Na Câmara, Ippuc defende projeto do Ligeirão Norte-Sul

por Assessoria Comunicação publicado 21/02/2018 15h05, última modificação 26/10/2021 08h10

“Vai trazer muito mais benefícios que transtornos”, defendeu, na sessão desta quarta-feira (21) da Câmara Municipal, o arquiteto Mauro Magnabosco, servidor do Instituto de Pesquisa e Planejamento de Curitiba (Ippuc) e coordenador do projeto do Ligeirão Norte-Sul. A convite da Mesa Diretora, técnicos da autarquia municipal apresentaram o projeto em plenário. Segundo a Prefeitura de Curitiba, a implantação da primeira etapa da nova Linha Direta começará até o final do mês, para entrar em funcionamento no primeiro semestre.  

Câmara media polêmica com moradores do entorno da Praça do Japão

“Este assunto já foi amplamente discutido em 2012. E foi na época amplamente divulgado, temos aqui matérias que se referem, da Gazeta do Povo, do Diário de Notícias, do próprio site da prefeitura”, disse Magnabosco. “Hoje o eixo Santa Cândida tem 130 mil passageiros, que usam os ônibus ponto a ponto. Com a implantação do ligeirão parte desses 130 mil terão destinos mais pontuais [7 ao invés de 17 paradas entre o Terminal Santa Cândida e a estação-tubo Bento Viana], vão migrar para o ligeirão, que provisoriamente fará retorno na Praça do Japão”, complementou a arquiteta Olga Prestes, também do Ippuc.

A estimativa do Executivo é que o Ligeirão Norte-Sul atenda, inicialmente, 36 mil pessoas, que levariam 20 minutos nesse deslocamento. Ainda de acordo com a prefeitura, os passageiros desembarcarão na estação-tubo Bento Viana e os ônibus farão o retorno, vazios e a 30 km/h, no máximo, em uma rua que existia na Praça do Japão e será reaberta. O ponto de táxi e vagas de estacionamento serão realocados para as proximidades. A segunda etapa é levar a linha até o Terminal Capão Raso e, em um terceiro momento, ao Terminal Pinheirinho.

Sobre a polêmica com moradores do entorno da praça, devido à intervenção no local, Mauro Magnabosco argumentou que “sempre é bom falar dos benefícios que esta linha vai trazer à cidade. Já foram investidos em torno de R$ 16 milhões, este investimento já tem seis anos. Nos dois primeiros anos foram utilizados em projetos e obras, obras que criaram uma série de transtornos, porque elas movimentaram [desalinharam] 32 estações-tubo, criando transtornos tanto para os passageiros embarcados quanto para os moradores do corredor”. O arquiteto também falou dos ônibus já comprados para atender a linha, que ficarão parados caso o projeto seja atrasado.

Para o coordenador do Ligeirão Norte-Sul, a proposta é de “uso coletivo” e a polêmica com os moradores representa um “mal-entendido”. “Todo mundo pensa que a gente vai cortar a praça, fazer um terminal, despejar na praça 35 mil passageiros”, justificou. “Este projeto deveria ter sido implantado e estar funcionando há no mínimo quatro anos. Governos passados não tiveram coragem de implantar esta linha. E o nosso discurso de ter que melhorar o transporte coletivo, eu nunca tinha visto isso na minha vida”, afirmou. “Hoje a prefeitura não vai recuar.”

Debate
Após a apresentação, acompanhada também por moradores contrários à implantação, os vereadores debateram a proposta com os arquitetos do Ippuc. Para Felipe Braga Côrtes (PSD), por exemplo, a Prefeitura de Curitiba deveria esperar para ter em caixa verba para levar a linha até o Terminal Capão Raso ou, pelo menos, Portão, o que dispensaria a abertura da rua na praça. “Sempre há um tempo que não tem muita certeza”, ponderou Magnabosco. Goura (PDT) e Jairo Marcelino (PSD) questionaram sobre estudos para outros itinerários que os ligeirões poderiam fazer, sem passar pela praça – que, segundo o coordenador do projeto, trariam custos extras à circulação dos ônibus.

“A cidade é de todos. Quando o sistema expresso foi implantado a cidade era uma. Hoje é outra”, declarou Julieta Reis (DEM), em apoiou ao projeto. Para Bruno Pessuti (PSD), o metrô, que passaria pela Praça do Japão, não levantou tanta polêmica entre os moradores. Cristiano Santos (PV), por sua vez, avaliou que “há falta de informações entre os moradores”. Também participaram da discussão os vereadores Ezequias Barros (PRP) e Professor Silberto (PMDB).