Plenário já pode votar categoria para PcD nas corridas de rua

por Pedritta Marihá Garcia | Revisão: Brunno Abati* — publicado 16/05/2023 09h35, última modificação 16/05/2023 10h17
Projeto de lei foi acatado pela Comissão de Acessibilidade.
Plenário já pode votar categoria para PcD nas corridas de rua

As reuniões da Comissão de Acessibilidade são mensais, às segundas-feiras. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

Com o intuito de fomentar a inclusão das pessoas com deficiência – incluindo autistas –, o projeto de lei que cria uma categoria para “atletas com deficiência” nas corridas de rua promovidas pela Prefeitura de Curitiba, agora, está pronto para votação em plenário. A última comissão permanente da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) a acatar o trâmite da matéria foi o colegiado de Acessibilidade e Direitos da Pessoa com Deficiência. A reunião aconteceu nessa segunda-feira (15). 

A proposta tramita há um ano na CMC e foi apresentada por Pier Petruzziello (PP), que também preside a Comissão de Acessibilidade. Além de criar a categoria para PcDs, o texto (005.00107.2022) também torna obrigatória a isenção do pagamento de taxa de inscrição às pessoas enquadradas nessa divisão, bem como a divulgação dessa categoria nos anúncios dos eventos.

A matéria elenca sete modalidades diferentes dentro da categoria para PcD: para atletas usuários de cadeira de rodas esportivas (com 3 rodas); para atletas com deficiência visual; com prótese especial em um dos membros inferiores (ou em ambos); com deficiência intelectual (QI abaixo de 70 ou com limitações de habilidade e adaptação); com ausência total ou parcial dos membros superiores; com deficiência auditiva (parcial ou total); e com TEA. 

O voto favorável ao trâmite regimental foi dado por Beto Moraes (PSD), o qual destacou que, nos aspectos que competem à análise do colegiado, não há óbices que impeçam a tramitação. Agora, o projeto de lei está pronto para ser incluído na ordem do dia. 

Portas giratórias

Após passar pela comissão, também está pronta para dois turnos de votação em plenário a iniciativa que pretende obrigar às agências bancárias a implantação de entrada alternativa à porta giratória detectora de metais e a retirada de desníveis do piso (005.00166.2022, com substitutivo geral 031.00003.2023). De Toninho da Farmácia (União), a matéria atualiza o Estatuto da Segurança Bancária (lei municipal 14.644/2015). 

O substitutivo pretende alterar a redação do artigo 10º da norma, que, hoje, já determina a presença de entrada alternativa à porta giratória detectora de metais. Já o texto proposto acrescenta que as agências bancárias deverão eliminar os obstáculos e os desníveis de piso que impeçam ou que restrinjam a locomoção da PcD ou da pessoa com a mobilidade reduzida. Também acrescenta que o descumprimento da regra sujeitaria o infrator, inicialmente, a uma notificação por escrito. Caso não haja a adequação do espaço, no prazo de até 30 dias, a penalidade seria a suspensão provisória do alvará de localização. 

O parecer favorável foi de Marcos Vieira (PDT). A Comissão de Acessibilidade deverá apresentar uma emenda para corrigir a redação da proposta, antes da sua inclusão na ordem do dia. 

Braille

Com o aval da Acessibilidade, segue para a análise da Comissão de Educação, Turismo, Cultura, Esporte e Lazer o projeto de lei que prevê a expedição dos documentos escolares em braille para alunos com deficiência visual (005.00150.2022). De iniciativa de Jornalista Márcio Barros (PSD), a proposta direcionada aos direitos da pessoa com deficiência visual tramita com substitutivo geral (031.00065.2022).

Na nova redação, o vereador abrange as escolas municipais públicas e privadas sem invadir a competência da União, como no caso das universidades federais, e do Governo do Paraná, a exemplo dos colégios estaduais.
A ideia é que os estudantes com deficiência visual tenham acesso a documentos curriculares, como diplomas, certificados e certidões de matrícula, em braille, caso solicitado à instituição de ensino. Segundo o autor, o objetivo da medida é a “inclusão dessa parcela da população e garantir o acesso a qualquer documento curricular”. 

O parecer favorável ao texto foi de Marcos Vieira (PDT). No voto, o relator ressaltou que o Estatuto da Pessoa com Deficiência garante à PcD o direito à educação, enquanto que a Lei Orgânica do Município (LOM) assegura à pessoa com deficiência a garantia de acessibilidade. “O projeto de lei tem forte respaldo legal nos dispositivos constitucionais e legais supramencionados, na medida em que consolida, em âmbito municipal, garantias às pessoas com deficiência visual, em especial o acesso aos documentos curriculares em braille”. 

A Comissão de Acessibilidade

O colegiado é presidido por Pier Petruzziello e também reúne os vereadores Marcos Vieira, vice-presidente, Alexandre Leprevost (Solidariedade), Beto Moraes e Toninho da Farmácia. É responsável pela discussão de projetos e de pautas relacionados às áreas da acessibilidade e dos direitos da pessoa com deficiência, como acessibilidade a edificações, vias, serviços e espaços públicos, transporte, equipamentos urbanos e meios de comunicação. As reuniões ordinárias são mensais – às segundas-feiras, após a sessão plenária.


*Notícia revisada pelo estudante de Letras Brunno Abati
Supervisão do estágio: Alex Gruba