Desembargadora Maria Aniceto recebe cidadania honorária de Curitiba

por Assessoria Comunicação publicado 27/06/2014 22h25, última modificação 24/09/2021 09h42
A Câmara de Curitiba concedeu, em sessão solene nesta sexta-feira (27), o título de cidadania honorária à desembargadora Maria Mércis Gomes Aniceto. A proposição da honraria, de autoria da vereadora Dona Lourdes (PSB), foi aprovada em plenário no mês de abril. “Quantas meninas pobres e afro descentes poderiam acalentar o sonho de se tornar juíza num país tão desigual quanto o Brasil? Ela foi uma das poucas que ousou e chegou lá”, enalteceu Dona Lourdes durante a solenidade, acrescentando que a magistrada sempre teve seu trabalho baseado na “ética e na defesa do ser humano”.

“Nossa homenageada sempre teve a vocação de ajudar as pessoas e fez do Direito sua arma para isso. Consciente dos problemas do nosso país, Maria Mércis tem feito do seu trabalho como desembargadora no Tribunal de Justiça do Paraná sua contribuição pessoal para a reorganização da sociedade e a construção de um mundo melhor. Em cada julgamento, em cada sentença emitida, o que visa é sempre a plena realização da justiça”, ressaltou Dona Lourdes.

A sessão solene foi conduzida pelo presidente do Legislativo, vereador Paulo Salamuni (PV), que elogiou tanto a propositora da honraria, Dona Lourdes, quanto à desembargadora Maria Mércis. “É muito significativo o título concedido hoje, aqui pela Câmara Municipal, já que como representantes do povo e próximos dele, escolhemos estas figuras dentre uma população tão grande”, frisou Paulo Salamuni.

Com um discurso emocionado e já como cidadã honorária de Curitiba, Maria Aniceto agradeceu a presença dos convidados e citou uma passagem da carta de São Paulo a Timóteo como sendo sua referência de vida, em que “Paulo o lembra que o Senhor lhes havia dado um "espírito não de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação"”, confessou.

Maria Aniceto fez referência a diversas pessoas que fizeram parte de sua vida, desde colegas desembargadores a professores de infância, além de estagiários com os quais conviveu, bem como de pessoas que lhe prestaram auxílio quando sofreu de leucemia. “Achei que teria que desistir do trabalho, e talvez até deixaria a vida, mas encontrei muitas pessoas que me ajudaram”, acrescentou.

A necessidade de trabalhar pela melhoria da qualidade de vida da população, a fim de diminuir as mazelas sociais também foi salientada pela desembargadora Maria Aniceto. “Vivemos uma atualidade carente de paz, com o aumento da violência, da corrupção e da impunidade. Precisamos trabalhar por uma efetiva punição aos criminosos, penas rigorosas ao crime organizado, ao tráfico de drogas e à banalização da vida humana”, frisou.

Compareceram à solenidade, além de familiares, amigos e colegas de profissão, o presidente em exercício do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Telmo Cherem; o desembargador Guido José Döbeli, representando o presidente do Tribunal Regional Eleitoral, Edson Luiz Vidal Pinto; o desembargador José Augusto Gomes Aniceto, irmão da homenageada; a desembargadora Lenice Bodstein; e os vereadores Jorge Bernardi (PDT) e Zé Maria (SDD).

Trajetória
Maria Mercis Aniceto é natural de Ourinhos – PR, e se formou em Direito e Letras na Universidade Estadual de Maringá. É casada com Francisco Lowen e mãe de Ana Letícia, Lucas Henrique e Marcos Felipe.

Foi nomeada para a magistratura em três de junho de 1977, como juíza adjunta da comarca de São José dos Pinhais, e titular na cidade de Reserva. Em Rolândia e Araucária foi magistrada em tribunais das áreas criminal, de menores, da família, de registros públicos e do foro extrajudicial. Também foi juíza substituta de Curitiba,  titular das 2ª e 8ª Vara Criminal de Curitiba, do tribunal do estado do Paraná, até ser alçada ao posto de desembargadora do Tribunal de Justiça do Paraná.