Projeto flexibiliza pedido de Utilidades Públicas em Curitiba

por José Lázaro Jr. | Revisão: Ricardo Marques — publicado 30/06/2025 06h00, última modificação 29/06/2025 23h29
Proposta reduz tempo mínimo de funcionamento das organizações sociais em Curitiba para solicitação do reconhecimento municipal.
Projeto flexibiliza pedido de Utilidades Públicas em Curitiba

Terceiro Setor tem diversos projetos de assistência social na cidade de Curitiba. (Foto: Arquivo/PMC)

Afirmando que é preciso ampliar o apoio do Poder Público ao Terceiro Setor na capital do Paraná, a vereadora Delegada Tathiana Guzella (União) protocolou um projeto de lei na Câmara Municipal de Curitiba (CMC) para facilitar os pedidos de Declaração de Utilidade Pública. Hoje, a requisição deste certificado só pode ser protocolada por Organizações da Sociedade Civil (OSC) criadas há pelo menos 1 ano. A parlamentar sugere reduzir o prazo mínimo de funcionamento para 6 meses (002.00013.2025).

Emitida pela CMC, a Declaração de Utilidade Pública serve como um atestado de bons antecedentes, facilitando a realização de convênios com o poder público. A concessão do título é regulamentada pela lei complementar municipal 117/2020, que coloca como condições a prestação de serviços de interesse da população, a sede na cidade, a documentação em dia e a apresentação de relatório de atividades. O pedido é apresentado por um vereador e os requisitos são conferidos pelas comissões temáticas da Câmara.

Para reduzir o tempo mínimo de funcionamento para que as OSC solicitem a Declaração de Utilidade Pública, o projeto da Delegada Tathiana altera a lei municipal complementar 117/2020, que regulamenta o reconhecimento de utilidade pública em Curitiba, modificando o inciso segundo do artigo 2º da norma. Nele, consta a exigência de um ano de criação da personalidade jurídica para que a OSC possa pleitear a concessão do certificado. A parlamentar argumenta que a mudança estimulará a participação social, preservando os demais requisitos legais.

Projeto fala em fortalecer o Terceiro Setor e modernizar processos

Na justificativa do projeto de lei, Delegada Tathiana diz que a aprovação da medida irá "fomentar a desburocratização dos processos, simplificando exigências que, embora relevantes para a segurança jurídica, quando excessivamente rigorosas acabam por inviabilizar a participação de entidades legítimas, comprometidas e capazes de inovar nas soluções voltadas ao interesse público". Ela reitera que o certificado amplia parcerias, concede acesso a benefícios legais e fortalece a atuação de projetos de interesse social.

A vereadora destaca que a iniciativa está alinhada aos princípios constitucionais da eficiência administrativa e da promoção da participação social. "Desburocratizar não significa abrir mão dos mecanismos de controle, fiscalização ou responsabilidade administrativa, mas sim racionalizar procedimentos, conferindo maior agilidade e efetividade à implementação das políticas públicas", defende Tathiana Guzella. O projeto de lei complementar está em análise pela Comissão de Constituição e Justiça.

Clique na imagem abaixo para entender como funciona a tramitação de um projeto de lei na CMC: