da CAI foi de R$ 2,61 milhões. Neste caso, o lote em questão não é o do estabelecimento de ensino em si, mas o do ginásio de esportes construído junto ao prédio (005.00216.2023). Os recursos para essa e para as outras duas compras de terrenos da Curitiba S. A., informa o Executivo, são provenientes do superávit financeiro de exercícios anteriores.

Encerrando o conjunto de projetos relacionados à Curitiba S. A., o menor lote a ser negociado pela companhia com o Executivo diz respeito ao Centro Municipal de Atendimento Educacional Especializado (CMAEE) Ana Maria Poppovic, localizado na rua Eduardo Sprada. A CAI avaliou em R$ 735 mil um lote com dimensões de 687 m². “A Superintendência Executiva da Secretaria Municipal da Educação (SME) manifesta o interesse na referida aquisição, para a regularização da propriedade do imóvel onde está situada a unidade educacional”, diz a justificativa, assinada pelo prefeito Rafael Greca (005.00215.2023).