CMC debate trincheira, ciclomobilidade e população em situação de rua

por Fernanda Foggiato — publicado 16/06/2021 16h05, última modificação 16/06/2021 17h03
Vereadores voltaram a destacar benefício da nova estrutura viária à mobilidade urbana. Sessão também teve falas sobre ciclomobilidade e pedidos por programas sociais.
CMC debate trincheira, ciclomobilidade e população em situação de rua

A obra da trincheira foi entregue no final da manhã dessa terça-feira. (Foto: Pedro Ribas/SMCS)

A inauguração da trincheira da rua General Mário Tourinho, no cruzamento com a avenida Nossa Senhora Aparecida, no Seminário, voltou a repercutir em sessão plenária da Câmara Municipal de Curitiba (CMC). Líder do governo, o vereador Pier Petruzziello (PTB) exibiu, na manhã desta quarta-feira (16), vídeo com o prefeito Rafael Greca. A expectativa é que a nova estrutura viária contribua para a mobilidade urbana da região, por onde passam uma média diária de 62 mil veículos e de 168 mil passageiros do transporte coletivo. 

Na avaliação de Petruzziello, esta é a principal obra estrutural concluída pela atual gestão. O líder ainda ponderou ao “fator complicador” da pandemia para o andamento das grandes obras. Primeiro vice-presidente do Legislativo, Alexandre Leprevost (Solidariedade) também parabenizou a Prefeitura de Curitiba: “Sem dúvida nenhuma é um marco a nossa cidade. Um ganho a todos os curitibanos”. Ele chamou a atenção, no entanto, a semáforo no final da trincheira, na fonte de Jerusalém, que poderia gerar engarrafamentos na região. 

Ontem, graças ao anúncio do nosso quer líder, Pier, eu consegui chegar a tempo para poder testemunhar a abertura da trincheira do Seminário. Uma grande obra para Curitiba”, disse Mauro Ignácio (DEM). Ele agradeceu o trabalho do Executivo e lembrou que a trincheira foi um dos pontos visitados pela Comissão Especial de Pontes e Viadutos, da qual foi presidente, na legislatura passada. “Mesmo com os percalços, com a pandemia, estamos aí há 15 meses em pandemia, essa obra avançou.” 

As coisas continuam andando [na pandemia]”, observou Mauro Bobato (Pode), presidente da Comissão de Urbanismo, Obras Públicas e TI da CMC, em agradecimento ao secretário municipal de Obras Públicas, Rodrigo Rodrigues. “A cidade nunca está pronta, tem uma dinâmica, e a gente faz parte desta dinâmica.”. Finalizada uma obra de pavimentação, citou o vereador, vêm os pedidos para lombadas, um “buraco ao contrário”. 

Ciclomobilidade

Se há uma relação desigual e conflituosa no trânsito, é a relação entre a bicicleta e o carro”, alertou Maria Leticia (PV), em convite para a audiência pública desta sexta-feira (18), a partir das 14 horas, sobre a ciclomobilidade. A vereadora defendeu que a Câmara é o espaço ideal para repensar a “cultura da mobilidade urbana”. “Adaptar o trânsito, principalmente nos eixos estruturais, é uma necessidade para que o ciclista seja acolhido, é o primeiro passo para ampliar o uso da bicicleta dentro da nossa cidade.” 

A gente tem que pensar na bicicleta como um meio de transporte”, reforçou. João da 5 Irmãos (PSL), que se somou a Maria Leticia na promoção da audiência pública, afirmou que o debate será importante “no sentido da saúde da população, da causa ambiental, [para a redução] da emissão de gases, principalmente neste mês [em que se celebra o Dia Mundial do Meio Ambiente].” A atividade será transmitida pelas redes sociais do Legislativo. 

"Questão humanitária"

Para a vereadora Noemia Rocha (MDB), o prefeito “tem uma paixão pela estrutural da cidade”. “A gente viu hoje a euforia dele em apresentar os projetos estruturais, que é boa para cidade também, mas [é necessário] pensar mais na questão humanitária, de pessoas que precisam ser cuidadas”, opinou. 

O plenário acatou, nesta manhã, indicação ao Executivo, proposta por Noemia Rocha, para a implantação na cidade do programa Banho Solidário, voltado à população em situação de rua (203.00313.2021). A ideia é ofertar estrutura itinerante, como um trailer, com espaço para banho e a entrega de itens de higiene pessoal. “Isso traz dignidade, cuidado.” 

Com a crise ocasionada pela pandemia, lembrou a vereadora, a população em situação de rua da capital tem aumentado. Segundo ela, a iniciativa já foi implantada, com resultados positivos, em cidades como Ponta Grossa (PR). Noemia ainda citou a luta contra a pobreza menstrual e ponderou que a apresentação de projeto de lei, nesse caso, por tratar de prerrogativa da Prefeitura de Curitiba, não seria possível. “Não somos Executivo, mas da Câmara têm fluído muitas sugestões, muitas ideias, que a gente espera sim adesão”, acrescentou. 

Presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da População em Situação de Rua, Renato Freitas (PT) apoiou a medida, por cuidar da saúde e da autoestima das pessoas em vulnerabilidade. Para o vereador, também é importante implantar um ambulatório itinerante e realizar o censo da população em situação de rua. “[Precisamos saber] o número de pessoas nessa situação, qual é o perfil, se são homens, mulheres, brancos, negros, se vêm de Curitiba, se vêm da região metropolitana, qual a faixa etária”, pontuou. 

Maria Leticia, que é a vice-presidente da frente parlamentar, lembrou ter sugerido ao Executivo, há cerca de um mês, a instalação de banheiros públicos, com pias e chuveiros, nas administrações regionais (203.00237.2021). “Efetivamente era preciso que se construísse uma política pública que pudesse oferecer oportunidade de moradia, emprego”, ponderou. 

Apesar de não serem impositivas, as indicações aprovadas na CMC são uma das principais formas de pressão do Legislativo sobre a Prefeitura de Curitiba, pois são manifestações oficiais dos representantes eleitos pela população para representá-los, submetidas ao plenário. Por se tratar de votação simbólica, não há a relação nominal de quem apoiou, ou não, a medida – a não ser os registros verbais durante o debate.