Câmara de Curitiba discute fim da proibição de celular em bancos

por José Lázaro Jr. | Revisão: Ricardo Marques — publicado 17/06/2025 09h26, última modificação 17/06/2025 09h26
Rodrigo Marcial quer revogar leis municipais que restringem o uso de celulares em agências bancárias de Curitiba.
Câmara de Curitiba discute fim da proibição de celular em bancos

Proibição de celulares dentro de bancos de Curitiba pode ser abolida em 2025. (Foto: Carlos Costa/CMC)

A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) analisa projeto de lei do vereador Rodrigo Marcial (Novo) que revoga dispositivos legais ainda em vigor na cidade que proíbem o uso de telefones celulares no interior de agências bancárias e instituições financeiras. A proposta sustenta que tais normas estão defasadas diante das novas tecnologias, do uso corrente de aplicativos bancários e da autonomia garantida por esses dispositivos a pessoas com deficiência visual (005.00303.2025).

Na prática, o projeto prevê a revogação integral da lei municipal 13.518/2010 e de trechos da lei 14.644/2015, que exigem, por exemplo, placas informativas e o recolhimento dos aparelhos em locais indicados pela agência. A iniciativa impacta usuários que utilizam os smartphones como ferramenta essencial para autenticação bancária e reforça que a legislação atual pode ser lesiva ao interesse público. O texto não estabelece sanções novas, apenas elimina exigências consideradas ultrapassadas.

Revogação de leis antigas sobre proibição de celulares em bancos

Segundo o projeto, deixam de vigorar o inciso III do artigo 2º e o artigo 3º da Lei 14.644/2015, que obrigam os bancos a afixarem avisos de proibição de celular e a preverem apreensão de aparelhos. A justificativa afirma que a regulamentação foi criada em um período de transição tecnológica, quando o uso dos smartphones ainda gerava preocupações relacionadas à segurança pública dentro das agências.

“Hoje é fácil constatar o amplo uso do smartphone nas agências bancárias desta capital, não só como instrumento de comunicação, mas também como ferramenta para a obtenção de chaves e validação de transações financeiras”, afirma Rodrigo Marcial, na justificativa do projeto de lei, ressaltando que os dispositivos móveis passaram a integrar as rotinas operacionais do setor bancário.

Rodrigo Marcial defende que a proibição de celulares em agências bancárias desrespeita os limites jurídicos das instituições financeiras. “As instituições financeiras e seus funcionários não possuem poder para restringir e, tampouco, determinar a não utilização de um bem de propriedade do particular. Tal prerrogativa é exclusiva da Administração Pública”, explica o vereador. “A restrição à utilização dos celulares causará enormes inconvenientes à população”, diz outro trecho da justificativa.

O projeto de lei está em análise na Comissão de Direitos Humanos, Defesa da Cidadania, Segurança Pública e Minorias, após ter recebido parecer favorável à tramitação na Comissão de Constituição e Justiça. Ainda poderá passar por outras comissões temáticas antes de seguir para votação em plenário.

Clique na imagem abaixo para entender como funciona a tramitação de um projeto de lei na CMC: