"Os Correios não foram criados para gerar lucro", diz sindicalista

por Assessoria Comunicação publicado 11/10/2017 16h15, última modificação 21/10/2021 09h28

Na manhã desta quarta-feira (11), a Câmara Municipal de Curitiba recebeu, na Tribuna Livre, o secretário de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR), Ezequiel Dutra. Ele falou sobre a situação da empresa em todo o país: “Somos mais de 6 mil e saímos de uma greve recentemente. São 354 anos de história que querem dilapidar. Os Correios não foram criados para gerar lucro, mas para atender à população”.

Ele disse que para hoje “estava programado o fechamento de bancos postais em 412 agências do estado, mas isso foi impedido graças à nossa mobilização” e lembrou que no Paraná, mais de 200 cidades possuem menos de vinte mil habitantes que “necessitam pagar suas contas, receber seus benefícios e é por meio do banco postal que isso acontece”. “É necessário que o serviço do banco postal exista muito além de janeiro de 2018, como foi proposto pela empresa”, considerou.

Dutra também afirmou que Guilherme Campos, presidente dos Correios vem fazendo ataques à categoria, dizendo que a única solução é a privatização. “Mas desde 2011 os Correios não fazem concurso público”, reclamou. A partir do ano que vem, os documentos de veículos com assinatura dos clientes deverão ser deixados nas caixas de correspondência. “Sabemos que uma boa parte da população não tem caixa de correio. Ou seja, os documentos poderão estragar, ser extraviados”.

“Um carteiro”, disse Ezequiel “ganha R$ 1.800,00 e eles ainda querem que o carteiro pague o plano de saúde porque eles [supostamente] não podem manter. Ao mesmo tempo, o presidente da empresa recebe R$ 40,6 mil. Se ele participar da reunião da comissão duas vezes por mês, ele recebe mais R$ 3 mil por reunião. São mais oito vice-presidentes que recebem R$ 35 a R$ 40 mil reais por mês”

Em resposta a Felipe Braga Côrtes (PSD), Ezequiel falou sobre o fundo de pensão Postalis. “O MP está investigando todos que participaram – não só o Postalis – mas praticamente todos os fundos de pensão do nosso país. O que era pra ser recebido pelo funcionário como sua aposentadoria, está sendo ameaçado por corruptos”. “São R$ 5 bilhões de rombo e há uma intervenção que vai investigar todos os envolvidos com a gerência do Postalis”.

Marcos Rogério Inocêncio, secretário geral do Sintcom-PR, lembrou que há 22 dias os trabalhadores dos Correios em União da Vitória estão em greve em função, segundo ele, do assédio moral da empresa. “A população não pode pagar por erros administrativos da empresa”. Ele enfatizou a questão da caixa coletora. “Muito importante e seguro”. “Devemos também pensar na segurança dos bancos postais. Segurança nas agências e portas giratórias são alternativas”.

Jairo Marcelino destacou que a Câmara Municipal de Curitiba é uma das poucas que não abandonou os Correios. “Mandamos mais de 12 mil correspondências por ano”. Para Goura é necessário lutar pela preservação de direitos. “Há uma intenção clara de precarização”.