Propostas novas regras para reformas em imóveis históricos

por José Lázaro Jr. | Revisão: Ricardo Marques — publicado 20/10/2025 10h20, última modificação 02/12/2025 14h52
Projeto de lei da vereadora Delegada Tathiana Guzella permite ampliação interna em imóveis protegidos em Curitiba, desde que preservadas as fachadas.
Propostas novas regras para reformas em imóveis históricos

Lei que regulamenta obras em prédios históricos pode ser alterada pela Câmara de Curitiba. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

*O projeto de lei foi arquivado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em 11 de novembro.

Permitir a ampliação interna de imóveis tombados e inventariados, desde que preservadas suas fachadas e elementos arquitetônicos externos de valor cultural, é o objetivo de um projeto de lei protocolado pela vereadora
Delegada Tathiana Guzella (União) na Câmara Municipal de Curitiba (CMC). A proposta altera os artigos 7º e 9º da lei 14.794/2016, que institui a proteção do patrimônio cultural da cidade, o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural (CMPC) e o Fundo de Proteção ao Patrimônio Cultural (Funpac). 

“Ao possibilitar o acréscimo de metragem interna, preservando a fachada, promove-se a valorização e o uso sustentável dos bens culturais, incentivando sua manutenção, ocupação e conservação, além de contribuir para evitar o abandono e a degradação desses imóveis que são parte fundamental da história e memória da cidade”, afirma a Delegada Tathiana, na justificativa do projeto de lei (005.00548.2025).

Lei atual não prevê regras para ampliação do espaço interno

Na redação vigente da lei municipal 14.794/2016, as intervenções e ampliações nos bens protegidos podem abranger toda a área construída, mediante autorização técnica do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc). O novo texto, porém, restringe as modificações ao interior das edificações, garantindo que a ampliação seja limitada ao espaço interno e condicionada à preservação das fachadas.

Segundo a justificativa da autora, a atualização busca conciliar a preservação do patrimônio histórico e cultural com a adaptação funcional dos imóveis, garantindo que construções antigas possam ser reaproveitadas sem perder seu valor simbólico. A vereadora argumenta que o equilíbrio entre proteção e reuso adaptativo incentiva a conservação de imóveis históricos, reduz riscos de abandono e fortalece a identidade urbana de Curitiba. 

O projeto de lei foi protocolado no dia 29 de julho e está tramitando nas comissões temáticas da Câmara de Curitiba. Confira na imagem abaixo como é o trâmite de um projeto de lei na CMC.