Com vacina, menos 80% de internamentos e 49% de mortes acima dos 90 anos

por José Lázaro Jr. e Fernanda Foggiato — publicado 29/06/2021 16h35, última modificação 29/06/2021 18h53
Dados preliminares enviados ao Legislativo indicam que em março, após a aplicação das duas doses da Coronavac, houve queda de casos e de mortes entre a população mais idosa.
Com vacina, menos 80% de internamentos e 49% de mortes acima dos 90 anos

Com a pandemia, as sessões da CMC são feitas por videoconferência. Na foto, Marcelo Fachinello. (Foto: CMC)

Os vereadores da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) reagiram, nesta terça-feira (29), às informações que parte da população da capital do Paraná tem deixado de buscar a vacinação no dia correto, por quererem escolher qual imunizante receberão. “Não deixem de se vacinar, pois todas as vacinas em uso foram testadas e são eficientes”, disse o presidente da CMC, Tico Kuzma (Pros), logo no início da sessão plenária. Hoje, os vereadores aprovaram, em primeiro turno, a criação de cadastro para a aplicação da xepa das doses.

Marcelo Fachinello (PSC), Professor Euler (PSD), Alexandre Leprevost (Solidariedade) e Pier Petruzziello (PTB) reforçaram o apelo no Legislativo. Fachinello leu resposta da Prefeitura de Curitiba a pedido de informações feito pelo mandato do parlamentar, ainda com dados preliminares, sobre os resultados imediatos do início da campanha de vacinação na cidade (confira aqui). “Em comparação a fevereiro, no mês de março (o mais letal da pandemia em Curitiba) houve uma redução de aproximadamente 49% na proporção de óbitos [entre os idosos com 90 anos de idade ou mais]”, diz o documento do Executivo.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afirma, preliminarmente, no mesmo ofício, que a aplicação da Coronavac nessa faixa etária, reduziu as internações em 80% - “de 12 na semana de 15 de março para 2 na semana de 22 a 29 de março”. “Qualquer vacina é importante para evitar mais internamentos e óbitos”, disse Marcelo Fachinello. “Não tem essa de ficar escolhendo marca da vacina. É uma grande besteira. Vacina boa é aquela que está no braço”, reforçou o vereador Professor Euler.

“A China aprovou ontem [28] o uso da Coronavac, que é uma vacina tão questionada pelos brasileiros, para as crianças de 3 a 17 anos de idade, com diversos estudos e uma eficácia muito grande”, declarou Alexandre Leprevost. Líder do prefeito na CMC, Pier Petruzziello informou que a secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak, em entrevista a telejornal afirmou que as segundas doses estão garantidas em Curitiba, ao contrário de outros municípios brasileiros, e é aguardada a chegada de lote, nos próximos dias, com “um número grande de vacinas”.

Retomada da atividade
Pudemos perceber que Curitiba está mais animada, deixou de ser aquela cidade triste e infeliz, já que as pessoas puderam voltar a trabalhar”, disse Alexandre Leprevost, referindo-se ao último final de semana. “Fui a restaurantes e os vi trabalhando com responsabilidade; passei em bares, de amigos, agora com a oportunidade de trabalhar; passei em espaços de eventos, em buffets, e vi a forma profissional e responsável com que fazem de tudo para dar continuidade ao trabalho. Os números estão a muitos dias caindo, tanto novos casos, quanto de casos ativos, o que é importante”, comemorou.

Já Renato Freitas (PT) protestou contra o valor do auxílio prometido pela Prefeitura de Curitiba, por considerar que R$ 70 são insuficientes para reduzir a exposição da população mais pobre ao novo coronavírus. “O botijão de gás está mais caro que isso. Não há bandeira [alusão às medidas restritivas do Executivo] que faça o trabalhador ficar em casa, se o básico não lhe for garantido”, opinou, destacando reportagem do jornal Plural, sobre ter subido para 84 mil o número de pessoas socialmente vulneráveis em Curitiba – que vivem com R$ 89 por mês. 

Freitas voltou a cobrar apoio ao projeto de lei que cria um programa de Renda Solidária em Curitiba (005.00076.2021), mas que precisaria de mais assinaturas para poder ser votado em regime de urgência – das 13 necessárias para trazer a discussão d requerimento ao plenário, apenas 11 foram obtidas, entre os 38 vereadores. “Pelo visto nem todas as pessoas aqui acreditam ou que é possível pagar R$ 250 para cada trabalhador inscrito no Cadastro Único, ou que não é do interesse público. Por outro lado, foi assinado o [pedido de urgência] trágico projeto do Mesa Solidária, que multava quem distribuísse comida na cidade."