Presidente da CMC defende papel do Plano Diretor para integração metropolitana

por Fernanda Foggiato | Revisão: Celso Kummer* — publicado 21/08/2025 12h10, última modificação 18/09/2025 09h31
Na abertura do “Diálogos Metropolitanos”, autoridades refletem sobre integração dos municípios da Região Metropolitana de Curitiba em diferentes áreas.
Presidente da CMC defende papel do Plano Diretor para integração metropolitana

Mesa de abertura do evento reuniu vereadores, prefeitos e secretários municipais e do Estado do Paraná. (Foto: Jean Lucredi/CMC)

A mesa de abertura do encontro “Diálogos Metropolitanos – Fortalecendo o planejamento integrado na Região Metropolitana de Curitiba, na manhã desta quinta-feira (21), no auditório Regina Casillo, reuniu vereadores, prefeitos, secretários municipais e estaduais. O presidente da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), Tico Kuzma (PSD), abriu o evento. “Somos parte de um mesmo organismo, que só se fortalece quando há diálogo, planejamento e cooperação, [...] nesse sentido, o Plano Diretor de Curitiba tem um papel estratégico”, destacou.

“O Plano Diretor não é apenas um conjunto de normas ou diretrizes urbanísticas, ele, na verdade, é um instrumento que orienta o crescimento equilibrado, a sustentabilidade, a mobilidade e a qualidade de vida. Um Plano Diretor bem construído não olha, apenas, para a cidade em si, mas em todo seu entorno, para a integração regional e para as demandas coletivas de quem vive e trabalha em cada canto da metrópole”, completou Kuzma.

O prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel, defendeu o planejamento das políticas públicas em conjunto. “Nós somos uma cidade metropolitana de 3,5 milhões de habitantes”, afirmou. “Agora em setembro, na Câmara Municipal, nós estamos abrindo a discussão sobre a nova concessão do transporte coletivo urbano da cidade de Curitiba, que vai fortalecer cada vez mais a integração metropolitana, com a tarifa única.”

Além do transporte coletivo, Pimentel deu exemplos da integração metropolitana em áreas como o trânsito, saúde, meio ambiente e turismo, entre outras. “A tendência é que Curitiba cresça cada vez menos em porcentagem de população e a Região Metropolitana cresça cada vez mais, e a gente precisa trabalhar em conjunto”, reforçou.

RMC é a segunda maior região metropolitana em extensão

O evento "Diálogos Metropolitanos" foi organizado pela Câmara de Curitiba, em parceria com o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Curitiba. Titular da pasta, Thiago Bonagura destacou a atuação dos ex-vereadores Jornalista Márcio Barros e Dalton Borba, atuais superintendente e diretor jurídico da secretaria. “Nós temos a segunda metrópole em extensão do Brasil”, lembrou. Bonagura também falou da importância do debate do Plano Diretor com a Região Metropolitana inserida e da integração ampliada, a exemplo do potencial turístico.

O presidente da Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (Amep), Gilson Santos, representou o governador Ratinho Junior. Ele ressaltou a elaboração do Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI) da RMC e, como principais desafios, citou as discussões de como compensar, de forma justa, Piraquara, que abriga as represas responsáveis por parte do abastecimento de água de Curitiba e outros municípios, e Fazenda Rio Grande, que recebe resíduos de outras cidades. “São debates importantes”, pontuou. 

Coordenador-geral de fortalecimento das capacidades governativas do Ministério das Cidades, Marcel Sant Ana avaliou que os diferentes atores – Legislativo, Executivo e sociedade civil – devem buscar três direções: coordenação, cooperação e solidariedade metropolitana. “Vocês estão todos juntos e misturados. Então vocês precisam de investimentos que atendam essa coletividade. E eu acho que é esse o desafio, [...] levar para o Governo Federal, abrir novas fontes de recursos.”

“Durante muito tempo, muitos governos”, pontuou o prefeito de Colombo e presidente da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba (Assomec), Helder Lazarotto, o debate da integração metropolitana ficou restrito ao transporte coletivo. “A integração de várias áreas é fundamental para que a gente possa caminhar como uma grande metrópole, [...] não dá mais para pensar numa Região Metropolitana não integrada”, defendeu. Além de áreas já citadas, como a saúde, ele falou da possibilidade de ampliar a integração na segurança pública.

“Nós, do grupo G11, temos a consciência de que habitamos a metrópole”, disse o coordenador do Grupo de Revisão do Plano Diretor para o G11, Rodrigo Freire. O evento, para ele, é uma forma de aproximação do poder público com o setor produtivo. Secretário de Administração do Estado do Paraná e ex-presidente da Assomec, Luizão Goulart avaliou que o momento é de abertura política, do Governo do Paraná e da Prefeitura de Curitiba, para avançar na integração com a Região Metropolitana. “Agora vai depender muito mais da ação dos municípios, da ação efetiva dos municípios, para a gente avançar nesta integração”, argumentou. 

A mesa de abertura do evento também reuniu o primeiro-vice-presidente da Câmara de Curitiba, vereador Leonidas Dias (Pode); o secretário do Governo Municipal e vereador licenciado, Marcelo Fachinello; a presidente do Ippuc, Ana Jayme; o coronel Fernando Klemps, chefe de gabinete da Secretaria de Estado da Segurança Pública; e a vereadora Neusa Swarowski (Cidadania), de Rio Negro (PR).

*Notícia revisada pelo estudante de Letras Celso Kummer
Supervisão do estágio: Ricardo Marques