Em 1º turno, Câmara aprova homenagem póstuma a Jairo Marcelino

por Fernanda Foggiato — publicado 11/05/2021 13h45, última modificação 12/05/2021 11h37
O plenário também acatou, na ordem do dia, mensagem do Executivo referente ao Terminal Pinheirinho e projeto de resolução com indicados a prêmio.
Em 1º turno, Câmara aprova homenagem póstuma a Jairo Marcelino

Decano da CMC, Jairo Marcelino faleceu em outubro de 2020, aos 77 anos de idade, por complicações da Covid-19. (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)

A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovou, na sessão desta terça-feira (11), denominação de logradouro público da capital como Jairo Marcelino da Silva. A homenagem póstuma ao decano, falecido no dia 20 de outubro, aos 77 anos de idade, por complicações da Covid-19, foi assinada por 17 vereadores. Com 37 anos ininterruptos de mandato, Marcelino era chamado pelos colegas de “professor”. 

Com 27 votos favoráveis, 1 contrário e 4 abstenções, a proposta de lei retorna à pauta, nesta quarta (12), para a análise em segundo turno (009.00026.2020). Segundo Sabino Picolo (DEM), Jairo Marcelino foi o vereador com mais mandatos em Curitiba e um dos mais longínquos do país. “Uma pessoa honesta, trabalhadora, comprometida com a cidade, com aquilo que ele se propôs. Foram 37 anos e 10 meses na Câmara Municipal, defendendo a cidade, defendendo as pessoas. Vereador da região norte, representava muito bem os taxistas, os motoristas, os cobradores de ônibus, os motoristas de vans”, disse o parlamentar, que presidiu a CMC no biênio 2019-2020. 

Ao longo da vida dele, aprovou 379 projetos. Jairo Marcelino merece todo o nosso respeito como pessoa, como pai de família, como vereador”, acrescentou Picolo. “Quando aconteceu o falecimento do Jairo, eu conversei com o prefeito Rafael Greca para que a gente escolhesse um lugar muito bom, um lugar maravilhoso, para perpetuar o nome do Jairo, a história que o Jairo fez na cidade.” 

Presidente da CMC, Tico Kuzma (Pros) estendeu a homenagem a todas as vítimas da Covid-19. “Se não fosse o vírus, temos a certeza que ele ainda estaria com a gente, fazendo seu trabalho na defesa de diversas categorias, da cidade de Curitiba”, pontuou. “Acho que o grande legado do vereador Jairo também é sua família, que criou um instituto visando continuar sua história e ajudar as pessoas”, destacou o vereador. O Instituto Jairo Marcelino foi um dos primeiros doadores à campanha Abrace Curitiba, lançada em abril. 

Uma pessoa que eu aprendi a conhecer. Que veio como chofer de ônibus, cobrador, e tantos outros trabalhos que desenvolveu. O Jairo ajudava os humildes, os necessitados. Sou testemunha de tudo isso que ele desenvolveu”, lembrou Tito Zeglin (PDT). De acordo com ele, o vereador foi um dos responsáveis pela implantação do Ônibus Turismo em Curitiba, no começo da década de 1990. 

Também morador da região norte da capital, Leônidas Dias (Solidariedade) destacou “a importância de perpetuar o nome deste batalhador pela cidade, uma das mais de 420 mil vítimas da Covid-19 no país. “O Jairo teve uma representação extraordinária em toda a cidade, mas tinha a região norte no coração. Um ferrenho defensor dos taxistas, dos profissionais do transporte. Também teve uma destacada defesa do esporte amador. Era tido como um rei aqui na nossa região, até mesmo pela equipe do Combate Barreirinha, pelo qual ele por muitos e muitos anos ajudou”, afirmou. 

Ezequias Barros (PMB), Mauro Bobato (Pode) e Zezinho Sabará (DEM) lembraram da recepção de Jairo Marcelino em seus primeiros mandatos. “Meu carinho a toda a família. E ao legado que deixa a motoristas, cobradores, taxistas, pessoal das vans”, disse Barros. “É inegável a contribuição da família Marcelino”, observou Bobato. “O Jairo usou daquela humildade que ele tinha para ensinar muitas coisas. Deu muitas dicas, até em projetos de lei. Me ensinou bastante”, agradeceu Sabará. 

Para Serginho do Posto (DEM), que retornou às sessões plenárias na semana passada, após se recuperar da Covid-19, “o Jairo foi uma pessoa que se dedicou plenamente a seus mandatos”, trazendo diversas conquistas à população. “A cidade conta sua história. E o Jairo fez parte da história da cidade de Curitiba.” 

Pier Petruzziello (PTB) leu um texto em homenagem a Marcelino. “A história se constrói ao longo do tempo, certo que aqueles que viveram, e não apenas passaram, marcaram seu tempo e seu nome”, disse ele, em um trecho da mensagem. “O Jairo era trabalhador, amigo de todo mundo. Mais que justa essa homenagem”, acrescentou Sidnei Toaldo (Patriota). 

Um vereador amado até hoje por muitos segmentos, como os taxistas”, comentou Alexandre Leprevost (Solidariedade). “Venho aqui com toda a humildade do mundo encaminhar [o voto favorável]”, pediu o primeiro vice-presidente da CMC. Ele sugeriu que os vereadores que costumam ser contrários às denominações, em especial às não especificadas, conforme debates que vêm sendo realizados na Casa, se abstivessem, mas não fossem contrários à homenagem. 

Outros projetos

Também em primeiro turno, com 36 votos favoráveis, o plenário acatou mensagem do Executivo para desafetar da categoria de bens de uso comum do povo e incorporar aos bens dominicais uma área de domínio público, de 1.558,58 m², na rua João Rodrigues Pinheiro. Localizado entre a Winston Churchill e a André Ferreira Barbosa, no Capão Raso, o terreno será destinado à unificação e à subdivisão com demais imóveis que compõem o Terminal Pinheirinho (005.00208.2019).

A área foi avaliada por R$ 2.461.000. “O IPPUC [Instituto de Pesquisa e Planejamento de Curitiba], no que se refere ao Sistema Viário, se posicionou quanto ao perímetro proposto no projeto de unificação e subdivisão, informando da necessidade de desafetação do trecho da rua João Rodrigues Pinheiro, com 14,50m² de largura, para incorporar ao terreno do terminal, estudo de novos alinhamentos prediais definidos para as vias do entorno do terminal”, afirma a proposição. 

Para quem conhece a região do Capão Raso, essa área fica ao lado do Terminal Pinheirinho. Inclusive parte dessa área já é ocupada pelo terminal. Trata-se na verdade de um projeto que regulariza essa área, inclusive para que possam ser autorizadas obras no local, visando a manutenção e a própria requalificação do Terminal Pinheirinho”, justificou Professora Josete (PT). 

Em segundo turno, com 32 votos favoráveis e 2 abstenções, a CMC aprovou projeto de resolução com os 12 indicados pelos vereadores, entre pessoas físicas e jurídicas, ao Prêmio Ecologia e Ambientalismo (097.00001.2021). A proposição é de iniciativa da Comissão de Educação, Cultura e Turismo. As honrarias concedidas pelo Legislativo são regulamentadas pela lei complementar 109/2018. 

As sessões plenárias têm transmissão ao vivo pelos canais da CMC no YouTube, no Facebook e no Twitter.