Na Câmara, Lei de Zoneamento poderá ter 2 audiências e 5 oficinas
O presidente da Comissão de Urbanismo, Obras Públicas e TI da Câmara Municipal de Curitiba, Helio Wirbiski (PPS), defendeu “transparência” e pediu “tempo suficiente” para discussão da revisão da Lei de Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo. A proposta está sendo elaborada pelo Executivo, com consultas à população, e deve ser enviada ao Legislativo ainda neste mês.
“Não vamos atropelar essa discussão. Se [a nova lei] vai tratar dos próximos 10 anos da cidade de Curitiba, [a discussão durante] mais um ou dois meses não fará diferença. Pelo contrário. Servirá para que possamos aperfeiçoar e acertar mais”, disse Wirbiski, durante a sessão plenária. Ele lembrou que a revisão da Lei de Zoneamento é uma consequência natural da implantação do Plano Diretor: “Todos aqui participaram [da votação] do Plano Diretor. Muitas emendas foram feitas e elas precisam ser traduzidas agora na Lei de Zoneamento”, apontou.
O presidente da Comissão de Urbanismo ainda sugeriu um cronograma de atividades para a discussão da revisão da Lei de Zoneamento. Segundo ele, duas audiências públicas devem ser realizadas no mês de novembro. “São audiências de apresentação, feitas por técnicos do Ippuc e abertas ao público, mas principalmente para que todos os vereadores entendam melhor essa proposta, porque é uma questão técnica”. Ele propôs também cinco oficinas temáticas, divididas pelos seguintes temas: zoneamento básico; incentivos construtivos; sistema viário básico; outorga onerosa; e habitação de interesse social.
Mais cedo, Felipe Braga Côrtes (PSD), integrante da Comissão de Urbanismo, ocupou a tribuna para destacar que foi realizado, nesta segunda-feira (2), um evento no Parque Barigui para discutir a revisão da Lei de Zoneamento. “A prefeitura está de parabéns, porque é dessa forma que chegamos num entendimento. Tivemos a oportunidade de um debate técnico apresentado pelo Ippuc, discutindo algumas dúvidas de setores produtivos de Curitiba, com representantes da Fecomércio, da Associação Comercial do Paraná, do Sinduscon, do Crea e da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura, entre outras”.
Ele citou um dos exemplos debatidos no evento de ontem, o dos estacionamentos. “A Lei de Zoneamento prevê mudanças, não só das novas obras, dos futuros edifícios, sejam residenciais e comerciais, mas o que já temos hoje em Curitiba, principalmente no anel central. É preciso que a prefeitura tenha sensibilidade de alterar alguns artigos que estão presentes na proposta de revisão que será enviada para a Câmara”. Outra situação pontual, de acordo com Braga Côrtes, é a das RPPNs [Reserva Particular do Patrimônio Natural], que podem ser “inviabilizadas comercialmente”.
Para o vereador, “a gente tem de deixar a política de lado para fazer a lei de zoneamento ser a mais adequada, a que atender melhor à população para os próximos 10 anos. Além dessa discussão a respeito dos potenciais, e as características de cada imóvel, é importante escutar a população – e ela estava lá representada por algumas instituições, no sentido de que tem que se preservar a qualidade de vida dos moradores das regiões que vão ser impactadas por essa lei”.
Debates
Essa não é a primeira vez que a revisão da Lei de Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo é debatida em plenário. A celeridade da tramitação da proposta na Câmara gerou divergências entre Julieta Reis (DEM) e Braga Côrtes há duas semanas (leia mais). O debate foi motivado depois que o presidente do Ippuc, Reginaldo Reinert, e o coordenador da revisão da Lei de Zoneamento, Alberto Paranhos, apresentaram alguns dos pontos da proposta em plenário durante uma Tribuna Livre.
Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba