Diálogos: oficinas são ferramentas práticas para planejamento

por Mariana Aquino*, especial para a CMC. — publicado 25/08/2025 19h25, última modificação 26/08/2025 09h39
Com três oficinas, Diálogos Metropolitanos recebeu palestrantes que discutiram sobre cidades inteligentes, participação popular e desafios do planejamento e da governança metropolitana.
Diálogos: oficinas são ferramentas práticas para planejamento

As oficinas temáticas fecharam a programação do Diálogos Metropolitanos. (Fotos: Kim Tolentino/CMC)

Durante a tarde desta última quinta-feira (21), dentro da programação do evento Diálogos Metropolitanos, a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) sediou a realização de três oficinas que forneceram ferramentas práticas para aprimorar o planejamento e a realização de políticas públicas nos municípios que integram a Região Metropolitana de Curitiba. Os temas das oficinas foram os seguintes: Como a inteligência tem sido considerada em cidades de diferentes portes?Por que planejar dentro da ideia de Região Metropolitana?; e Participação Popular na Construção das Cidades – A experiência do Fala Curitiba.

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O presidente da Câmara de Curitiba, vereador Tico Kuzma (PSD), avaliou positivamente a realização das oficinas temáticas, atividades que encerraram a programação do Diálogos Metropolitanos, que também contou com uma mesa de abertura e dois painéis. “O balanço do evento é positivo, pois reuniu 22 municípios. Os painéis tiveram a participação do público, que interagiram com os palestrantes. Nas oficinas, também tivemos essa participação efetiva, o que nos mostra que o objetivo de provocar esse diálogo com a região metropolitana foi alcançado. Assim, conseguimos traçar quais são as atualizações necessárias para o próximo Plano Diretor de Curitiba”, disse Kuzma. 

Confira abaixo como foram as oficinas:

A experiência do Fala Curitiba

Realizada no plenário do Palácio Rio Branco, a oficina “Participação Popular na Construção das Cidades - A experiência do Fala Curitiba”, ministrada por Beatriz Battistella Nadas, do Instituto Municipal de Administração Pública (IMAP), contou com a presença de 25 participantes. Entre eles, estavam os vereadores de Curitiba, Tico Kuzma e Carlise Kwiatkowski (PL), vereadores das cidades de Rio Negro e de Campo Largo, além de diversos assessores parlamentares. 

Beatriz Nadas explicou que o assunto da sua oficina, apesar de não estar diretamente ligado ao Plano Diretor, serve como ferramenta para a elaboração das leis orçamentárias da cidade e facilita a participação popular na administração pública. “O Fala Curitiba é um mecanismo que possibilita à população entender melhor a relação entre os seus direitos e os gastos públicos”. 

Quem também esteve presente na atividade e discutiu sobre a importância da interação entre as cidades foi Plinio Luiz, que é filho do ex-prefeito de Curitiba, Ivo Arzua. “Hoje foi um dia muito importante para o planejamento da capital. Eu acredito que esses diálogos intensificam ferramentas positivas e atualizadas para o desenvolvimento do próximo Plano Diretor de Curitiba”, afirmou Plínio. 

“Participei o dia todo do Diálogos Metropolitanos, com o objetivo de aprender e dialogar com o município de Curitiba. Rio Negro faz parte da região metropolitana e é interessante que a gente se integre, para que tanto Curitiba quanto as demais cidades metropolitanas possam se ajudar”, completou a vereadora Neusa Swarowski (Cidadania), de Rio Negro.

Cidades Inteligentes 

Na oficina sobre “Como a inteligência tem sido considerada em cidades de diferentes portes?”, a palestrante Iara Schiavi, pesquisadora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), abordou questões sobre como uma cidade pode ser inteligente sem o uso de alta tecnologia. Realizado na Sala das Comissões da CMC, o evento contou com a presença de 15 pessoas, além de representantes da Escola do Legislativo da Casa e do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc). 

Em sua fala, Iara Schiavi frisou a necessidade de uma relação conjunta entre os municípios para a solução de problemas comuns. “Nós vimos alguns problemas em relação ao transporte coletivo, que interliga as regiões metropolitanas. Pensamos juntos que uma mobilidade urbana mais inteligente e um pensamento mais colaborativo entre os municípios pode proporcionar uma melhora na qualidade de vida dos trabalhadores intrametropolitanos”, disse Schiavi. 

Uma ideia sobre como as cidades podem ser mais inteligentes sem o uso principal da tecnologia foi trazida pela arquiteta do Ippuc, Noélia de Moraes Aguirre Carnascial. “Achei muito interessante, porque hoje nós entendemos como as cidades podem ser mais inteligentes sem a dependência da tecnologia. Penso nisso, porque muitos municipios acabam não tendo recursos financeiros suficientes para lidarem com equipamentos tecnológicos. Por isso, essa questão urbana também pode ser resolvida de forma integrada entre os municípios, com um diálogo mais comunitário”, discursou Noélia. 

Desafios do Planejamento e Governança Metropolitana 

Na terceira oficina do dia, realizada no auditório da Câmara, a palestrante Simone Aparecida Polli, pesquisadora sobre planejamento urbano na Universidade Federal do Paraná (UFPR), refletiu sobre os problemas semelhantes que a região metropolitana enfrenta. “O que eu percebi hoje é que tem muitos problemas comuns nos municípios. O evento de hoje foi importante para isso, para mostrar que estamos na mesma situação e que juntos podemos construir, articular e interligar uma região metropolitana melhor”, disse a pesquisadora. 

Os 40 participantes - o maior público das oficinas - fizeram parte de uma dinâmica para aprender como encontrar soluções para o planejamento urbano. A vereadora Camilla Gonda (PSB) foi uma das participantes e enfatizou a importância da oficina para a discussão de ideias que possam ser integradas ao Plano Diretor. “Esse diálogo intermetropolitano é interessante, porque Curitiba não está sozinha no cenário urbano. Estamos aprendendo sobre zoneamento, que é um tema que engloba o Plano Diretor. Trazer uma visão mais atual e com estudos científicos com certeza trará frutos para Curitiba”, projetou. 

Para Karl Heinrichs, secretário da Fazenda de Campo Largo, consolidar as parcerias institucionais entre os municípios é um caminho seguro para que haja a resolução dos problemas em comum. “Achei que a oficina de hoje foi um ponto de partida interessante da parceria que devemos ter com os demais municípios. Abordando questões territoriais, compatibilização dos orçamentos e dos planejamentos para produzir mais harmonia entre as regiões”, complementou.

*Matéria elaborada pela estudante de Jornalismo Mariana Aquino*, especial para a CMC.
Supervisão do estágio: José Lázaro Jr.
Edição: Marcio Alves da Silva. 
Revisão: Ricardo Marques